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A uma janela de Roma
“Rezai o Terço todos os dias!”
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O Papa lançou um desafio aos cristãos. Na semana em que se encontrou com os futuros padres, Francisco ordenou 13 novos sacerdotes, falou das escolas e recebeu um convite.

 

1. O Papa convidou os cristãos a rezar o Terço diariamente. “Este mês de Maria convida-nos a multiplicar diariamente os atos de devoção e imitação da Mãe de Deus. Rezai o Terço todos os dias! Deixai a Virgem Mãe possuir o vosso coração, confiando-Lhe tudo quanto sois e tendes! E Deus será tudo em todos... Assim Deus vos abençoe, a vós e aos vossos entes queridos!”, referiu o Papa Francisco, na saudação em língua portuguesa, durante a audiência-geral de quarta-feira, dia 14. Antes, durante a catequese, Francisco sublinhou que “com o dom da fortaleza, o Espírito Santo liberta o terreno do nosso coração das incertezas e medos que impedem a Palavra divina de frutificar”.

Nesta audiência, o Papa deixou dois apelos às tragédias dos últimos dias. “Convido-vos a rezar pelos mineiros que ontem morreram na mina de Soma na Turquia, e por todos os que se encontram encurralados nas galerias. O Senhor acolha os defuntos na sua casa e dê conforto aos seus familiares. Rezemos também por aquelas pessoas que nestes dias perderam a vida no Mar Mediterrâneo. Coloquem em primeiro lugar os direitos humanos e unam-se as forças para prevenir estas tragédias vergonhosas”.

 

2. O Papa alertou para o que considera o "perigo do academicismo". Foi durante um encontro com alunos dos Colégios pontifícios e Institutos de Roma, que decorreu na manhã de segunda-feira, 12 de maio, na Sala Paulo VI, no Vaticano, onde Francisco falou longamente com seminaristas e sacerdotes, sem nenhum texto preparado. "E se alguém cai neste perigo do academicismo, volta para a diocese não o padre 'tal' ou 'qual', mas o 'doutor', não? E isso é perigoso. Existem quatro pilares na formação sacerdotal: já o disse várias vezes, talvez vocês tenham ouvido. Quatro pilares: a formação espiritual, a formação académica, a formação comunitária e a formação apostólica”. Neste diálogo com seminaristas e sacerdotes provenientes do mundo inteiro, o Papa alertou: “O Senhor chamou-vos a serdes sacerdotes, presbíteros: esta é a regra fundamental. Se somente se vê a parte académica, há o perigo de cair nas ideologias, e isso faz adoecer. Adoece também a conceção de Igreja. Para compreender a Igreja é preciso entendê-la a partir do estudo, mas também da oração, da vida comunitária e da vida apostólica. Quando caímos numa ideologia, porque somos macrocéfalos, por exemplo, e seguimos por esse caminho, temos uma hermenêutica não cristã, uma hermenêutica da Igreja ideológica. E isso faz mal, essa é uma doença".

Interpelado sobre o sentido da “nova evangelização” em que tanto insistia São João Paulo II, afirmou: “Para mim, a evangelização supõe sair de si mesmo; supõe a dimensão do transcendente, da adoração de Deus, da contemplação, sempre associada ao movimento de ir ao encontro das pessoas, da gente. Sair, sair de! Para mim, é este o núcleo da evangelização. Sair significa tornar-se próximo. De todos! Saída e proximidade. Proximidade cordial, de amor, concreta, física, estar com”. Neste contexto, o Papa aludiu à homilia. “O problema das homilias aborrecidas é que não há proximidade. É na homilia que se mede a proximidade do pastor ao seu povo. Se se fala de coisas abstratas, das verdades da fé, faz-se uma conferência, não uma homilia!”, garantiu.

 

3. O Papa Francisco deixou, no passado Domingo, 11 de maio, um apelo à misericórdia, durante a Missa de ordenação de 13 novos sacerdotes, na Basílica de São Pedro. “Dói-me quando encontro gente que já não se vai confessar porque foi repreendida, correu mal, ouviram ralhar e sentiram que as portas da Igreja se fechavam na cara. Por favor não façam isto: misericórdia, misericórdia”, sublinhou o Papa, no Vaticano.

Depois da Missa, na oração do Regina Coeli, proferida perante milhares de pessoas na Praça de São Pedro, o Papa lembrou, neste Domingo do Bom Pastor, que os sacerdotes devem andar no meio dos fiéis e que estes não devem deixar de importunar os pastores para os ajudarem no caminho da fé.

 

4. O Papa avisa que a educação é uma ferramenta positiva ou negativa, mas nunca neutra. Francisco encontrou-se, no passado dia 10 de maio, com milhares de estudantes, professores e educadores de escolas católicas de toda a Itália. Na Praça de São Pedro, que recebeu mais de 300 mil pessoas, representantes de escolas de toda a Itália para defender a livre escolha na educação, o Papa lembrou qual a missão da escola na formação dos alunos. “A educação não pode ser neutra: ou é positiva ou é negativa; ou enriquece, ou empobrece; ou faz crescer a pessoa ou a deprime, ao ponto de a corromper”, referiu. “A missão da escola é desenvolver o sentido da verdade, do bem e do belo. E estes elementos juntos fazem-nos crescer e ajudam-nos a amar a vida, mesmo quando estamos mal e cheios de problemas. É sempre mais belo uma derrota limpa do que uma vitória suja”, sublinhou Francisco, concluindo: “A verdadeira educação faz-nos amar a vida e abre-nos a plenitude da vida!”.

Também neste dia 10 de maio, o Vaticano anunciou que o Papa Paulo VI vai ser beatificado, em Roma, no próximo dia 19 de Outono. Os cardeais e bispos da Congregação para a Causa dos Santos tinham aprovado, no passado dia 6, por unanimidade, o milagre atribuído à intercessão de Paulo VI, Papa entre 1963 e 1978.

 

5. O Papa pediu ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e aos chefes de várias comissões desta organização que contribuam para encorajar uma “legítima redistribuição da riqueza”. Francisco manifestou, no passado dia 9 de maio, a esperança de, assim, poder-se beneficiar “uma parte da humanidade que não partilha dos benefícios do progresso e que, de facto, é relegada para o estatuto de cidadãos de segunda”. No seu discurso aos membros da ONU, reunidos em Roma, o Papa insistiu também no reconhecimento do respeito pela “sacralidade e inviolabilidade da vida, da conceção até à morte natural”.

Durante a audiência, o Papa Francisco recebeu um convite de Ban Ki-moon para visitar a sede das Nações Unidas, em Nova Iorque.

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