Sínodo 2016 |
Sínodo Diocesano 2016
Carta aos diocesanos de Lisboa, para garantir espiritualmente o Sínodo
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Caríssimos diocesanos

De 30 de novembro a 4 de dezembro reúne-se a nossa assembleia sinodal segundo o Código de Direito Canónico (cân. 460 ss). Como vos tenho dito e escrito, vejo-a como a etapa “canónica” da nossa caminhada sinodal, sendo esta muito mais vasta e englobante do conjunto da diocese, antes, durante e depois.

Tudo começou com a exortação apostólica A alegria do Evangelho (Evangelii Gaudium) do Papa Francisco, de 24 de novembro de 2013, convidando-nos para uma nova etapa evangelizadora e indicando caminhos para o percurso da Igreja nos próximos anos (cf. EG, 1).

O Papa quis também que em cada diocese “amadurecessem” os organismos de participação canonicamente previstos - entre os quais o sínodo diocesano – e outras formas de diálogo pastoral. E que tal acontecesse, não tanto por motivos de “organização eclesial”, mas com “o sonho missionário de chegar a todos” (cf. EG, 31).

Ouvido o Conselho Presbiteral, que se pronunciou unanimemente neste sentido, começou o nosso caminho sinodal, em que participaram milhares de fiéis do Patriarcado, juntando reflexões e ensaiando ações a partir dos cinco capítulos da exortação apostólica, tudo envolvido na oração pessoal e comunitária. Com o que enviaram para a comissão preparatória, elaborou-se o Documento de Trabalho que está na base da próxima assembleia sinodal. Com plena liberdade de ação do Espírito, procuraremos que o caminho sinodal de Lisboa, que envolveu tantos fiéis leigos, consagrados e ordenados, seja tomado no seu conjunto e continue depois, na aplicação concreta dos tópicos e critérios entretanto apurados.

 

Neste dia em que vos escrevo, celebra-se em toda a Igreja a Memória de Nossa Senhora do Rosário, ocasião propícia para insistir na necessidade de, com Maria, Mãe de Jesus, perseverarmos unidos em oração (cf. Ac 1, 14). Esta atitude “garantiu” a primeira evangelização e garantirá agora a que levarmos por diante.

O próprio Papa Francisco o indica na exortação apostólica, na parte referente a “Maria, a Mãe da evangelização” (cf. 284 ss). Retomo alguns pontos do que nos escreve a propósito:

Maria é indispensável na herança de Jesus. Mais ainda, é com Ela que O podemos contemplar e seguir, com verdade e empenho. Escreve o Papa: «Ao pé da cruz, na hora suprema da nova criação, Cristo conduz-nos a Maria; conduz-nos a ela, porque não quer que caminhemos sem uma mãe: e, nesta imagem materna, o povo lê todos os mistérios do Evangelho» (EG, 285).

Geralmente falando, ninguém conhece tão bem os filhos como as suas mães. Para conhecer Jesus e O testemunhar no mundo é-nos imprescindível aprender com Maria o que nela primeiramente se passou, em relação a Jesus e ao respetivo seguimento. Acertarmos na evangelização a fazer entre nós, só com Maria é possível, em meditação orante.

Da sua parte, o exercício é constante, cumprindo a maternidade eclesial que Jesus lhe confiou. Da nossa parte, a oração seja agora mais insistente, em filial correspondência. Oiçamos o Papa: «Ela é a missionária que se aproxima de nós, para nos acompanhar ao longo da vida, abrindo os corações à fé com o seu afeto materno. Como uma verdadeira mãe, caminha connosco, luta connosco e aproxima-nos incessantemente do amor de Deus» (EG, 286).

Maria ensina-nos a todos o que Ela mesma aprendeu e viveu a respeito de Jesus e do Evangelho. E não há melhor aprendizagem do que a que temos das nossas mães, nem vínculo mais duradouro e profundo para a família inteira. Roguemos então com o Papa: «À Mãe do Evangelho vivo, pedimos que interceda a fim de que este convite para uma nova etapa da evangelização seja acolhido por toda a comunidade eclesial. […] Hoje fixamos nela o olhar, para que nos ajude a anunciar a todos a mensagem de salvação e para que os novos discípulos se tornem comprometidos evangelizadores» (EG, 287).

