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A uma janela de Roma
“Rezemos pelos nossos irmãos egípcios mortos por serem cristãos”
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O Papa Francisco condenou novo ataque do Estado Islâmico e pediu orações. Na semana em que o Papa dedicou a audiência-geral de quarta-feira aos irmãos, o Vaticano divulgou a mensagem para a Jornada Mundial da Juventude. Antes da criação dos novos cardeais da Igreja, entre os quais D. Manuel Clemente, Patriarca de Lisboa, decorreu em Roma o consistório extraordinário.

 

1. O Papa Francisco lançou um apelo à oração pelos cristãos egípcios mortos nos últimos dias na Líbia. “Gostaria de convidar a rezar pelos nossos irmãos egípcios que, há três dias atrás, foram mortos na Líbia pelo simples facto de serem cristãos. O Senhor os acolha na sua casa e dê conforto às suas famílias e às suas comunidades. Rezemos pela paz no Médio Oriente e no Norte de África, recordando todos os defuntos, os feridos e os refugiados. Possa a comunidade internacional encontrar soluções pacíficas à difícil situação na Líbia”, pediu o Papa, no final da audiência-geral de quarta-feira, dia 18. Na terça-feira, o Papa Francisco ofereceu a Missa, celebrada na Capela da Casa Santa Marta, aos 21 cristãos coptas assassinados na Líbia pelos jihadistas.

Na segunda-feira, o Papa Francisco expressou a sua “profunda tristeza” pela decapitação de 21 cristãos egípcios (coptas) levada a cabo pelo autodenominado Estado Islâmico. "Eles foram assassinados apenas pelo facto de serem cristãos. O sangue dos nossos irmãos cristãos é um testemunho de fé e pouco importa que sejam católicos, ortodoxos, luteranos, coptas: isso não interessa aos seus perseguidores, que veem apenas que eles são cristãos, porque o seu sangue é o mesmo, o seu sangue confessa o Cristo", salientou, na altura. Nesse mesmo dia o Papa Francisco telefonou ao Patriarca da Igreja Copta Ortodoxa, Tawadros II, a fim de manifestar a sua profunda participação na dor da Igreja Copta por este assassinato de cristãos coptas.

 

2. Em Quarta-Feira de Cinzas, durante a audiência-geral, o Papa prosseguiu as catequeses sobre a família. “Irmão, irmã são palavras que o cristianismo ama muito. E, graças à experiência familiar, são palavras que todas as culturas e todas as épocas compreendem”, lembrou. Recordando o exemplo bíblico de Caim e Abel, Francisco convidou os cristãos a pensar nos irmãos e irmãs, afirmando que “a educação para a abertura aos outros a partir do vínculo de fraternidade entre os filhos do mesmo tronco familiar é a grande escola de liberdade e de paz”. “Nem sempre se pensa nesta dimensão, mas é precisamente a família que introduz a fraternidade no mundo: partindo desta primeira experiência, o estilo da fraternidade irradia como uma promessa para toda a sociedade e para as relações entre os povos. Ter um irmão ou uma irmã que gosta de ti é uma experiência forte, impagável, insubstituível”.

 

3. O Papa lançou, no passado dia 17, um apelo aos jovens para que se manifestem contra a "tendência generalizada para banalizar o amor" e reduzi-lo somente "ao aspeto sexual". Francisco pediu aos jovens para serem "revolucionários" e que se mostrem "contra esta cultura", numa mensagem dedicada a marcar a celebração da XXX Jornada Mundial da Juventude, a 29 de março. "Convido-vos a descobrir a beleza da vocação humana de amar, peço-vos que se revelem contra essa tendência generalizada de banalizar o amor", refere a mensagem do Papa.

Francisco disse que, quando se limita o amor somente ao aspeto sexual, este é "privado das suas características essenciais de beleza, companheirismo, fidelidade e responsabilidade". O Papa afirmou que muitos pregam que o importante é desfrutar do momento, que não vale a pena um compromisso para toda a vida e fazer escolhas definitivas para sempre, porque não se sabe o dia de amanhã. "Eu, ao contrário, peço-vos que sejam revolucionários, que vão contra a corrente; sim, estou a pedir-lhes que se revelem contra esta cultura do provisório, que, no fundo, crê que vocês não são capazes de assumir responsabilidades e de amar verdadeiramente", frisou Francisco.

Francisco recomendou também aos jovens que leiam todos os dias "uma passagem" do Evangelho.

O Papa exortou ainda a juventude a rejeitar a ideia de que o casamento "é uma instituição ultrapassada", acrescentando que "isso é mentira" e que essa vocação "não passou de moda".

 

4. “Bem-vindos a esta comunhão que se exprime na colegialidade”. Foi desta forma que o Papa Francisco iniciou dois dias do consistório extraordinário, que reuniu em Roma nos dias 12 e 13 de fevereiro, antes do consistório público de criação de novos cardeais. O Papa e os 165 cardeais, e futuros cardeais, presentes cantaram juntos o Veni creator, invocando a assistência do Espírito Santo para alcançar aquela que o Pontífice definiu “uma meta não fácil” que “exige tempo, determinação e colaboração”. A reforma – desejada nas congregações gerais antes do Conclave e que levará à redação de uma nova constituição apostólica – “não é uma finalidade em si mesma”, disse o Papa, mas quer levar cada vez mais “colaboração e transparência” à Cúria “para dar força ao testemunho cristão, favorecer uma evangelização mais eficaz; promover um espírito ecuménico mais fecundo; e encorajar um diálogo mais construtivo com todos”.

No segundo dia do consistório extraordinário, o cardeal George Pell, da Austrália, que foi encarregado pelo Papa Francisco de proceder à reforma das finanças do Vaticano, referiu que as contas da Santa Sé estão “bastante melhores” do que se pensava. O cardeal Pell explicou aos restantes cardeais, reunidos em Roma, como se tem processado a reforma de todo o departamento financeiro da Santa Sé. Em declarações ao site de informação católico ‘Crux’, o cardeal referiu que pôde apresentar aos seus colegas do Colégio Cardinalício uma imagem francamente melhor das contas do Vaticano do que muitos temiam. Neste momento os bens da Santa Sé estão avaliados em três mil milhões de euros, sendo que, após uma análise mais atenta das contas de diversos departamentos, foram descobertos 1,5 mil milhões de euros que anteriormente não tinham sido contabilizados. O cardeal Pell explicou que não se trata de dinheiro “escondido” ou de contas ilegais. A questão, diz, é que tem existido um excesso de divisão das contas dos diferentes departamentos e instituições na Santa Sé, o que permitiu que algumas quantias passassem inteiramente despercebidas nos relatórios de contas anteriores. Com a reforma do sector financeiro e a implementação de um sistema mais transparente, esse tipo de problema deixará de existir, garante.

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