Missão |
Eugénia Costa Quaresma
É no silêncio que vai crescendo
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Eugénia Costa Quaresma nasceu no dia 17 de Julho de 1975, em Lisboa. Filha de Edilberto e Hirondina, ambos com nacionalidade portuguesa e origem S. Tomense, é a primeira de três filhos, todos educados com valores cristãos e frequentadores assíduos da catequese.   Estudou do 1º ao 12º ano sempre perto de casa, na atual cidade da Amora. Em 1999 licenciou-se em Psicopedagogia Curativa, na Universidade Moderna de Lisboa e dois anos mais tarde fez uma especialização em teorias e técnicas Psicopedagógicas, seguido de um estágio no Rio de Janeiro.


Construindo uma parábola de Comunhão e Amor

Foi batizada no dia 26 de Abril de 1976, na Paróquia Nossa Senhora do Monte Sião, Amora. Foi nesta paróquia que cresceu como filha de Deus e leiga comprometida com a igreja. “Recordo as datas da minha primeira comunhão (7 de Maio 1982), profissão de fé (Junho de 1988) e crisma (8 de Julho de 1990). As Palavras do bispo de Setúbal, durante a homília na altura foram determinantes para prosseguir a vida em igreja inserida num grupo de jovens, a paróquia de Amora sempre teve mais do que um grupo de jovens, e a minha escolha recaiu sobre o Exodus. Não é possível falar da sua existência sem falar da passagem por este grupo, foi ali, onde permaneceu dos 15 aos 29 anos, que encontrou um espaço onde pôde desabrochar como pessoa, amada por Deus e por isso crente. “Ser Exodus faz parte da minha identidade, pois só na medida em que saio de mim, para ir ao Encontro dos outros e de Deus é que me descubro, mais e mais. Há dois lemas que conduziram a sua razão de existir e refletem a maturidade que foi conquistando: A vida é uma festa vamos viver em festa. Vamos construir uma parábola de comunhão e de amor.” Muitas foram as experiências vividas em grupo que marcaram Eugénia e a identificam até hoje: estar ao serviço da comunidade, dos mais pequeninos, dos idosos, doentes pondo a render talentos como a criatividade, declamação de poesia, escrita criativa, contribuíram para vencer medos, obstáculos, fazer caminho com outros que procuravam o mesmo que ela. Exodus foi espaço, foi semente, são amigos, é vida que continua em Eugénia, onde quer que Eugénia vá sabe que dará testemunho das grandes lições que lá colheu. “Sou profundamente grata a todos os que contribuíram para a minha formação humano-cristã. (missionários e missionárias de diferentes congregações: scalabrinianos, franciscanos, fraternidade, verbum dei, redentoristas, diocesanos… e todos aqueles que se foram cruzando no meu caminho)”


Descoberta do que é ser Igreja

Foi durante este tempo que fez a descoberta de que ser igreja é muito mais do que pertencer a uma paróquia, vigararia ou diocese. Porque num dado momento foi uma das animadoras do grupo e por isso Representante da EPPJ (Equipa paroquial da pastoral juvenil e nessa qualidade fiz parte da Evipagil (Equipa vicarial da pastoral juvenil). Participar das Jornadas Mundiais da Juventude, em Roma, no ano 2000, contribuiu e muito para entender a dimensão universal e o que significa ser católico, ligado ao Papa. E teve uma outra dimensão que descobriu in loco: a vida e o carisma de alguns santos da Igreja, destaca os que a tocaram mais: Sto Inácio de Loyola (Espanha), Santa Teresa Dávila (Espanha), Santa Catarina de Sena (Itália), S. Francisco de Assis (Itália), Santa Maria Madalena (França). A morte do seu irmão nesse ano foi crucial para entender que é cristã. Acredita na Ressurreição, na vida eterna. “Sou cristã não para que nada de mal me aconteça mas sim para enfrentar o (s) sofrimento (s) com a serenidade de que Deus está sempre presente pega-nos ao colo quando mais precisamos, ou então abençoa-nos com a presença dos amigos.”


A família como uma Missão

Em 2004 casou-se numa cerimónia bonita marcada pela interculturalidade comprometendo-se com outra forma de amar, ser esposa e mãe sem perder a sua identidade como mulher cristã. Do seu casamento floresceram duas filhas: uma com quatro anos e outra de 8 anos. “Com o nascimento das minhas filhas pedi para deixar de distribuir a comunhão. A maternidade é um outro chamamento numa outra dimensão que exige de mim o amor traduzido em paciência, respeito pelo ritmo próprio de cada uma, conjugação de esforços.” 


O Trabalho como descoberta

Eugénia trabalha desde 2001 num organismo da Conferência Episcopal Portuguesa, a OCPM. Aqui descobriu a pastoral da mobilidade humana, descobriu que a história da sua existência está marcada pelas migrações e pelo mar. E é neste local de trabalho que tem vindo a descobrir uma outra face da Igreja, em diálogo com o mundo. “ É um lugar onde me sinto chamada a partilhar com os outros a minha capacidade de escuta, capacidade de compreender e ajudar o outro a sentir digno, valorizado independentemente da sua origem. Acredito na diversidade, e no diálogo intercultural e intereligioso.

Desde há um ano que conjuga o seu trabalho com a Academia Unbuntu. Esta academia Recorda-a que a hospitalidade, respeito, partilha, cuidado, confiança, generosidade, são noções possíveis de serem concretizadas e necessárias ao nosso processo de humanização. “… E aprende-se de um modo informal a refletir e experimentar esta necessidade que é a liderança servidora. Conhecendo a vida de grandes modelos para a humanidade, como Nelson Mandela, Martin Luther King, Desmond Tutu, Mahatma Gandhi and Aung San Suu Kyi, Aristides Sousa Mendes. Registo algumas aprendizagens importantes a nível do sentido de pertença: a importância da interdependência, a sede e o desejo de aprendermos uns com os outros a nível pessoal e a certeza de que podemos provocar a cooperação e o diálogo entre nações a partir de projetos muito concretos. A capacidade de sonhar e concretizar projetos que mexem positivamente com a nossa sociedade, partindo da comunidade de cada um.”

texto por Vanessa Furtado, FEC – Fundação Fé e Cooperação
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