Domingo |
À procura da Palavra
O exame
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DOMINGO XII COMUM Ano C
“Disse-lhes Jesus:
«E vós, quem dizeis que Eu sou?»”
Lc 9,20

 

Começou o período dos exames escolares. Estudantes, professores e famílias vivem a expectativa de bons resultados. Que o trabalho de fazer e corrigir os exames possa dar bons frutos é o desejo comum. Também a correr atrás de uma bola, no Europeu de futebol, cada jogo é um exame, quando não acaba, infelizmente, numa batalha sangrenta que ultrapassa o campo. Do arrepio gelado islandês aos outros jogos que Portugal vai disputar há uma expectativa de bons resultados, de “agora é que vai ser!”, de um comum desejo, que seria importante também existir noutras causas da nossa sociedade. O certo é que há exames e exames, e se apanhamos “chumbo” nos da justiça, da pobreza, da solidariedade, que interesse tem isso se dermos uma cabazada à seleção de um outro país e sonharmos, de novo, ir à final?

Fazem parte da vida as provas e os exames. Porque caminhamos, desejamos e sonhamos algo maior, temos montanhas a ultrapassar e metas que nos chamam. Avaliar o que já se fez ou aprendeu, afinar o que ainda está desafinado, corrigir o que se pode melhorar, é próprio desta humanidade em crescimento. Fazer batota com a vida, falsear os resultados, recusar a avaliação ou enredar-se na armadilha das comparações só produzirá infelicidade. Custa submeter-se a exame, e a própria fé cristã também fala de um juízo final, mas essa aferição, quase quotidiana, feita com humildade e coragem, é a condição para crescer.

Também Jesus coloca os discípulos em exame. Talvez mais uma “prova de aferição”, pois o verdadeiro exame vai ser a sua Páscoa. Começa por sondar o que dizem dele, quais as opiniões sobre a sua pessoa. É fácil contarmos o “diz-se-que-diz-se”. Mas a pergunta para vinte valores vem a seguir. “E vós, quem dizeis…?” Silêncio, hesitação, medo de arriscar uma resposta errada? Pedro acerta à primeira. Como vai ser grande o contraste com o “não O conheço” (Lc 22, 57), da sua primeira negação, junto à fogueira no pátio da casa do sumo sacerdote! Só o olhar de Jesus lhe revelou que tinha chumbado, mas as lágrimas começaram a fazer o mar de onde iria ser repescado. Há um caminho difícil que vai do dizer ao acreditar, da fé à paixão e morte, da vitória momentânea ao “tomar a cruz todos os dias” e seguir Jesus. A resposta de Pedro foi suficiente para Jesus apontar a fase seguinte: a glória viria pela cruz, só a vida dada por amor pode salvar.

Este exame proporcionou inúmeras respostas, pela diversidade das muitas comunidades cristãs e das muitas opiniões sobre Jesus. Originou debates e até lutas teológicas, que depois se tornaram combates e guerras, ódios e divisões. Quase sempre por esquecimento do Evangelho, ou pela manipulação das palavras em proveito próprio. Mas quem não sente que também tem algo único a dizer como resposta à pergunta de Jesus? E não poderíamos imaginar uma pergunta ainda, como a que formulou José Luís Cortés, o padre-desenhador espanhol: “Quem dizem as pessoas que sois vós?”. Que resultado teríamos, nós, os amigos e discípulos de Jesus, nesse exame?

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