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Saúde e Espiritualidade
Quero é saúde!
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A saúde dá trabalho?

Podemos nascer ou não com saúde. Podemos ter mais ou menos saúde. Podemos cuidar mais ou menos da saúde. De qualquer forma, a saúde não é unicamente uma lotaria da natureza. Temos de fazer algo “pela saúde” em todas as estações da vida, principalmente enquanto nos sentimos em saúde, prevenindo e adiando quanto possível a chegada da doença ou a ruptura de laços vitais. O exercício físico pode dar saúde; o equilíbrio no que comemos/bebemos pode dar saúde; a higiene do nosso corpo pode dar saúde; a sensatez na quantidade de trabalho/descanso pode dar saúde; a manutenção de amizades sólidas pode dar saúde; uma festa pode dar saúde; a participação na Eucaristia pode dar saúde; a partilha dos nossos problemas com um amigo pode dar saúde; o tempo que reservamos à família pode dar saúde; as palavras bondosas podem dar saúde. A saúde não é somente uma “coisa que nasce connosco”, um dom da natureza, mas é conquista diária, luta por um bem-estar do corpo e da alma. A saúde é dom mas dá trabalho e é, por isso, também uma conquista. O que fazemos pela saúde?

 

A saúde dói?

São muito poucos os assuntos que possuem uma espessura semelhante à saúde. Talvez desse facto derive as expressões populares: “o que se quer é saúde!” ou “juro pela minha saúde”. Sentir-se em saúde é entendido como um bem essencial ao ponto de, por se usufruir dela, se relativizar qualquer contratempo. Mesmo que a saúde dependa de muitos factores (alimentação, educação, ambiente de trabalho, habitação, condições de higiene, salubridade da água, acesso às redes de cuidados de saúde, estilos de vida individuais, determinantes genéticas) paradoxalmente ela é sentida e valorizável sobretudo quando é colocada em perigo, em nós próprios ou naqueles que nos são próximos. É no acidente, na doença, na ruptura de um relacionamento que a saúde é lida como um altíssimo valor. É na noite sem dormir por causa de uma dor (bio-psico-social e espiritual), na experiência da perda de controlo sobre as emoções, na incapacidade de lidar com a solidão, na recepção de um diagnóstico médico violento, nos bancos de espera do Centro de Saúde ou de um hospital que se experimenta “a saúde”, principalmente a desejada (porque razão os doentes nos aconselham sempre a cuidar bem da saúde?). De resto, na prática, a saúde parece ser um silêncio, a manutenção de dezenas de equilíbrios de factores internos e externos e uma sensação mais ou menos abstrata de bem-estar em que nada dói: nem o corpo nem a alma. Precisamos que nos doa para que valorizarmos a saúde?

 

A religião dá saúde?

A religião é uma forma de olharmos o que/quem temos como uma dádiva de Alguém, a quem chamamos Deus. É a descoberta de uma linha invisível que nos conecta ao divino que está entrelaçado no coração humano. Quem acredita em Deus, acredita também que há uma forma diferente de se relacionar com os outros, com a natureza, com o seu próprio corpo, com o passado, o presente e o futuro. A religião, a fé, podem proporcionar uma leitura mais saudável de cada acontecimento: alimenta a esperança, sustenta a possibilidade de perdão e de tolerância, conserva o trato afável com quem nos rodeia, preserva a proximidade da comunidade, conduz à partilha com quem mais precisa, estimula as práticas de pacificação do mundo interior, ajuda a exteriorizar os sentimentos violentos, responsabiliza a liberdade individual, facilita a integração do sofrimento sem resolução, abre um horizonte para lá da morte... A religião e a espiritualidade dão saúde porque salvam. Salvam através da autoridade de um Salvador, Senhor da Vida. Jesus testemunhou isso mesmo, na sua vida terrena, curando pessoas mas sobretudo proclamando que veio para “dar vida e vida em abundância” e que ninguém estava excluído desta promessa. Na cruz, Jesus luta pela saúde através do grito dirigido a Deus, através do perdão dirigido ao companheiro de sofrimento, através da dádiva da sua própria mãe àqueles que iriam sentir-se órfãos. A prática da sua religião dá-lhe saúde? Então, em casa ou no Hospital, viva e celebra a sua fé, com alegria e esperança.

 

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Assistência Religiosa e Espiritual nos Hospitais

O serviço de assistência espiritual e religiosa tem como missão providenciar cuidados espirituais e religiosos aos utentes internados nas instituições hospitalares do país. Segundo o decreto-lei 253/2009, ao utente, independentemente da sua confissão, é reconhecido o direito a pedir o Serviço de Assistência Espiritual e Religiosa e a ser assistido em tempo razoável ou com prioridade em caso de iminência de morte.

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