Missão |
Paulo Costa, da ONGD Rosto Solidário, dos Missionários Passionistas
Trazer o sonho do futuro para a realidade
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Paulo Costa nasceu na Póvoa de Varzim, a 5 de Fevereiro de 1980, no seio de uma família humilde. Cresceu no meio das obras, dos pedreiros e das pessoas simples, que o marcaram profundamente. Grande parte da infância é passada na Basílica do Sagrado Coração de Jesus. Desses tempos, recorda “os verões que passava com o meu pai nas obras que lá fazia, a catequese, primeira comunhão, profissão de fé e a entrada no grupo de acólitos.” Depois da profissão de fé, Paulo Costa afasta-se lentamente da Igreja.

 

Opção pela economia e pela vida em Igreja

Em 1998 ingressa no curso de Economia, na Faculdade de Economia do Porto. Os primeiros anos foram difíceis, pois Paulo sentia que o curso era demasiado teórico e muito abstrato. Só no final da licenciatura entrou em contacto com disciplinas que iam ao encontro das preocupações que tinha com a realidade concreta, com o desenvolvimento e o crescimento económico.

Foi nos anos em que frequentava a faculdade que se reaproximou da Igreja. Em 2000 assume-se adulto na fé, faz o Crisma e conhece o CREU (Pastoral Universitária dos Jesuítas, no Porto), que altera o rumo da sua vida. Pouco depois faz pela primeira vez exercícios espirituais de três dias que o levaram a assumir a espiritualidade inaciana. “Descobri um Deus próximo, um Senhor da história que nos leva a comprometer ativamente com ela, no sentido de a construir e aprimorar”.

 

Missão em Angola

Quando Paulo Costa termina o curso, em 2003, tem como principais prioridades ganhar dinheiro e independência. No entanto, apesar de comprometido na Igreja não se sentia preenchido. Apesar de ganhar dinheiro não se sentia realizado. “Quanto mais fazia, mais sede tinha…”. No ano seguinte, conhece uma leiga missionária e decide que é o momento de também ele entregar a sua vida à missão. Começa a frequentar a formação dos Leigos para o Desenvolvimento e, um ano depois, parte para Angola, com o compromisso de aí trabalhar durante um ano. Acabou por ficar três! No Uíge, que renascia de uma epidemia de Marburg, testou os seus limites, descobriu-se muitas vezes frágil, sozinho, incapaz de solucionar e aí, recorda, “encontrei sempre no Senhor uma presença fiel e incondicional. Nunca tive tantas certezas de que Deus existe”. No tempo de missão descobriu a nobreza de ensinar, de partilhar horizontes e suscitar a reflexão, ajudou a sonhar pequenos grandes projetos e foi construtor civil, reconciliando-se com a sua história familiar.

 

Missão em Portugal

Quando Paulo Costa regressa a Portugal, depois de três anos intensos vividos no Uíge, sente dúvidas, uma grande inquietação e uma grande necessidade de “arrumar” todas as suas vivências. “Como licenciado em Economia tinha dúvidas do que realmente devia ser a economia, que economia era aquela que descobri nas senhoras que vendiam na praça, com quem adorava negociar preços? Como se podia “produzir” desenvolvimento que realmente chegasse às pessoas?”. Nessa altura, integra a equipa dos Leigos para o Desenvolvimento em Lisboa, onde trabalha na área da comunicação e angariação de fundos, e inscreve-se no mestrado “Desenvolvimento, Diversidades Locais e Desafios Mundiais”, no ISCTE. Em 2011 termina a tese sobre economia informal angolana. No meio deste percurso, muda-se para Santa Maria da Feira e começa a dar vida à recém-nascida ONGD Rosto Solidário, dos Missionários Passionistas, onde trabalha nas áreas da cooperação para o desenvolvimento, educação para o desenvolvimento, voluntariado missionário e apoio local a famílias carenciadas.

Paulo Costa assume-se como um trabalhador para o Desenvolvimento. Os seus colegas da Universidade Católica, onde atualmente frequenta uma Pós-Graduação em Gestão das Organizações Sociais, definem-no “como um contador de histórias, um vendedor de ideias. Adora ir cruzando teorias conhecidas até inventar novas. Fazer saladas tropicais com pessoas, ideias e sonhos. Criar redes. Das prateleiras da Póvoa de Varzim passou para os bairros de Angola, onde viveu 3 anos. Já em Portugal tem-se dedicado a trazer o sonho do futuro para a realidade”. Paulo gosta de se apresentar simplesmente como Eça de Queirós: “Eu sou apenas um pobre homem da Póvoa de Varzim”.

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