Papa |
A uma janela de Roma
Papa entrega ‘A alegria do Evangelho’
<<
1/
>>
Imagem
Na semana em que termina o Ano da Fé, o Papa Francisco falou da importância do sacramento da Reconciliação, receitou a ‘Misericordina’ e o novo Secretário de Estado do Vaticano assumiu funções. Um jornalista recebeu um telefonema do Papa.

 

1. Termina este Domingo o Ano da Fé. Na Missa a que vai presidir, na Praça de São Pedro, o Papa Francisco vai entregar simbolicamente a Exortação Apostólica ‘Evangelii gaudium’ (‘A alegria do Evangelho’) a 36 pessoas, de 17 diferentes países, representando a diversidade de situações no interior da Igreja e na sociedade: um bispo, um padre e um diácono; um religioso e uma religiosa; um seminarista e uma noviça; uma família; pessoas recentemente crismadas; catequistas; jovens; representantes de confrarias e de movimentos eclesiais; e finalmente, dois artistas (um escultor japonês e uma pintora polaca) e dois jornalistas. A um invisual, o Papa vai entregar a exortação apostólica em versão auditiva, num CD-rom. Na celebração deste Domingo, em que as relíquias de São Pedro vão ser expostas ao público pela primeira vez, vão participar cerca de 500 catecúmenos, de 47 diferentes nacionalidades, dos quatro cantos do mundo, desde a China à Mongólia, até à Rússia, ao Egipto, a Marrocos e a Cuba.

Outro dos momentos conclusivos do Ano da Fé foi a visita que o Papa realizou na quinta-feira ao Mosteiro das Monjas Camaldolesas, na colina do Aventino, na Jornada das Religiosas de Clausura.

 

2. O Papa Francisco sublinhou a importância da confissão dos pecados e revelou que ele próprio se confessa quinzenalmente. “Também os sacerdotes se têm de confessar, também os bispos, todos somos pecadores. Também o Papa se confessa, de 15 em 15 dias, porque o Papa também é um pecador, e o confessor ouve as coisas que eu lhe digo, aconselha-me e perdoa-me, porque todos temos necessidade deste perdão”, declarou, na habitual audiência-geral das quartas-feiras, no Vaticano. A reflexão do Papa vinha a propósito do Evangelho do dia, em que Jesus dá aos seus apóstolos o poder de perdoarem os pecados. Segundo Francisco, com base nisso a Igreja também pode perdoar, contudo: “A Igreja não é dona do poder de perdoar os pecados, é servidora”. As recomendações do Papa Francisco não se dirigiram apenas a leigos, mas também aos sacerdotes, com o Papa a dizer que “um padre que não tenha capacidade de ouvir, ser simpático e encorajar, não deve ouvir confissões até que mude de atitude”.

Já depois da sua catequese, o Papa recordou as vítimas da intempérie que fez várias vítimas na Sardenha, na noite de Domingo para segunda-feira.

 

3. O Papa Francisco associou-se, no Vaticano, ao Dia Mundial em Memória das Vítimas da Estrada, que se assinalou no passado Domingo, dia 17, pedindo respeito pelas regras de trânsito. “Asseguro a minha oração e encorajo a prosseguir o compromisso da prevenção, para que a prudência e o respeito pelas regras sejam a primeira forma de tutela de si e dos outros”, disse, após a recitação da oração do Ângelus, perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro. Mais de 97 mil acidentes rodoviários ocorreram este ano nas estradas portuguesas, segundo a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, e provocaram 426 vítimas mortais, uma diminuição face aos 497 mortos no mesmo período, em 2012.

No final do tradicional encontro dominical na Praça São Pedro, o Papa Francisco recomendou um “remédio espiritual” chamado ‘Misericordina’, que foi distribuído por voluntários aos presentes, dizendo, em tom de brincadeira: “Alguém pode perguntar: o Papa é um farmacêutico agora?”. Este ‘remédio espiritual’ é uma pequena caixa, lembrando uma caixa de remédio, contendo no seu interior uma imagem de Jesus da Misericórdia, um terço com as 59 contas, acompanhado de uma ‘bula’ com ‘prescrições’ e posologia, como por exemplo, procurar um local silencioso e ajoelhar-se diante de uma imagem de Jesus da Misericórdia. O Papa observou que com aquele Terço poderia ser rezado o Terço da Misericórdia, “ajuda espiritual para a nossa alma, para nossa vida e para divulgar em todo lugar o amor, o perdão e a fraternidade”. E insistiu: “Não se esqueçam de pegá-la, porque faz bem! Faz bem ao coração, à alma e para toda a vida”.

 

4. O novo Secretário de Estado do Vaticano, D. Pietro Parolin, entrou esta semana em funções. Recorde-se que um inesperado problema de saúde tinha impedido este arcebispo de participar, a 15 de outubro, na cerimónia de tomada de posse, com a participação do Papa. Operado de urgência em Pádua, D. Parolin regressou sábado a Roma após um mês de convalescença, estando a morar com o Papa Francisco na Casa de Santa Marta.

 

5. Um dos dois jornalistas que perdeu o emprego numa rádio católica italiana depois de ter escrito um artigo de opinião crítico do Papa Francisco recebeu, mais tarde, um telefonema de apoio do próprio Papa. Mario Palmaro é um conhecido católico de tendência tradicionalista e conservadora e reagiu mal à entrevista a Francisco publicada por Eugenio Scalfari no jornal ‘La Repubblica’. Mario Palmaro, juntamente com Alessandro Gnocchi, escreveu um artigo a dar conta da sua preocupação com algumas das afirmações alegadamente feitas pelo Papa nessa entrevista, bem como relativamente à atitude de Francisco em relação ao pontificado em geral. Após a publicação do texto, os dois jornalistas foram despedidos pela Radio Maria, onde trabalhavam. Entretanto, a 1 de novembro, Mário Palmaro, que está gravemente doente, foi surpreendido por um telefonema do Papa, que ligou para manifestar a sua preocupação com o seu estado de saúde. Durante a conversa, Francisco disse que compreendia "que as críticas tinham sido feitas por amor".

Aura Miguel, à conversa com Diogo Paiva Brandão
A OPINIÃO DE
Pedro Vaz Patto
Foi muito bem acolhida, pela generalidade da chamada “opinião pública”, a notícia de que...
ver [+]

Guilherme d'Oliveira Martins
Quando Jean Lacroix fala da força e das fraquezas da família alerta-nos para a necessidade de não considerar...
ver [+]

Tony Neves
É um título para encher os olhos e provocar apetite de leitura! Mas é verdade. Depois de ver do ar parte do Congo verde, aterrei em Brazzaville.
ver [+]

Tony Neves
O Gabão acolheu-me de braços e coração abertos, numa visita que foi estreia absoluta neste país da África central.
ver [+]

Visite a página online
do Patriarcado de Lisboa
EDIÇÕES ANTERIORES