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A uma janela de Roma
O perdão é o único caminho para resolver conflitos de difícil resolução
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Bento XVI apelou ao perdão e à reconciliação. A beatificação de João Paulo II foi também lembrada pelo Papa, na semana em que a Igreja rezou pelas vocações. Os ataques contra os cristãos em África e na China foram também notícia.

 

1. O Papa enviou uma mensagem aos membros da Academia Pontifícia das Ciências Sociais, que participaram num encontro no Vaticano. “É preciso encontrar um caminho para aplicar a noção de perdão no contexto internacional e nos conflitos que são de difícil resolução”, assinalou Bento XVI, invocando o exemplo dos apelos dos Sínodos dos Bispos para a África e para o Médio Oriente. “O perdão não é negar o que foi feito errado, mas participar na cura e transformação de que o amor de Deus é capaz”. O apelo do Papa é fantástico, porque quando se fala em desenvolvimento social e ciências sociais não se abordam estes temas do perdão e da reconciliação. Consciente das dificuldades do mundo hoje em dia, Bento XVI disse: “Os erros históricos e as injustiças só podem ser ultrapassados se os homens e as mulheres se inspirarem numa mensagem de cura e de esperança, que é oferecida por Cristo, e que é o caminho que ajuda aos impasses que muitas vezes bloqueia os povos e as nações numa espécie de círculo vicioso de violência. Ao lutarmos pela paz e pela justiça no mundo, estamos confiantes de que a ordem pode ser estabelecida no mundo a partir desta atitude de perdão e de reconciliação”.

 

2. O Papa recordou o primeiro aniversário da beatificação de João Paulo II, destacando “o testemunho da sua vida, o ensinamento e o amor pela pátria” do Papa polaco. Foi durante a audiência-geral da passada quarta-feira, dia 2 de Maio, perante milhares de peregrinos polacos que quiseram recordar a celebração de 1 de Maio de 2011, na Praça de São Pedro. “Reforçados pela sua intercessão celeste, sede fiéis a Deus, à Cruz e ao santo Evangelho”, pediu Bento XVI.

Aos peregrinos de língua portuguesa, o Papa lembrou o início do mês de Maio, “especialmente dedicado” à Virgem Maria: “Procurai vivê-lo com uma oração diária mais intensa e fiel, em particular pela recitação do terço, conforme recomendação da Santa Igreja e desejo repetidamente expresso pela Virgem Maria”.

 

3. No Dia Mundial de Oração pelas Vocações, assinalado no passado Domingo, dia 29 de Abril, o Papa conferiu a ordenação sacerdotal a nove diáconos provenientes dos seminários diocesanos de Roma. “O sacerdote é de facto aquele que é inserido de uma maneira singular no mistério do Sacrifício de Cristo, com uma união pessoal a Ele, para prolongar a sua missão salvífica. O presbítero é chamado a viver em si mesmo aquilo que Jesus experimentou na primeira pessoa, isto é, dar-se plenamente á pregação e á cura do homem de todos os males do corpo e do espírito e depois, no fim reassumir tudo no gesto supremo de dar a vida para os homens, gesto que encontra a sua expressão sacramental na Eucaristia”.

No Regina Coeli, Bento XVI convidou os fiéis a escutarem sem medo o chamamento de Deus ao sacerdócio. “O Senhor chama sempre, mas tantas vezes não o ouvimos. Somos distraídos por muitas coisas, por outras vozes mais superficiais e depois temos medo de ouvir a voz do Senhor, porque pensamos que nos possa tirar a liberdade. Na realidade, cada um de nós é fruto do amor, certamente o amor dos pais, mas mais profundamente o amor de Deus”, salientou o Papa.

 

4. Foi um Domingo ensanguentado em África: pelo menos 21 mortos e dezenas de feridos, entre os quais duas crianças, em dois ataques terroristas anti-cristãos na Nigéria e no Quénia. Ambos os ataques tiveram lugar quando os fiéis se aprestavam a assistir às celebrações dominicais.

A comunidade internacional condenou os ataques e o Secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone, expressou a sua preocupação por aquilo que definiu como uma intolerância crescente. “Estamos preocupados também porque os cristãos, nas trincheiras do mundo, nos países africanos e no Médio Oriente, são um factor de equilíbrio, de reconciliação, não de conflitualidade. Mais estranho parece, portanto, que haja uma intolerância, uma agressividade assim tão forte, precisamente contra aqueles que dão um contributo de reconciliação, de paz, de justiça e de solidariedade”.

Também o director da Sala de Imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi, condenou os ataques: “Os novos ataques terroristas acontecidos na Nigéria e no Quénia durante celebrações religiosas cristãs são factos horríveis e execráveis que se devem condenar com a máxima decisão. É preciso estarmos próximos das vítimas e às comunidades que sofrem esta odiosa violência, que caiu sobre eles mesmo quando celebravam pacificamente uma fé que anuncia amor e paz para todos. É preciso continuar a encorajar a inteira população, para além das diferenças religiosas, a não ceder à tentação de cair no círculo sem saída do ódio homicida”.

 

5. O Vaticano criticou a detenção de padres e bispos na China, considerando que o regime de Pequim impõe limitações injustas à acção da Igreja Católica no país. A denúncia foi feita no comunicado final da quinta reunião da comissão criada por Bento XVI, em 2007, para debater as “questões relativas à Igreja Católica chinesa”. O documento manifesta admiração pela firmeza dos fiéis que se mantêm ligados ao Papa apesar das pressões do Governo chinês, que defende o controlo de todas as actividades religiosas, em particular a nomeação de bispos para as comunidades católicas.

Segundo o Serviço de Informação do Vaticano, mais de 22 mil pessoas foram baptizadas na China no Domingo de Páscoa, sendo que 75% dos novos católicos eram adultos.

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