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A uma janela de Roma
Cardeais expressam gratidão pelo ministério de Bento XVI
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Terminou o Pontificado de Bento XVI, com os cardeais a enviarem um telegrama ao agora Papa Emérito. Em Roma, a data do Conclave ainda não foi anunciada, mas já decorre a preparação da Capela Sistina. Bento XVI foi um Papa marcante.

 

1. Os cardeais presentes em Roma para a congregação geral decidiram enviar um telegrama a Bento XVI, agradecendo o seu trabalho à frente da Igreja durante oito anos. A decisão foi tomada por unanimidade e a missiva é assinada pelo Cardeal Sodano, o decano do Colégio Cardinalício.

O telegrama fala de “gratidão” por parte dos cardeais, “por tudo o que fez”, fala de um “luminoso ministério petrino” e do “grande exemplo através de generosa solicitude pastoral para a Igreja e o mundo inteiro”. Os cardeais agradecem ainda o “trabalho incansável na Vinha do Senhor” desempenhado por Bento XVI e pedem que ele continue a rezar por eles e por toda a Igreja.

 

2. Os cardeais presentes em Roma para as congregações gerais, que reúnem todos os cardeais independentemente da idade, estiveram na passada quarta-feira na Basílica de São Pedro, onde rezaram pela Igreja, diante do túmulo de Pedro. A celebração terá início com o Terço do Rosário (mistérios gloriosos), em latim e italiano. Segue-se a exposição solene do Santíssimo Sacramento, com um tempo de adoração; finalmente, a recitação de Vésperas, presididas pelo cardeal Angelo Comastri, arcipreste da Basílica, concluindo com a bênção do Santíssimo.

A data do Conclave ainda não foi anunciada. Na terça-feira, os cardeais decidiram que as congregações gerais vão ter lugar apenas de manhã, permitindo aos presentes passar mais tempo livre uns com os outros, o que é considerado um aspeto essencial para trocas de ideias e formação de opiniões.

Dos cardeais eleitores que ainda faltavam chegar a Roma, três deles participaram quarta-feira, pela primeira vez, na congregação geral: o o Patriarca-emérito dos coptas, Antonios Naguib, que está a recuperar de um AVC sofrido no início do ano, o cardeal alemão Lehmann, de Mainz, e o cardeal John Tong, de Hong Kong. Até à data de fecho desta edição, os únicos cardeais eleitores ainda ausentes eram o cardeal Nicz, polaco, arcebispo de Varsóvia, cuja chegada estava prevista para a tarde de quarta-feira, e o cardeal Pham Minh-Man, do Vietname, que deverá ter chegado quinta-feira. O diretor da sala de imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi, informou que, ao contrário do que tinha sido indicado, não é necessário esperar por todos os cardeais eleitores para se marcar a data do Conclave, basta que a data tenha em conta a possibilidade de todos os eleitores chegarem a tempo.

Em conferência de imprensa, o padre Lombardi revelou ainda que durante as congregações gerais já usaram da palavra 33 cardeais, representando todos os continentes, para falar de assuntos ligados à administração da Igreja e que poderão ter influência na escolha do próximo Papa.

 

3. A Capela Sistina, local onde vai decorrer o Conclave, foi encerrada ao público na passada terça-feira, para serem iniciados os trabalhos de preparação para a eleição do novo Papa. De acordo com a Rádio Vaticano, o encerramento inclui o percurso pela Capela Sistina, o apartamento Borgia e a coleção de Arte Religiosa Contemporânea. A emissora pontifícia adiantou ainda que esta será a 25ª vez que o Conclave, instituído no século XIII, vai decorrer neste espaço.

Entre as tarefas a realizar na Capela Sistina está a deteção de eventuais meios audiovisuais destinados a espiar o processo de escolha do novo Papa. O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, explicou que é necessário construir uma plataforma sobre o pavimento original, para além da colocação de duas salamandras: numa são queimados os boletins de voto; noutra é produzido o fumo que dá conta do resultado da eleição, negro ou branco, para o exterior.

 

4. Sei, a partir de agora, que tenho Bento XVI a rezar por mim, pela Igreja e pela humanidade inteira. Sei que ele está na Cruz, junto a Cristo sofredor. É como uma força escondida que eleva este mundo tão confuso, triste e angustiado, tão alheio à bondade de Deus. A partir de agora, o ministério de Bento XVI fica escondido aos nossos olhos, mas – talvez por isso mesmo – abraça uma missão ainda mais importante do que aquela que cumpriu magistralmente nestes oito anos.

Com a explicação que Bento XVI deu sobre a sua vida e aquilo que vai fazer, ficou evidente que o critério da sua decisão não foi o da eficácia com que a maioria dos “media” olhou para a sua renúncia – houve mesmo quem adiantasse que Ratzinger estava farto e que finalmente ia escrever livros, estando aliviado por deixar o cargo que tinha.

Ora, na sua última audiência-geral, ficou bem claro que não é nada disso, bem pelo contrário. O que fica para sempre é uma decisão de grande paternidade, ao ponto de eu própria me sentir abraçada na explicação que ele deu.

Ou seja, que o “descanso” e a “segurança” que eu tinha em saber que Bento XVI era o Papa, agora essa certeza continua porque, como ele disse, permanece na Cruz, junto do Senhor crucificado, a interceder por mim e por todos, e pelos destinos da Igreja e da humanidade.

Portanto, estou grata por ter testemunhado este grande momento histórico que me fez crescer na fé, Para ser justa, Bento XVI, com a decisão de tomou e as últimas palavras que proferiu no final do seu pontificado, confirmou a minha fé.

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