Na Tua Palavra |
D. Nuno Brás
O pobre mais miserável
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“O pobre mais miserável é aquele que não aceita reconhecer-se como tal. Pensa que é rico, mas na realidade é o mais pobre dos pobres”. Estas duras palavras do Papa Francisco na Mensagem para a Quaresma deste ano não podem deixar de nos interrogar. Sobretudo porque partem de uma verificação: todos somos pobres mesmo quando parecemos ter tudo – e, principalmente, quando queremos dar a aparência de que temos tudo e dominamos tudo e todos.

Mas, então, isso significa que este nosso mundo, em que todos andam tão sofregamente à procura da independência total, vive dominado por duas ilusões: a de quem julga ser possível existir sem mais ninguém, e aquela outra de quem pensa ser rico enquanto, afinal, é o mais pobre de todos.

O pobre mais miserável, diz-nos o Santo Padre, é aquele que pensa tudo poder; é aquele que pensa não depender de nada nem de ninguém; sobretudo, que pensa não depender de Deus. “E isto – continua o Papa Francisco – porque é escravo do pecado, que o leva a utilizar riqueza e poder, não para servir a Deus e aos outros, mas para sufocar em si mesmo a consciência profunda de ser, ele também, nada mais que um pobre mendigo”.

Ao contrário, o Santo Padre convida todos a experimentar a misericórdia. Para isso, é essencial uma atitude de escuta: com efeito, aquele que escuta reconhece que tem algo a aprender com o outro que lhe fala, e deixa que este – na sua pobreza, no seu sofrimento e também nas suas alegrias e conquistas – lhe ensine, lhe fale do seu viver e, desse modo, o transforme.

Esta é, aliás, a atitude de Deus ao longo de toda a História da Salvação: Ele, que tudo tem, para ganhar o amor da humanidade não hesitou em fazer-se pobre. Move-o, diz o Papa, um amor incondicionado a cada um de nós, a cada ser humano.

Afinal, não tenhamos medo de ser pobres. Pobres diante de Deus e dos outros: reconhecermo-nos como tal é a condição indispensável para recebermos misericórdia e para aprendermos a fazer misericórdia.

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