Maria oferece a quem lho peça o que lhe é tão próprio enquanto mulher e mãe. O Papa define-o como ternura e afeto, sentimentos indispensáveis à evangelização no seu todo: «Há um estilo mariano na atividade evangelizadora da Igreja. Porque sempre que olhamos para Maria voltamos a acreditar na força revolucionária da ternura e do afeto». E, depois de sumariar as atitudes essenciais da Mãe de Jesus, o Papa conclui: «Esta dinâmica de justiça e ternura, de contemplação e de caminho para os outros, faz dela um modelo eclesial para a evangelização. Pedimos-lhe que nos ajude com a sua oração materna, para que a Igreja se torne uma casa para muitos, uma mãe para todos os povos, e torne possível o nascimento de um mundo novo» (EG, 288).

 

Caríssimos diocesanos do Patriarcado de Lisboa: Reforcemos a todos os níveis – pessoal, familiar e comunitário – a oração pelo Sínodo e os seus frutos. Como indica o Papa Francisco, façamo-lo em chave mariana, para que com Maria aprendamos Cristo e O testemunhemos como agora importa e tanto urge.

Repetindo a oração que temos feito desde o início da nossa caminhada sinodal de Lisboa: «Maria, Mãe da Igreja, ajudai-nos a dizer o nosso “sim”. Dai-nos a audácia de buscar novos caminhos para que chegue a todos o dom da beleza que não se apaga. Virgem da escuta e da contemplação, intercedei pela nossa Igreja de Lisboa, em caminho sinodal, para que nunca se feche nem se detenha na sua paixão por instaurar o Reino. Estrela da nova evangelização, ajudai-nos a resplandecer com o testemunho da comunhão, do serviço, da fé ardente e generosa, da justiça e do amor aos pobres, para que a alegria do Evangelho chegue até aos confins da terra e nenhuma periferia fique privada da sua luz. Mãe do Evangelho vivo, manancial de alegria para os pequeninos, rogai por nós. Ámen.»

 

Convosco, irmão e amigo,

+ Manuel, Cardeal-Patriarca

Lisboa, 7 de outubro de 2016, Memória de Nossa Senhora do Rosário

  

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Sínodo Diocesano 2016 – ‘O sonho missionário de chegar a todos’ (Papa Francisco, Evangelii Gaudium nº 31)

 

O que é um Sínodo?

A palavra tem origem no grego “synodos” e significa: caminho feito em conjunto. Foi traduzida para o latim como “concilium”, que quer dizer: assembleia. O Sínodo Diocesano é uma assembleia que reúne leigos, consagrados e sacerdotes dessa Igreja particular, escolhidos para auxiliar o Bispo Diocesano no exercício da sua função, para o bem de toda a comunidade cristã. É um caminho de reflexão, avaliação, renovação, planeamento e programação, feito em conjunto, com a participação de todos.

 

Qual o objetivo deste Sínodo?

Promover a transformação missionária da Igreja de Lisboa segundo o apelo do Papa Francisco na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium: “O sonho missionário de chegar a todos”. Esta última etapa do Sínodo Diocesano vai procurar responder ao “que significa continuar hoje a missão”, tornando presente a justificação do “empenho na propagação da fé” a que o Papa Clemente XI fez referência na bula de proclamação da qualificação Patriarcal.

