Missão |
Clã 54 – Agrupamento 597 Tires
Tudo perece, só a boa obra permanece
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Foi numa noite fria, no tempo do Advento, que chegámos à Casa de Saúde do Telhal, para experimentar o amor de Deus. Este seria o nosso primeiro passo de um Projecto que viríamos a construir e abraçar novamente! Porque em Abril, já depois da Páscoa, ousámos dar testemunho de que Cristo está vivo e que Ele continua a sua obra de libertação.

 

Acolhidos pela simpatia e jovialidade do Sr. Fernando, trazíamos no espírito algum receio e ansiedade, mas também um sentido de missão diferente. Nessa mesma noite, em momento de oração, com a certeza de que o Senhor ressuscitou, aceitámos a proposta de opção: ser Caminheiro, ser construtor de um mundo novo, sabendo que nunca vamos sozinhos, quando é por Cristo a decisão. Animados pela coragem e esperança, o Evangelho desse domingo parecia encaixar-se perfeitamente – Vós sois as testemunhas de todas estas coisas. Jesus ressuscitado continua a “sentar-se à mesa” connosco e com Ele partilhámos as nossas inquietações, anseios, dificuldades e esperanças. Estar atentos ao próximo, ignorar as diferenças e ajudar quem mais precisasse, era esse também o nosso imperativo daqueles dias que iam chegar. Mas estaríamos nós preparados? Prontos a acolher a experiência de Deus e da vida nova que Ele tinha para nos oferecer? Que dificuldades iríamos encontrar?

Pela manhã de sábado, depois de recebermos as primeiras informações, alguns receios foram dissipando. Sabíamos que a actividade de serviço a que nos tínhamos proposto era diferente de todas as outras e exigia talvez uma entrega maior. Ousar o desafio, de coração aberto, prontos a acolher o outro, um irmão diferente, com uma doença mental.

Tivemos a oportunidade de conhecer cinco Unidades, Frei Júlio dos Santos, São João de Deus, Santo António e Santo Agostinho, e ainda a do Sagrado Coração de Jesus e São Rafael. Todas com dependências diferentes, mas que exigiam igualmente apoio na satisfação de necessidades daqueles doentes.

Em jeito de dinâmica, os grupos de jovens para cada Unidade foram-se formando, em virtude da sensibilidade de cada um e do chamamento vocacional. Sabíamos que não iria ser fácil, mas de imediato percebemos que a nossa presença iria marcar a vida daqueles doentes. Aquando da visita às Unidades, os olhares e as palavras trocadas, o simples gesto de um abraço ou sorriso, bastou para que nos deixássemos cativar. Afinal, no rosto de cada doente estava Jesus Cristo e esta foi talvez a melhor expressão que encontrámos, para responder ao sinal do amor e da solidariedade, que nos levou à entrega pelo outro.

Nas diversas Unidades pudemos experimentar a dependência dos doentes, ao nível da alimentação, vestuário e até da sua higiene pessoal. Todas com carências diferentes, o nosso gesto não foi indiferente. Mudar fraldas, ajudar nas refeições, jogar à bola, passear no jardim, ir ao bar, ir à missa, brincar, rir, saber estar, conversar, abraçar… Foi esse o nosso fim-de-semana… Intenso, mas reconfortante. Sem esperar qualquer recompensa, o nosso coração ficou cheio.

Nesta segunda experiência, já com a vitória, ainda que incompleta, sobre os nossos medos e dúvidas, decidimos proporcionar um momento de convívio entre todos os utentes. Em espaço próprio e com o esforço de todos, montámos uma espécie de Espectáculo, que integrava canto, teatro, danças tradicionais, música e outros, criando momentos de interacção e únicos com os doentes.

Conquistámos os corações de alguns jovens, bem da nossa idade, e outros mais idosos, que à primeira instância eram apenas diferentes, marcados pela vicissitude da doença. Foi um verdadeiro exercício de humildade, mas também uma certeza de que se nos entregarmos, podemos fazer a diferença…

Por último, ressalvar a cumplicidade e o profissionalismo dedicado pelos/as Enfermeiros e Auxiliares e todos/as os que estão envolvidos nesta entrega diária, que têm a coragem e ousam ser diferentes e misericordiosos.

Mais do que pelas palavras, o testemunho que Cristo nos pede passa pelos nossos gestos.

Jesus veio ao nosso encontro e ofereceu-nos a sua salvação através do acolhimento, da partilha, do serviço e do amor sem limites. Que a entrega ao próximo continue a ser experiência de encontro Contigo e testemunho de fé…

Sempre Alerta para Servir!

texto pelo Clã 54 – Agrupamento 597 Tires (Paróquia de Nossa Senhora da Graça)
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