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A carta do Cardeal Bergoglio ao Padre Werenfried van Straaten
“Por favor, rezem também por mim”
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É uma simples carta de agradecimento. Tem apenas quatro parágrafos e nota-se logo a ausência de qualquer brasão cardinalício ou de qualquer elemento gráfico relevante. A carta do “Arzobispo de Buenos Aires”, Cardeal Jorge Mario Bergoglio, tem a data de 27 de Fevereiro de 2001, é dirigida ao Padre Werenfried van Straaten e demonstra o afecto que o actual Papa já então nutria pela missão da Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).

 

Hoje, esta carta ganha um inesperado valor. Não apenas pelas palavras afectuosas que D. Jorge Bergoglio escreveu ao fundador da AIS, agradecendo a presença dos representantes da Fundação AIS no consistório em que foi elevado à dignidade de cardeal, mas especialmente pela visão comum do trabalho da Igreja para os dias de hoje. “Compartilho as suas opiniões relativamente ao desejo do Santo Padre para o crescimento e aprofundamento da fé católica no meu país”, confidenciou o cardeal ao Padre Werenfried, acrescentando que, “na Arquidiocese de Buenos Aires temos vindo a realizar a ‘Missão Arquidiocesana’ desde há três anos”. E explica do que se trata: “nós visitamos cada casa, cada pessoa até a mensagem do Evangelho atingir todas as diferentes áreas pastorais - crianças, jovens, família, mundo do trabalho, responsáveis ​​políticos, doentes, presos, etc..”

 

Fidelidade do Evangelho

Hoje, quando o Papa Francisco afirma querer “uma Igreja pobre”, seguindo o ideário de São Francisco de Assis, sabe bem do que fala. Nos bairros miseráveis dos subúrbios de Buenos Aires, onde a pobreza é extrema e contrasta violentamente com o luxo excessivo e tantas vezes quase ostensivo das zonas nobres da cidade, a Igreja é quase sempre a única mão amiga, a única ajuda desinteressada, o único apoio de centenas e centenas de pessoas. Trata-se, escreveu o próprio cardeal à Fundação AIS, “de um trabalho árduo a cargo de toda a Arquidiocese”, e que precisa de ser amparado.
Por isso, D. Jorge Mario Bergoglio agradeceu ao Padre Werenfried o mais importante de todo o apoio que a Fundação AIS possa oferecer à Igreja na Argentina: as orações. “Peço que orem por este trabalho missionário”, escreveu o cardeal. “Prometo-lhe que rezo pelos trabalhadores e benfeitores da AIS. Também vou rezar por si, de quem guardo uma excelente memória”, recordando “a conversa que tivemos há mais de vinte anos”...
A carta termina com um agradecimento ao responsável pela Fundação AIS.  “Obrigado por tudo que tem feito pela Igreja. Por favor, rezem também por mim”.

 

Igreja pobre

Esta simples carta, arquivada ao lado de centenas de outras que tiveram como destinatário o Padre Werenfried van Straaten, ganha agora outra luz, desde que o seu autor foi eleito como Santo Padre, sucedendo a Bento XVI. Curiosamente, porém, dir-se-ia que nada mudou nestes dez anos. O trabalho missionário de que falava o Cardeal de Buenos Aires é seguramente o mesmo de que fala hoje o Papa Francisco quando diz que deseja “uma Igreja pobre”; quando explica que, “sem Jesus Cristo, podemos ser uma ONG piedosa, mas não a Igreja”.
Nos bairros pobres de Buenos Aires, onde a Igreja sofre, o Cardeal Borgoglio tomou conhecimento do trabalho e da missão concreta da Fundação AIS. Hoje, talvez mais do que nunca, a Igreja precisa de voltar ao essencial, a ser esperança para os que mais sofrem, a secar as lágrimas dos que choram, a ser pobre com os pobres.

 

Saiba mais em www.fundacao-ais.pt

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