Lisboa |
Torres Vedras inaugura Centro Pastoral
Uma obra para dar “atenção a tudo e a todos”
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É a paróquia de nascimento do Patriarca de Lisboa e também a paróquia que recebe, neste dia 18 de maio, a Jornada Diocesana da Juventude (JDJ). A cidade de Torres Vedras viu ser benzido e inaugurado, no passado Domingo, o Centro Pastoral, numa celebração presidida pelo filho da terra D. Manuel Clemente.

 

A construção de um Centro Pastoral era um sonho, e uma necessidade, que o padre Joaquim Pedro, pároco in solidum das paróquias de Torres Vedras, começou a ouvir falar desde o primeiro dia em que chegou a estas terras, em 1994. “Era urgente a construção do Centro Pastoral. Quando cheguei à paróquia, juntamente com o padre Dionísio, há quase 20 anos, havia aldeias que tinham mais condições para exercer o apostolado… aqui em Torres Vedras não havia nada”, recorda este sacerdote ao Jornal VOZ DA VERDADE. “Um ano depois de chegarmos, começámos a pensar e a repensar e metemos ‘mãos à obra’. No entanto, demorámos todos estes anos a conseguir inaugurar porque há sempre muitos entraves”, conta o padre Joaquim Pedro.

Após cerca de dois anos de obras, o novo Centro Pastoral de Torres Vedras foi benzido, e oficialmente inaugurado, no passado Domingo, 11 de maio, pelo Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente. Está localizado numa zona nobre da cidade, com facilidade de acessos, parque de estacionamento e dispõe dos espaços necessários às atividades sociais (centro social paroquial) e pastorais (Jornal Badaladas; Catequese: 11 salas para atividades e 2 salas de apoio para o secretariado; Escuteiros: sede com salas e serviços adequados à sua atividade; movimentos e serviços paroquiais: 3 salas multiusos com capacidade entre 20 e 40 pessoas e 1 salão nobre, para 180 pessoas). O Centro Pastoral dispõe ainda de um auditório com capacidade para mais de 750 pessoas, “para servir a paróquia, a cidade e o concelho, a vigararia, a diocese ou outras entidades”, refere um comunicado da paróquia. É também no novo Centro Pastoral que funciona o Badaladas, jornal semanário regional de inspiração cristã, fundado em 1948 e que pertence à paróquia.

 

Duas realidades torrienses

Apesar de na prática funcionar como uma única paróquia, Torres Vedras está dividida canonicamente na paróquia de São Pedro e São Tiago e na paróquia de Santa Maria e São Miguel. O espaço geográfico destas duas paróquias compreende a cidade de Torres Vedras, “com 40 mil pessoas”, e também 12 aldeias à volta, “com talvez 60 mil habitantes”, explica o pároco. “Torres Vedras é uma paróquia urbana e rural, simultaneamente”, refere o padre Joaquim Pedro. “A maior parte das pessoas são naturais de cá, mas com a autoestrada A8 a cidade desenvolveu-se muito e hoje em dia é também um pouco dormitório. Portanto, gente que trabalha em Lisboa e que vai para a capital todos os dias e regressa a Torres Vedras no final do dia”. Questionado sobre se há diferença social entre as pessoas da cidade e as da aldeia, este sacerdote salienta que essa desigualdade é visível. “Há diferenças, sim! A cidade de Torres Vedras está desenvolvida, tem um nível de vida razoável, mas depois à volta é difícil…”, frisa. O padre Joaquim é o presidente do Centro Social Paroquial de Torres Vedras e aponta que “a realidade social dos mais necessitados chega a ser chocante”. “Na nossa cantina social, a cada dia, damos 50 refeições, para aquela gente profundamente carenciada. É chocante!”, observa. O centro social, que tem 50 funcionários, “estava disperso pela cidade” mas a construção do novo Centro Pastoral reuniu tudo no mesmo espaço e “trouxe uma melhoria de condições” da creche e do jardim-de-infância, com capacidade para 112 crianças, e do apoio domiciliário para 90 utentes. “Proximamente, haverá uma nova valência, o centro de dia para 30 idosos, que está ainda dependente de acordo com a Segurança Social”, revela.

