Domingo |
À procura da Palavra
No céu e na terra
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À PROCURA DA PALAVRA

P. Vítor Gonçalves

 

ASCENSÃO DO SENHOR Ano A

"Ide e ensinai todas as nações.”

Mt 28, 19

 

Sempre tive uma secreta inveja dos pássaros. E quando os vejo de asas abertas a planar no céu vem-me um desejo de ser como o Fernão Capelo Gaivota, ou de, um dia destes, arriscar algo parecido, como um voo de parapente! Lembro-me disto porque a Ascensão de Jesus não é um voo de foguetão, mas aponta para um céu que não se encontra acima de nós, e sim, dentro de nós. Quantas vezes tenho repetido aquela palavra de S. João XXIII a paraquedistas italianos: “Meus filhos, vós que tantas vezes desceis do céu à terra, vejam lá se se esquecem de subir da terra ao céu!”. A despedida de Jesus após a ressurreição coloca o ilimitado do céu no horizonte da terra, e eleva a humanidade frágil à comunhão com Deus.

 

No envio dos discípulos Jesus revela a máxima confiança de Deus. Com o dom do Espírito, aqueles que acreditam e os que hão-de acreditar em Jesus serão testemunhos vivos do seu amor. Curiosamente o tema do dia mundial das comunicações sociais que neste domingo se celebra é, simplesmente, “Uma rede de pesso@s”, e a mensagem do Papa Francisco tem como subtítulo: “comunicação ao serviço de uma autêntica cultura do encontro”. Bem sabemos como este é um tema querido do Papa, e a recente viagem à Terra Santa mostrou-o em palavras e gestos: beijar as mãos aos sobreviventes do holocausto, parar e tocar inesperadamente no muro que separa Israel e a Palestina, abraçar os seus amigos rabi e imã da Argentina. Diz o Papa Francisco: “não se trata de reconhecer o outro como um meu semelhante, mas da minha capacidade para me fazer semelhante ao outro. Por isso, comunicar significa tomar consciência de que somos humanos, filhos de Deus. Apraz-me definir este poder da comunicação como «proximidade» […]“Abrir as portas das igrejas significa também abri-las no ambiente digital, seja para que as pessoas entrem, independentemente da condição de vida em que se encontrem, seja para que o Evangelho possa cruzar o limiar do templo e sair ao encontro de todos. Somos chamados a testemunhar uma Igreja que seja casa de todos. Seremos nós capazes de comunicar o rosto duma Igreja assim?”

Em Junho, Lisboa já se vestia habitualmente de festa, pois Santo António marca o ritmo. E este ano a vida eclesial não fica atrás: neste domingo a ordenação episcopal de D. José Traquina, a 13 a Missa e Procissão de Santo António, o Dia da Igreja Diocesana a 15, o Corpo de Deus a 22, e, a 29, festa de S. Pedro e São Paulo, as Ordenações. No meio das muitas crises pode haver espaço para a festa e para a alegria, e o novo bispo, que escolheu o lema “Alegrai-vos no Senhor”, di-lo explicitamente: “Sempre me situei na alegria da vida cristã, tendo muito presente na animação das comunidades cristãs a dimensão da festa. A festa faz mesmo muita falta; numa comunidade cristã tem de haver perdão e tem de haver festa”.

Aquele “ensinai todas as nações” que Jesus confiou aos apóstolos, não é apenas um conteúdo intelectual: é uma vida renovada com Ele. Abraça todas as dimensões humanas, leva luz à escuridão e quebra as correntes que aprisionam. Bem dizia S. Ireneu: “A glória de Deus é o homem vivo e a vida do homem é a visão de Deus”!

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