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Obras de Misericórdia. Apontamentos Catequéticos #3
Assistir aos enfermos. Visitar os presos. Enterrar os mortos.
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Assistir aos enfermos, visitar os presos e enterrar os mortos. Mais três obras de misericórdia corporais, segundo a indicação do Papa Francisco, para as retermos bem, na melhor tradição do cristianismo prático, como estamos a acompanhá-las nestas catequeses, nestes pequenos apontamentos catequéticos da Quaresma de 2016.

Qualquer delas, de algum modo, corresponde a uma necessidade básica de estarmos com os outros quando eles mais precisam de nós, mesmo quando partem deste mundo. Mas antes de mais, assistindo aos enfermos, porque esta é uma obra de misericórdia de aplicação permanente. Há muita gente, há sempre gente, que, de algum modo, está enferma, de corpo ou de espírito, e que precisa da nossa visita, precisa da nossa assistência e também dos cuidados médicos e de todo o tipo que lhes devemos prestar como sociedade, mas assim, como uma companhia que nestes momentos, particularmente, se deve avivar e se deve concretizar. Assistir aos enfermos: quem de nós, nesta Quaresma que estamos a viver, olhando, por vezes, até, para o seu círculo mais próximo, não tem enfermos a quem assistir? Uma palavra, um apoio, uma presença que dá ânimo, que alimenta a esperança daqueles que estão enfermos. Não deixemos de cumprir esta obra de misericórdia, assistamos aos enfermos com redobrada presença e acuidade nesta Quaresma de 2016.

E o mesmo se diga de visitar os presos. Nos nossos estabelecimentos prisionais há muitíssimas pessoas que não têm visita nenhuma, ou porque as suas famílias estão longe, às vezes nem família têm que possa lembrar-se deles; mas, de algum modo, com todas as possibilidades que, devidamente autorizados, podemos levar por diante para estar perto deles. Tenhamos esse cuidado e sejamos até inventivos e criativos na maneira de o fazer, porque essas pessoas que estão presas, enfim por azares da vida, por maus passos que deram, cada um no seu caso, pois estão ali para ser reabilitadas, estão ali para que, quando saiam desses estabelecimentos prisionais, saiam melhores. E essa melhoria também pode, e deve, passar por nós, como sociedade, e com atenção mais aplicada a esses casos.

A última obra de misericórdia que hoje veremos, esta de enterrar os mortos, também tem uma aplicação muito concreta nos dias em que vivemos. Porque, com certeza, acompanhando-os à sua última morada, nos seus restos mortais, acompanhando as suas famílias, por um lado estamos a manifestar o apreço que lhe tínhamos e a dignidade que mantêm – qualquer pessoa humana, mesmo quando parte, tem a sua memória. E depois em relação aos seus familiares, uma presença amiga, uma companhia, compartilhando o seu luto, é tão importante como manifestação de solidariedade.

Por vezes a nossa sociedade compartimenta-nos demasiadamente, afasta-nos demais uns dos outros – isto em relação à doença, vão para um estabelecimento hospitalar ou ficam em suas casas, não os visitamos, desaparecem-nos do contacto diário, não pode ser; outras vezes porque estão presos, estão num estabelecimento prisional e também não nos interessam, não os vemos, é como se não existissem, não pode ser; e depois quando partem, é uma passagem rápida e fugaz, quando muito, por um velório, por um funeral, mas tem que ser mais do que isso, como manifestação da dignidade que eles não perderam, aqueles que partiram, e como companhia para os seus parentes que precisam disso mesmo, precisam da nossa solidariedade no seu luto.

Estas obras de misericórdia têm, e terão sempre, uma enorme aplicação na vida de qualquer cristão, de qualquer ser humano, exatamente por ser solidário com os outros e, nesta Quaresma de 2016, com certeza que não as deixaremos passar fora das nossas próprias vidas.

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