Papa |
A uma janela de Roma
Celibato é “escolha livre” dos padres
<<
1/
>>
Imagem

O Papa falou do celibato. Na semana em que apelou ao fim da violência na Nigéria e lembrou as vítimas das cheias em Génova, Bento XVI recordou a forma como uma sociedade se pode considerar humana. Em destaque ainda a próxima viagem do Papa a África, e também Tintin, o repórter mais famoso da banda desenhada.


1. Falando do Salmo 119 – “um solene e imponente cântico sobre a Lei do Senhor, nascido de um coração que lhe consagrava um amor apaixonado” – o Papa apresentou o celibato como uma “escolha livre” dos padres. “Queridos irmãos e irmãs, estes versículos são de grande importância também hoje para todos nós. Antes de tudo, para os sacerdotes, chamados a viver somente do Senhor e da sua Palavra, sem outras seguranças, tendo a Ele como único bem e única fonte de verdadeira vida. Nessa luz, compreende-se a livre escolha do celibato para o Reino dos céus, a ser redescoberto na sua beleza e força”, disse o Papa, comentando o maior salmo da Bíblia, durante a audiência-geral da passada quarta-feira. Bento XVI expressou ainda solidariedade às vítimas de catástrofes naturais em diferentes partes do mundo: “Mais uma vez desejo manifestar a minha proximidade a todos os que sofrem por estes desastres naturais. Ao mesmo tempo, convido à oração pelas vítimas e seus familiares e à solidariedade: que as instituições e os homens de boa vontade colaborem, com espírito generoso, para socorrer os milhares de pessoas afectadas por tais calamidades”.


2. O Papa lançou um forte apelo ao fim da violência na Nigéria, depois de mais de 60 pessoas terem morrido em vários ataques contra edifícios do Governo e igrejas, e que foram reivindicados por um grupo radical islamita. “Acompanho com preocupação os trágicos incidentes que ocorreram nos últimos dias na Nigéria e, enquanto rezo pelas vítimas, apelo ao fim de todo o tipo de violência que não resolve os problemas, pelo contrário os aumenta, semeando ódio e divisões, mesmo entre os crentes”, pediu, durante o Angelus do passado Domingo, dia 6. Na Praça de São Pedro, Bento XVI lembrou ainda as vítimas das cheias na cidade de Génova, durante a semana passada. “Asseguro a minha oração pelas vítimas, pelos familiares e por todos aqueles que sofreram graves prejuízos”, disse o Papa, que pediu a Nossa Senhora para sustentar a população desta cidade italiana no “empenho solidário para superar a provação”. As chuvas torrenciais começaram na manhã de sexta-feira, dia 4, provocando o transbordo das águas dos três rios que banham Génova.


3. “Só uma sociedade que respeite e defenda incondicionalmente a dignidade de cada pessoa, desde a concepção até à morte natural, se pode considerar uma sociedade humana”, defendeu Bento XVI, ao receber as cartas credenciais do novo embaixador da Alemanha junto da Santa Sé. Evocando a recente visita à sua pátria, o Papa reconheceu as “óptimas possibilidades de acção” da Igreja alemã para “anunciar livremente o Evangelho” e “ajudar pessoas em dificuldade, através de numerosas instituições sociais e caritativas”. Bento XVI alertou ainda para o risco de discriminação das mulheres. “Uma relação que não tenha em conta o facto de que cada homem e cada mulher têm a mesma dignidade constitui uma grave falta em relação à humanidade”, salientou.


4. De 18 a 20 de Novembro, o Papa visita o Benin para entregar a Exortação Apostólica Pós-Sinodal, fruto da II Assembleia especial do Sínodo dos Bispos para África. Segundo o programa da viagem divulgado pela Santa Sé, durante a chegada, na tarde de dia 18, Bento XVI será acolhido pelos fiéis na Catedral de Nossa Senhora da Misericórdia, em Cotonou. No dia seguinte, sábado, irá a Ouidah, cidade onde há 150 anos chegaram os primeiros missionários. Na Basílica da Imaculada Conceição assinará a Exortação Apostólica Pós-Sinodal. Da parte da tarde, o Papa visita um centro de assistência à infância na paróquia de Santa Rita, em Cotonou. Domingo, dia 20, durante a missa de encerramento no Estádio da Amizade, Bento XVI entrega solenemente a Exortação Apostólica a todos os bispos africanos.


5. Um artigo publicado no jornal do Vaticano, L’Osservatore Romano, defende que Tintin, o repórter mais famoso da banda desenhada, é “um herói do catolicismo, um cavaleiro ocidental dos tempos modernos e um coração sem mácula”. Da autoria do escritor francês Dennis Tillinac, o texto publicado esta semana a propósito do recém estreado filme de Steven Spielberg, sublinha que Tintin não é um católico que possa ser identificado como tal, uma vez que nunca reza perante a ameaça da morte e nunca aparece numa igreja. Apenas em duas ocasiões, escreveu o autor, Tintin diz “Deus o tenha” quando é informado da morte de um vilão japonês. “Apesar disso, Tintin é um herói do catolicismo, impregnado dos ideais dos escuteiros, que tiveram grande importância na formação de Hergé [criador da personagem] como demonstram as suas primeiras histórias”, escreveu Tillinac. Tintin é o “anjo guardião dos valores cristãos que o Ocidente constantemente renega ou ridiculariza”, termina o escritor francês.

Aura Miguel, à conversa com Diogo Paiva Brandão
A OPINIÃO DE
Pedro Vaz Patto
Foi muito bem acolhida, pela generalidade da chamada “opinião pública”, a notícia de que...
ver [+]

Guilherme d'Oliveira Martins
Quando Jean Lacroix fala da força e das fraquezas da família alerta-nos para a necessidade de não considerar...
ver [+]

Tony Neves
É um título para encher os olhos e provocar apetite de leitura! Mas é verdade. Depois de ver do ar parte do Congo verde, aterrei em Brazzaville.
ver [+]

Tony Neves
O Gabão acolheu-me de braços e coração abertos, numa visita que foi estreia absoluta neste país da África central.
ver [+]

Visite a página online
do Patriarcado de Lisboa
EDIÇÕES ANTERIORES