Ao nível da caridade, a paróquia tem também o Grupo de Apoio aos Carenciados, que assiste os mais necessitados e que “permite envolver os jovens para a sensibilidade social”. Há menos de dez anos, a paróquia de Torres Vedras organizou também a Clínica da Solidariedade, em colaboração com a Câmara Municipal, e que está presente bem no centro da cidade. “É um espaço em que médicos no ativo ou já na reforma, cristãos e não cristãos, dão consultas gratuitas a pessoas devidamente sinalizadas por nós. Temos dentistas, oftalmologistas, otorrinos, clínica geral, psicólogos…”, conta o pároco. ‘O mundo das roupas’ é a resposta que esta Igreja local dá ao nível do vestuário. “Todos os dias, um grupo de voluntários de 15 pessoas recolhe, seleciona, divide, arruma e entrega roupa a quem precisa. É tudo gratuito e todos os dias temos ‘clientes’”, descreve.

 

Mais de mil

Ordenado sacerdote em 1979, o padre Joaquim Pedro chegou às paróquias de Torres Vedras, acompanhado do padre Dionísio, há quase 20 anos, que deverão ser completados em outubro próximo. São os dois párocos in solidum desde o primeiro dia. “Nestes anos, temos feito uma aposta na catequese, de crianças, adolescentes e jovens. Depois, tivemos sempre a preocupação de dar condições físicas, espaços, à paróquia. Tínhamos igrejas, algumas a precisar de restauro, mas faltavam salas, capelas mortuárias…”.

Ao longo dos anos, o padre Joaquim Pedro destaca igualmente “a aposta grande dada ao acompanhamento dos movimentos e obras” presentes na paróquia. “Não há movimento nenhum que não seja acompanhado uma ou duas vezes por mês por um dos padres. Julgo que para os movimentos é muito importante terem a presença sacerdotal. E nós próprios procuramos dar dinamismo constantemente”.

Voltando à catequese, os números indicam que a paróquia de Torres Vedras tem, atualmente, mais de mil catequizandos. “Temos 1043 crianças e adolescentes na catequese em toda a paróquia, portanto cidade e aldeias. Do 1º ao 10º catecismo! Penso que é um número muito bom!”, refere, satisfeito, este sacerdote, de 60 anos, apontando que a paróquia conta “com cerca de 150 catequistas”. A explicação para esta elevada presença, segundo o pároco, pode estar relacionada com os novos manuais. “O facto de pegarmos nos catecismos e nas sugestões que nos dão, de realização de festas e reuniões de pais, dinamiza muito toda a catequese”. Por outro lado, pode estar relacionado com “o envolvimento cristão da zona, que tem uma matriz cristã acentuada”.

Anualmente há a celebração do Crisma em Torres Vedras, “com uma média de 70 crismandos por ano”. E o desafio permanente, de acordo com o padre Joaquim Pedro, é “integrar estes jovens em pequenos grupos: o chamado itinerário juvenil”. “Ainda nos ‘fogem’ muitos jovens. Este ano, por exemplo, vamos crismar mais de 80, no próximo dia 1 de junho, e tenho a impressão que vão ficar cerca de 10 no itinerário juvenil…”, lamenta.

 

Envolver

A pastoral juvenil torriense é diversificada. “Há o itinerário juvenil, depois temos aqueles jovens mais animadores e dinamizadores que espalhamos pelos vários grupos e que agora, recentemente, também eles formaram o próprio grupo, que eu achei interessante: são o ij+, porque alguns deles têm mais de 30 anos”, frisa o padre Joaquim Pedro, sublinhando igualmente a forte presença escutista em Torres Vedras: “Temos escuteiros e é um grupo que integra 140 elementos, incluindo dirigentes. É um muito bom agrupamento, com grupo coral, que anima todos os meses uma celebração eucarística”.

