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Proximidade para contrariar a “cultura do descarte”
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O Papa Francisco apelou à proximidade para com os mais “abandonados”. Na semana em que foi publicado o quinto vídeo com as intenções de oração mensal, Francisco garantiu que a Igreja não vai tolerar mais abusos de crianças, escreveu ao presidente venezuelano e encontrou-se com as forças militares e policiais.

 

1. O Papa criticou a “cultura do descarte” que domina o mundo, desafiando os cristãos a contrariarem o contexto atual através da proximidade para com os mais “abandonados”. Na audiência-geral de quarta-feira, dia 4 de maio, Francisco salientou que uma comunidade cristã “não pode viver fechada” em sim mesma, pois assim a sua ação não produz quaisquer frutos. “Como vivemos a nossa fé?”, questionou Francisco, para quem o cristão deste tempo tem de ser à imagem da parábola do Bom Pastor, “que deixou 99 ovelhas sozinhas no deserto para ir à procura de uma que estava perdida”. “Deus não se resigna a perder nem uma só pessoa (…) mesmo diante da escolha entre 99 e uma, Ele vai em busca desta, porque é aquela que mais precisa, que está mais sozinha, descartada”, salientou, na Praça de São Pedro.

Para Francisco, a parábola do Bom Pastor tem hoje de continuar a desafiar os cristãos, que “em vez de bloquearem-se num curral” ou deterem-se na sua condição de “justos”, devem sair em busca de quem está perdido, mesmo de quem por algum motivo deixou de aparecer na comunidade ou foi apontado como pecador.

Porque Deus também “se fazia próximo dos pecadores”, ainda que para “escândalo dos doutores da lei”. “Nada nem ninguém pode desviar Deus do seu caminho de salvação para todos”, frisou o Papa, que concluiu a sua intervenção incentivando os cristãos a não perderem nunca o seu “impulso missionário” e a prática da misericórdia. “Encontrar quem se perdeu é a alegria do pastor e de Deus, mas deve ser também a alegria de todo o rebanho”, completou.

 

2. O Papa denunciou a discriminação das mulheres em todo o mundo, evocando em particular as vítimas de violência sexual e escravidão. “Devemos condenar a violência sexual que as mulheres sofrem e eliminar os obstáculos que impedem a sua inserção plena na vida social, política e económica”, refere Francisco, no quinto vídeo com intenções de oração, divulgado através do YouTube pelo Apostolado da Oração, a rede mundial que divulga as intenções propostas pelo pontífice.

O Papa sustenta que não é “suficiente” reconhecer o contributo das mulheres “em todas as áreas do agir humano, a começar pela família”. “Temos feito muito pouco pelas mulheres que se encontram em situações muito duras, desprezadas, marginalizadas e até reduzidas à escravidão”, lamenta. “Se consideras que isto é justo, faz este pedido comigo: para que, em todos os países do mundo, as mulheres sejam honradas e respeitadas, e seja valorizada a sua imprescindível contribuição social”, pede Francisco, neste mês de maio.

‘O Vídeo do Papa’ (www.facebook.com/ovideodopapa) é uma plataforma lançada pela Rede Mundial de Oração do Papa - Apostolado da Oração (AO), da Companhia de Jesus, através da qual Francisco convida homens e mulheres do mundo inteiro a unir-se às suas intenções.

 

3. O Papa garantiu que a Igreja não vai “tolerar” quaisquer abusos sobre menores e defendeu a necessidade de “punir” os abusadores. “Esta é uma tragédia: não devemos tolerar abusos de menores, temos de defender os menores e devemos punir severamente os abusadores”, declarou o Papa, no Regina Coeli do passado Domingo, 1 de maio, a partir da janela do apartamento pontifício.

Francisco saudou ainda os membros da Associação ‘Meter’, de Itália, recordando que esta instituição luta “há muitos anos” contra “todas as formas de abusos de menores”. “Obrigado pelo vosso compromisso e continuem com coragem”, pediu.

 

4. O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, revelou que o Papa Francisco “segue com atenção” a situação na Venezuela e escreveu ao chefe de Estado venezuelano, Nicolás Maduro. No Domingo, o padre Lombardi escusou-se a divulgar o conteúdo da carta de Francisco para Maduro, mas afirmou que o Papa escreveu sobre “a situação do país”. A Venezuela enfrenta grandes dificuldades económicas: as suas receitas reduziram-se em 70%, tem a inflação mais alta do mundo e uma grave escassez de produtos básicos (comida e medicamentos), tendo também sido decretado um racionamento elétrico. A Venezuela é, já há algum tempo, uma das preocupações do Vaticano e do Papa, que se referiu ao país, em várias ocasiões, no passado.

O porta-voz do Vaticano lembrou que no Domingo de Páscoa o Papa tinha apelado ao diálogo na Venezuela perante “as difíceis condições em que vive a população”. Francisco pediu a quem “tem nas mãos o destino do país” para “trabalhar a favor do bem comum, procurando espaços de diálogo e de colaboração entre todos”. O Papa defendeu a “cultura do encontro, a justiça e o respeito recíproco” para “garantir o bem-estar espiritual e material” dos venezuelanos.

 

5. O Papa apelou aos militares e polícias para serem “instrumentos de reconciliação” e “semeadores da paz”, durante a celebração do jubileu das forças armadas e de segurança de todo o mundo. Na sua intervenção, no sábado, dia 30 de abril, Francisco salientou que as forças militares e policiais têm não só por missão “prevenir, mediar ou pôr fim aos conflitos”, mas também “contribuir para a construção de uma ordem baseada na verdade e na justiça, no amor e na liberdade”. “Nas vossas famílias, nos vários âmbitos do vosso trabalho, sejam instrumentos de reconciliação, construtores de pontes e semeadores de paz”, desafiou o Papa.

No encontro, na Praça de São Pedro, o Papa Francisco dedicou especial atenção ao conceito de reconciliação, considerando-o como chave para entender o Jubileu da Misericórdia que a Igreja Católica está a celebrar. “A reconciliação é também um serviço pela paz, pelo reconhecimento dos direitos fundamentais das pessoas, da solidariedade e do acolhimento a todos”, apontou Francisco, desafiando os membros das forças da ordem a “não perderem o ânimo”, apesar dos desafios atuais. “Construir a paz não é uma tarefa fácil, sobretudo pela guerra que endurece o coração e dissemina a violência e o ódio. Mas continuem o vosso caminho, façam ressoar no mundo a esperança cristã da vitória do amor sobre o ódio, da paz sobre a guerra”, exortou.

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