Lisboa |
3ª Catequese Quaresmal
Profissão da fé da Igreja é testemunho para o mundo
<<
1/
>>
Imagem
Video

O Cardeal-Patriarca de Lisboa recordou, na 3ª Catequese Quaresmal, que “o sublinhar de perspetivas individuais na afirmação da fé enfraquece a comunhão da Igreja”. A preocupação foi manifestada, no passado sábado, 2 de março, na Sé Patriarcal de Lisboa, na Catequese que foi lida por D. Joaquim Mendes, Bispo Auxiliar de Lisboa.

 

Desde o final do mês de fevereiro que o Cardeal-Patriarca de Lisboa se encontra em Roma, onde vai participar no Conclave para a eleição do futuro Papa. Por esse motivo, as próximas catequeses quaresmais vão ser lidas pelos Bispos Auxiliares. Desta forma, nesta 3ª Catequese Quaresmal, com o título ‘A Fé da Igreja’, D. José Policarpo, sublinhou que a fé católica, professada pelos crentes católicos, não é uma fé individual. “Os crentes católicos ao proclamar a sua fé fazem-no confessando a Fé da Igreja”, refere o Patriarca de Lisboa apontado esta como “uma questão importante em todos os tempos” mas de modo particular, “no nosso tempo”.

Segundo D. José Policarpo, esta sensibilidade particular à liberdade individual “pode levar a um certo individualismo que relativiza a identificação com a comunidade a que se pertence”, algo que foi já, de certo modo apontado, pelo recente estudo sociológico encomendado pela Conferência Episcopal Portuguesa. Lembrando que este estudo revelou “a relativização do sentido de pertença a uma comunidade, a família, a paróquia, a diocese, a Igreja Universal”, o Patriarca de Lisboa alertou neste seu texto para o facto de que “se não se assume completamente esta pertença, pode cair-se facilmente numa fé individual, acreditando no que se quer e da forma que se achar melhor”.

 

Igreja como corpo

Segundo esta concepção de Igreja, recordada por D. José Policarpo, a natureza da Igreja tem, por detrás, “um nós coletivo”, “uma verdadeira comunidade”.  “Cada um de nós, a Igreja como ‘corpo’ pode realmente confessar a fé, dizer ‘eu creio’”, frisou  acentuando que “a oposição não pode ser entre o coletivo e o individual, mas entre o pessoal e o comunitário”. “O facto de a minha fé ser a fé da Igreja não lhe tira a qualidade de fé pessoal”, garante. “Significa, isso sim, que eu me identifico como pessoa, não apenas pela minha inteligência e pela minha liberdade, mas também na minha adesão total à comunidade a que pertenço, a qual, tratando-se de uma comunidade crente, exige a profissão da mesma fé”.

 

Expressão da unidade da Igreja

As catequeses quaresmais de D. José Policarpo têm, este ano, a tónica do Ano da Fé e da celebração dos 50 anos do início do Concílio Vaticano II. Nesse sentido, o Patriarca de Lisboa ressalva que “a fé que repassa todos os documentos do Concílio é verdadeiramente a fé da Igreja, que os padres conciliares assumiram como fé pessoal”. O que, segundo o Cardeal-Patriarca, “sublinha a grandeza da nossa fé, garante-lhe a solidez, porque afirmada ao longo dos séculos, numa Tradição viva, por comunidades tão diferentes culturalmente”. Desse modo, remata D. José Policarpo, “a fé da Igreja é uma das expressões da unidade da Igreja”.

 

Lugar à diferença

No entanto, nesta dimensão unitária há lugar para a diversidade. “Aliás esta unidade na confissão da mesma fé permite as diferenças e a variedade na Igreja”, acentua D. José Policarpo, referindo que “esta adesão à mesma fé é obra do Espírito Santo”.

Segundo o Patriarca de Lisboa “a comunhão com Cristo, no Espírito Santo, garante à Igreja a infalibilidade da fé”, e esta garantia, “que é de todo o Povo crente, só é dada à fé de cada membro da Igreja se a sua fé for a ‘fé da Igreja’”, refere alertando para o facto de “visões individualistas da fé” ficarem “sujeitas ao erro e ao desvio das verdades da fé”.

 

Fazer da profissão da fé, oração pessoal

Na Igreja, os crentes são convidados à profissão da fé, um gesto que “explicita a fé com que celebramos os sacramentos”, explica D. José Policarpo, salientando, também, que “as fórmulas de profissão da fé podem e devem tornar-se em formas de oração pessoal, levando os crentes a essa harmonia entre a fé pessoal e a fé da Igreja”. Lembrando o apelo, do então Papa Bento XVI quando proclamou o Ano da Fé, sugerindo que se rezasse diariamente a Profissão da Fé, o Patriarca de Lisboa acentuou que a profissão da mesma fé “é um testemunho que a Igreja presta à humanidade, tão necessitada de modelos que seja estímulos”.

texto e foto por Nuno Rosário Fernandes
A OPINIÃO DE
Pedro Vaz Patto
Foi muito bem acolhida, pela generalidade da chamada “opinião pública”, a notícia de que...
ver [+]

Guilherme d'Oliveira Martins
Quando Jean Lacroix fala da força e das fraquezas da família alerta-nos para a necessidade de não considerar...
ver [+]

Tony Neves
É um título para encher os olhos e provocar apetite de leitura! Mas é verdade. Depois de ver do ar parte do Congo verde, aterrei em Brazzaville.
ver [+]

Tony Neves
O Gabão acolheu-me de braços e coração abertos, numa visita que foi estreia absoluta neste país da África central.
ver [+]

Visite a página online
do Patriarcado de Lisboa
EDIÇÕES ANTERIORES