“Ativar” em todos “a caridade de Cristo”. Este foi o desafio lançado pelo Patriarca de Lisboa aos dez novos diáconos, que foram ordenados com vista ao sacerdócio, no passado dia 30 de novembro, Domingo I do Advento, na igreja de Santa Maria de Belém, no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa.

Na celebração que coincidiu com a abertura do Ano da Vida Consagrada, proposto a toda a Igreja pelo Papa Francisco, D. Manuel Clemente ordenou dez diáconos com vista ao sacerdócio. Entre os eleitos estavam quatro seminaristas provenientes dos seminários diocesanos dos Olivais e ‘Redemptoris Mater’ e seis seminaristas religiosos, da Província do Santíssimo Nome de Jesus de Espanha (Ordem de Santo Agostinho), da Província Portuguesa dos Padres Missionários Capuchinhos, da Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos) e da Delegação Portuguesa da Congregação dos Padres Monfortinos.

Na homilia da celebração, D. Manuel Clemente, a partir da “advertência empenhativa” da palavra ‘Vigiai’ – escutada no Evangelho desse Domingo – lembrou a “condição cristã” de “espera” oferecida a todos os cristãos, no início do novo tempo litúrgico. “Nós, os cristãos, definimo-nos como quem espera, sempre espera, insistentemente espera. É esta a nossa condição; como também é a nossa liberdade, por nos romper qualquer tempo mais fechado, qualquer horizonte mais cerrado. Muito especialmente hoje em dia, quando não faltam motivos para esperarmos pouco de promessas exteriores. Urgem, portanto, os motivos interiores e anímicos para esperarmos ainda mais, e ativamente esperarmos a consumação de tudo quanto em Cristo realmente começou, naquela convivência nova a que chamou o seu Reino”, recordou o Patriarca de Lisboa, citando também o Papa Bento XVI, na Encíclica Spe Salvi: “A mensagem cristã não era só “informativa”, mas “performativa”. Significa isto que o Evangelho não é apenas uma comunicação de realidades que se podem saber, mas uma comunicação que gera factos e muda a vida. A porta tenebrosa do tempo, do futuro, foi aberta de par em par. Quem tem esperança vive diversamente; foi lhe dada uma vida nova”.

Mostrar Cristo presente

Na igreja de Santa Maria de Belém, no Mosteiro dos Jerónimos, que esteve repleta de amigos e familiares dos novos diáconos, D. Manuel Clemente animou todos fiéis, para que no Advento – “tempo de esperar e apressar a chegada do dia de Deus” (cf 2 Pe 3, 12) – possam empenhar-se “sempre mais por evidenciar o bom futuro do mundo”, recordando o refrão do hino do Sínodo Diocesano 2016, «longe ou perto, o necessário é mostrar Cristo presente!». “Nada que, com a graça de Deus, não esteja ao nosso alcance”, lembra o Patriarca. “Cada bem-aventurado que a Igreja pôs nos altares viveu e manifestou o Advento de Cristo no mundo – e, por vezes, nas mais difíceis condições e circunstâncias, que sofreram ou até escolheram, para melhor o demonstrarem”, recorda. “Não nos basta nem consola aumentar o coro das lamentações ou desenganos.”, afirmou D. Manuel Clemente, na homilia da celebração.

Dirigindo-se depois, em especial, aos dez diáconos recém-ordenados, o Patriarca de Lisboa manifestou o desejo de que o sacramento da Ordem, ali recebido, “ative em todos a caridade de Cristo”, para que “pela atenção redobrada a tudo e a todos”, na “dedicação aos mais frágeis, pelo reconhecimento prático do Advento de Cristo nos pobres”, mostre “que não há outro futuro para o mundo, nem outra missão para a Igreja, senão aquele amor que, garantidamente, «jamais passará» (1 Cor 13, 8)”. Neste sentido, afirmou o Patriarca de Lisboa, “a diaconia permanecerá em vós como graça e encargo, seja qual for o vosso futuro eclesial. Incrementai-a muito especialmente agora”.