 

A caminhada pré-sinodal

Inspirados pela Exortação Apostólica “A Alegria do Evangelho”, trimestre a trimestre, entre setembro de 2014 e março de 2016, a Igreja de Lisboa procurou encontrar caminhos de renovação e de fidelidade ao mandato missionário de Jesus. Ao longo de dois anos, mais de 1000 grupos, juntando mais de 20.000 pessoas do Patriarcado de Lisboa, percorreram a caminhada pré-sinodal de oração, reflexão e ensaios missionários, para que o sonho missionário de chegar a todos fosse cada vez mais uma realidade na vida das nossas comunidades. No final de cada trimestre, os grupos sinodais enviaram os seus contributos, partilhas, sugestões para o Secretariado do Sínodo, que elaborou o Documento de Trabalho que está agora a ser estudado pelos membros da Assembleia Sinodal.

 

O Documento de Trabalho e a preparação imediata

O Documento de Trabalho (disponível em http://goo.gl/KAvAiD), composto por 61 números, organiza-se em três partes: na primeira parte procura escutar o mundo e olhar a Igreja; na segunda parte procura discernir critérios evangélicos para ação eclesial; e na última parte lança desafios para uma conversão pastoral e missionária no Patriarcado de Lisboa. Este documento vai agora ser enriquecido, até dia 15 de outubro, com os contributos dos membros da Assembleia Sinodal, chegando assim à versão final do Documento de Trabalho. Esta segunda versão será entregue aos participantes na semana antes da Assembleia Sinodal. A Assembleia Sinodal terá como ponto de partida esta segunda versão do Documento de Trabalho.

 

A Assembleia Sinodal

Quando e onde?

30 de novembro a 4 de dezembro de 2016

No Centro Diocesano de Espiritualidade Imaculado Coração de Maria, no Turcifal - Torres Vedras

Quem são os membros da Assembleia?

Os membros da assembleia estão em representação de todos os fiéis da Diocese de Lisboa, cujos contributos estão expressos no documento final. Todos os fiéis participaram neste Sínodo com o caminho de reflexão, ensaios missionários que foram realizados até este momento. Agora, são chamados a acompanhar o Sínodo, sobretudo, através da oração.

Assim, em representação de todos, foram convocados pelo Senhor Patriarca, por decretos de 29 de junho e de 7 de julho (disponíveis em: http://goo.gl/0NXSVW), os seguinte elementos: Cardeal-Patriarca (1), Bispos Auxiliares (3), Vigários Gerais e o Vigário Judicial (3), Cónegos da Catedral (19), Membros do Conselho Presbiteral (35), Fiéis leigos eleitos pelo Conselho Pastoral (7), Fiéis leigos representantes das Vigararias e da Ação Católica (16), Secretariado permanente do Conselho Diocesano do Apostolado dos Leigos (2), Vigários forâneos (13), Superiores dos Institutos Religiosos e Sociedades de Vida Apostólica (15), Comissão Preparatória (4), Diáconos Permanentes (3), Por escolha do Senhor Patriarca (16).

TOTAL: 137 participantes (82 clérigos: Bispos, padres e diáconos permanentes; 15 religiosos; 40 fiéis leigos).

 

O que vai acontecer nos dias da Assembleia Sinodal?

Quarta-feira, 30 de novembro

Noite: acolhimento

Quinta-feira, 1 de dezembro

Manhã: intervenções livres

Tarde: trabalho de grupos, a partir do 1º capítulo do Documento de Trabalho: “Escutar o mundo, olhar a Igreja”

Sexta-feira, 2 de dezembro

Manhã: trabalho de grupos a partir do 2º e 3 capítulos do Documento de Trabalho: “discernir critérios para ação eclesial” e “Para uma conversão pastoral e missionária”

Tarde: trabalho a partir do 3 capítulo do Documento de Trabalho: “Para uma conversão pastoral e missionária”

Sábado, 3 de dezembro

Manhã: momento de oração e reflexão

Tarde: análise do documento e votação (ponto por ponto) do documento pelos membros da Assembleia Sinodal

Domingo, 4 de dezembro

Manhã: votações

Tarde: Eucaristia

 

Acompanhamento dos trabalhos

Publicação diária de um curto resumo dos trabalhos da Assembleia Sinodal, a ser publicado no site do Patriarcado de Lisboa (www.patriarcado-lisboa.pt).

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