A paróquia, através do Movimento Teresiano de Apostolado, que “tem uma dinâmica muito própria”, conta com a presença de duas irmãs Teresianas que acompanham jovens e adultos. “Temos também as Equipas de Jovens de Nossa Senhora e de Santa Maria, temos casais de Nossa Senhora e de Santa Maria, temos Carismáticos, Cursistas”. Envolver as pessoas e as realidades dos grupos e movimentos em toda a pastoral tem sido a preocupação dos padres Joaquim Pedro e Dionísio. “Essa tem sido a preocupação constante. Movimentos, catequese, juventude, escuteiros, etc., não viverem ‘isolados’… não é fácil, porque envolve muita gente, mas não há realidade nenhuma que não nos tenha presente! Até criámos um conselho pastoral juvenil, que reúne três vezes por ano, para os escutar”, garantem. “Graças a Deus, há comunhão na paróquia de Torres Vedras”, assegura o padre Joaquim Pedro. “O principal desafio é manter em bom ritmo tudo o que temos! Continuarmos presentes, continuarmos a anunciar a Boa Nova de Nosso Senhor Jesus Cristo e ter atenção a tudo e a todos!”, concretiza.

 

Colegas de curso

A cidade de Torres Vedras é conhecida também por ser a terra do atual Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente. “É porventura o filho mais ilustre desta terra”, observa o pároco. Batizado na igreja de São Pedro, a igreja paroquial, o torriense D. Manuel viveu e cresceu nesta terra durante muitos anos. “Ele gosta sempre de vir cá, todos os anos, celebrar o aniversário do seu batismo”, conta o padre Joaquim Pedro. A satisfação por ver um filho da terra nomeado Patriarca foi grande entre as gentes de Torres Vedras. No entanto, as festas de homenagem a D. Manuel Clemente começaram há mais anos. “Foi uma alegria quando foi nomeado Bispo Auxiliar de Lisboa, em 1999. Nestes anos todos, já lhe organizámos três festas: quando foi feito Bispo, em 1999-2000, quando fez 25 anos de padre, em 2004, e agora quando foi feito Patriarca foi uma festa enorme! D. Manuel foi nomeado em maio de 2013, tomou posse em julho e em 27 de outubro, no dia da cidade, fizemos-lhe uma grande festa! Foi um momento de grande união da paróquia”, recorda este sacerdote, sublinhando a amizade que une os torrienses ao Patriarca. “Há muita gente da terra que é amigo pessoal do senhor Patriarca e que gosta de o ver. Ele anda por aí a pé e contacta com todos”, aponta o padre Joaquim Pedro, que durante cinco anos foi colega de curso de D. Manuel Clemente. “Fomos ordenados diáconos juntos, mas depois ele foi ordenado sacerdote em 29 de junho de 1979, para poder ir para Roma, e eu foi ordenado em 18 de novembro desse ano”.

 

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JDJ: Patriarca encontra-se com os jovens, em Torres Vedras

A cidade de Torres Vedras acolhe este Domingo, 18 de maio, a Jornada Diocesana da Juventude (JDJ). Numa mensagem-vídeo (www.alturl.com/78fni), divulgada pelo Serviço da Juventude do Patriarcado, o Patriarca de Lisboa sublinha a importância destes encontros juvenis. “Nós precisamos de momentos assim, em que nos encontramos, provindos das diversas paróquias e movimentos juvenis na diocese, para ganharmos maior consciência ainda de Igreja, de uma Igreja que nos acolhe, de uma Igreja que nos envia, para que, jovens para os outros jovens, todos sejam sinais de Jesus Cristo, da Boa Nova do Evangelho e da esperança que Ele abre nos corações e nas vidas. Por isso, meus amigos, até 18 de maio, em Torres Vedras!”, desafia D. Manuel Clemente. Ao Jornal VOZ DA VERDADE, o pároco de Torres Vedras sublinha a importância do testemunho. “É agradável recebermos a Jornada! Para a juventude torriense será bom verem que há mais jovens como eles, católicos!”, manifesta o padre Joaquim Pedro.

A partir das 10h da manhã, os vários momentos da JDJ são conduzidos à luz do tema que o Papa Francisco escolheu para a XXIX Jornada Mundial da Juventude, ‘Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus’ (Mt 5, 3).

O site do Patriarcado de Lisboa (www.patriarcado-lisboa.pt) e o Meo Kanal 210021 (após carregar na tecla verde do comando Meo) vão transmitir alguns dos momentos desta JDJ, como o encontro com D. Manuel Clemente (10h30) e a Missa (17h30).

Informações: www.juventude.patriarcado-lisboa.pt

texto por Diogo Paiva Brandão; fotos por Diogo Paiva Brandão e Jornal Badaladas
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