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A uma janela de Roma
“Que a herança espiritual de João Paulo II não seja esquecida”
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O Papa lembrou a memória litúrgica de São João Paulo II. Na semana em que foi divulgado o programa da visita papal à Turquia, Francisco sublinhou ser impensável o Médio Oriente sem a presença dos cristãos, recordou Paulo VI e falou de alimentação.

 

1. A Igreja Católica celebrou, pela primeira vez, no passado dia 22 de outubro, a memória litúrgica de São João Paulo II. “Saúdo cordialmente os peregrinos polacos que vieram a esta audiência. Hoje celebramos a memória litúrgica de São João Paulo II, o qual convidou todos a abrirem as portas a Cristo; na sua primeira visita na vossa pátria invocou o Espírito Santo para que viesse a renovar a terra da Polónia; a todo o mundo recordou o mistério da Divina Misericórdia. A sua herança espiritual não seja esquecida, mas nos leve à reflexão e ao concreto agir para o bem da Igreja, da família e da sociedade”, referiu o Papa Francisco, durante a habitual audiência-geral de quarta-feira, na Praça de São Pedro, em que dedicou a catequese à Igreja Corpo de Cristo: “Quando se quer evidenciar como os elementos que compõem uma realidade estejam estreitamente unidos um ao outro e formem juntos uma só coisa, usa-se, muitas vezes, a imagem do corpo. A partir do apóstolo Paulo, esta expressão foi aplicada à Igreja e foi reconhecida como o seu traço distintivo mais profundo e mais belo. Hoje, então, podemos perguntar: em que sentido a Igreja forma um corpo? E porque é que é definida “corpo de Cristo? A Igreja Corpo de Cristo é uma imagem profunda que indica o vínculo real que nos une a Cristo após o Batismo”.

O Papa saudou ainda os peregrinos de língua portuguesa: “Queridos amigos, somos verdadeiramente o Corpo de Cristo! Não deixemos de nos fazer solidários com os mais necessitados, lembrando as palavras de São Paulo: «Se um membro sofre, todos os membros sofrem com ele; se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele»! Assim, Deus vos abençoe!”.

 

2. Foi publicado esta semana o programa da viagem apostólica do Papa Francisco à Turquia, que decorre de 28 a 30 novembro. Segundo a Sala de Imprensa da Santa Sé, a primeira etapa da visita vai ser Ancara, capital turca. Na manhã do dia seguinte, 29 de novembro, o Papa Francisco desloca-se para Istambul, onde entre outros dados de agenda vai manter um encontro privado com o Patriarca ecuménico ortodoxo, Bartolomeu I. No Domingo, o Papa preside à Divina Liturgia na Igreja Patriarcal de São Jorge, que vai ser concluída com a bênção ecuménica e a assinatura de uma declaração conjunta com o Patriarca Bartolomeu I. A presença do Papa em Istambul, no dia 30 de novembro, coincide com a festa de Santo André, patrono da Igreja de Constantinopla. O regresso a Roma está previsto para o final da tarde.

 

3. O Papa Francisco considera que é impensável o Médio Oriente sem a presença dos cristãos. O Papa presidiu, na segunda-feira, dia 20 de outubro, a um consistório e pediu aos participantes sugestões que ajudem a resolver o conflito. “Não podemos resignar-nos a pensar o Médio Oriente sem os cristãos, onde durante dois mil anos confessaram o nome de Jesus”, afirmou o Papa na abertura do consistório para votar duas causas de canonização e para dialogar sobre a situação no Médio Oriente. Na abertura da reunião, Francisco recordou as preocupações de paz para região, particularmente no Iraque e na Síria onde o terrorismo atingiu dimensões “nunca imagináveis”. “Parece que perdemos a consciência do valor da vida humana, parece que a pessoa não conta e pode sacrificar-se diante de outros interesses”, afirmou Francisco, denunciando também a “indiferença de tantos” que assistem à perseguição de muitos cidadãos, obrigados a abandonar as suas casas “de forma brutal”. “Partilhamos o desejo de paz e de estabilidade no Médio Oriente e a vontade de facilitar a resolução dos conflitos através do diálogo, a reconciliação e o compromisso político. Ao mesmo tempo, queremos dar a maior ajuda possível à comunidade cristã para permanecer na região”, sublinhou o Papa.

 

4. Durante o Angelus, no passado Domingo, o Papa Francisco lembrou o Papa Paulo VI, como impulsionador das missões. “Ele foi um corajoso apoiante da missão ad gentes; testemunha isto sobretudo a Exortação Apostólica ‘Evangelii Nuntiandi’ com a qual quis despertar o ímpeto e o empenho pela missão da Igreja. E esta exortação ainda é atual. Tem toda a atualidade! É significativo considerar este aspeto do Pontificado de Paulo VI, justamente hoje quando se celebra o Dia Mundial das Missões”, salientou.

Nesse mesmo dia 19 de outubro, recorde-se, Francisco beatificou o Papa Paulo VI, durante a Missa de encerramento do Sínodo dos Bispos sobre a Família (ver págs.02 a 04 deste jornal).

 

5. Numa mensagem enviada ao diretor geral da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), José Graziano da Silva, a propósito do Dia Mundial da Alimentação, o Papa considerou ser “necessário reconhecer, cada vez mais, o papel da família rural e desenvolver todas as suas potencialidades”. Francisco pediu ainda uma ação permanente para ajudar quem passa fome: “Defender as comunidades rurais perante as graves ameaças da ação humana e os desastres naturais não deveria ser apenas uma estratégia, mas sim uma ação permanente que favoreça a participação na tomada de decisões, que ponha ao seu alcance tecnologias apropriadas e estenda o seu uso, respeitando sempre o meio ambiente. Atuar assim pode modificar a forma de levar a cabo a cooperação internacional e ajudar os que passam fome e sofrem desnutrição”.

O Dia Mundial da Alimentação é celebrado anualmente no dia 16 de outubro, coincidindo com a data de criação da FAO, em 1945, e teve este ano como tema ‘Agricultura familiar: alimentar o mundo, cuidar do planeta’.

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