Vida Consagrada

No dia em que foi assinalada a abertura do Ano da Vida Consagrada, com uma Missa presidida pelo Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, Cardeal D. João Braz de Aviz, na Basílica de São Pedro, em Roma (ver pág.11), o Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, lembrou a importância dos institutos religiosos, considerando-os como um “inestimável dom do Espírito à Igreja e ao mundo”. “É também com palavras plenas de Advento que uma recente carta da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, (Carta Sondai o horizonte, nº 1) nos diz o seguinte: «A vida consagrada é sinal dos bens futuros na cidade humana, em êxodo pelos caminhos da história. […] Neste vigilante peregrinar, ela guarda a busca da face de Deus, vive o seguimento de Cristo, deixa-se guiar pelo Espírito, para viver o amor pelo Reino com fidelidade criativa e com alegre ação. A identidade de peregrina e orante in limine historiae pertence-lhe intimamente»)”, citou D. Manuel Clemente.

Os dez diáconos que foram ordenados, no passado dia 30 de novembro, iniciam agora a última etapa do percurso formativo até à ordenação presbiteral que acontecerá no próximo ano.

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Alfredo Plácido

Seminário Maior de Cristo Rei, Olivais
Nascimento: 7 de junho de 1990

Batizado na paróquia de São Miguel do Milharado

Ricardo Figueiredo

Seminário Maior de Cristo Rei, Olivais

Nascimento: 25 de janeiro de 1990

Batizado na paróquia de Nossa Senhora da Misericórdia de Belas

Jean Castilla

Seminário Diocesano ‘Redemptoris Mater’ de Nossa Senhora de Fátima

Nascimento: 9 de fevereiro de 1981

Naturalidade: Colômbia

Batizado na paróquia de las Tres Avemarias, Diocese de Valledupar, Colômbia

Paolo Lagatta

Seminário Diocesano ‘Redemptoris Mater’ de Nossa Senhora de Fátima

Nascimento: 26 de Junho de 1984

Naturalidade: Itália

Batizado na paróquia Sacro Cuore di Gesu, Diocese de Melfi-Rapolla-Venosa, Itália

Tiago Alberto

Província do Santíssimo Nome de Jesus de Espanha (Ordem de Santo Agostinho)

Nascimento: 26 de janeiro de 1986

Naturalidade: Santa Maria dos Olivais, Tomar

Batizado na paróquia de Olalhas, Diocese de Santarém

Membro professo de votos perpétuos

Miguel Grilo

Província Portuguesa dos Padres Missionários Capuchinhos

Nascimento: 28 de junho de 1984

Naturalidade: Odivelas, Loures

Batizado na paróquia de Prados, Diocese da Guarda

Membro professo de votos perpétuos

Igor Oliveira

Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos)

Nascimento: 3 de Julho de 1988

Naturalidade: Valpedre, Penafiel

Batizado na paróquia de São Tiago Maior de Valpedre, Diocese do Porto

Membro professo de votos perpétuos

Jorge Magalhães

Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos)

Nascimento: 2 de dezembro de 1987

Naturalidade: Meinedo, Lousada

Batizado na paróquia de Santa Maria Maior de Meinedo, Diocese do Porto

Membro professo de votos perpétuos

Carlos Vieira

Delegação Portuguesa da Congregação dos Padres Monfortinos

Nascimento: 4 de dezembro de 1980

Naturalidade: Angola

Batizado na paróquia de São Francisco Xavier, Arquidiocese de Luanda

Membro professo de votos perpétuos

Miguel Quissola

Delegação Portuguesa da Congregação dos Padres Monfortinos

Nascimento: 15 de agosto de 1983

Naturalidade: Angola

Batizado na paróquia de São Francisco Xavier, Arquidiocese de Luanda

Membro professo de votos perpétuos