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Bispo Maronita de Damasco lança apelo desesperado
“A Síria está num beco sem saída”
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O país está a ferro e fogo. Apesar dos apelos da comunidade internacional, o regime do presidente Bashar al-Assad tem reagido com invulgar violência à contestação que não pára de crescer nas ruas. No meio deste conflito está a comunidade cristã, cada vez mais isolada. Da Síria, através da Fundação AIS, a Igreja lança um apelo desesperado.

 

D. Samir Nassar, Bispo maronita de Damasco, não poupa nas palavras quando descreve a situação crítica em que a Síria está mergulhada, com uma contestação cada vez mais generalizada ao poder de Bashar al-Assad e, ao mesmo tempo, com a reacção violentíssima das forças da ordem. “A Síria está num beco sem saída e não se vê solução no horizonte”, afirma o prelado à Fundação AIS.

 

Cinco mil mortos

De facto, segundo a Amnistia Internacional, desde que a crise rebentou, em sintonia com a chamada Primavera Árabe, mais de cinco mil pessoas já perderam a vida e nada indica que o conflito possa vir a abrandar. No meio desta crise angustiante do ponto de vista humanitário, está a comunidade cristã, impotente perante a violência e pela incerteza do futuro. “São onze meses de crise e a violência vai aumentando de intensidade”, diz D. Samir, descrevendo uma igreja “oprimida diante das necessidades da sua própria comunidade”, que excedem em muito os seus recursos limitados.

 

Enorme desânimo

A violência testemunhada quase diariamente faz com que os sírios procurem fugir das bombas, da metralha assassina, da morte. Mas até isso está dificultado. “Com a retirada dos embaixadores árabes e ocidentais, é praticamente impossível obter um visto: é um pesadelo.” O bispo maronita de Damasco traduz, numa frase, o enorme desânimo dos seus concidadãos, que vêem o país implodir numa violência demente que não tem fim e só conduz à morte e destruição: “No fim de cada missa, explica D. Samir Nassar, os fiéis dizem adeus”, tal é o sentimento de precariedade que todos partilham.

 

Acabar com o espírito de vingança

Recentemente, o jesuíta D. Antoine Audo, Bispo caldeu de Aleppo desde 1992 e presidente da Caritas síria, pediu à comunidade internacional para que encoraje o diálogo entre o presidente al-Assad e o movimento rebelde, de forma a acabar com o espírito de vingança.

 

O apelo de Bento XVI

Até o Papa tem insistido junto do Governo sírio para aceitar o diálogo e responder urgentemente às aspirações legítimas da nação, além de atender ao anseio de mudança política da comunidade internacional. “Convido todo o mundo, e em primeiro lugar as autoridades políticas da Síria, a privilegiar a via do diálogo, da reconciliação e do compromisso em favor da paz”, disse Bento XVI há cerca de uma semana, sublinhando que está a acompanhar com muita apreensão os episódios de violência no país.

 

Futuro incerto

As ruas manchadas de sangue são apenas uma das faces do descalabro em que a Síria está mergulhada. O clima de guerra civil arrasta consigo não apenas o medo e a morte, mas também a crise económica, o desemprego, o desespero. E a Igreja síria não tem mãos a medir. Nunca o futuro foi tão incerto no país. Nunca como agora foi preciso ajudar os cristãos da Síria.

 

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Campanha de apoio à Síria

A Fundação AIS tem apoiado desde sempre os cristãos na Síria. Mas há uma campanha que, nos dias que correm, tem um significado muito especial. Os Irmãos de São Simeão e toda a sua comunidade cristã de Aleppo pedem-nos ajuda para concluir o Convento, a fim de poderem celebrar a Eucaristia. Num tempo em que tantos pensam em abandonar o país, esta comunidade religiosa quer edificar raízes, estabelecer-se na Síria, apoiar as populações locais. Vamos ajudá-los?

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