Na Tua Palavra |
D. Nuno Brás
Resignação ou esperança?
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Muitos dizem que estão a convidar Portugal a resignar-se diante das medidas duras, quase insuportáveis, que se avizinham.

A resignação pode ter dois modos de ser vivida: aquele primeiro de quem se esconde, de quem deixa que tudo lhe aconteça porque pensa não existir outro modo, outra saída, e que, por isso, recusa erguer a cabeça e olhar o futuro de frente. Mas, depois, a resignação pode igualmente assumir uma outra forma de se manifestar: aquela de quem, sem olhar às consequências, qual animal ferido no seu corpo ou no seu orgulho, investe cegamente, quase a modo de suicídio, contra as circunstâncias ou contra quem considera ser o seu agressor. De um modo ou de outro, de braços caídos e desanimados ou de punhos erguidos e agressivos, a resignação não muda as consequências que produz: o seu desfecho inevitável é sempre o desaparecimento. Não tem outro desenlace que não a morte.

Contrária à resignação é a esperança. Certamente: quando todas as circunstâncias são adversas, é difícil ter esperança. Quando à nossa volta vemos desmoronar todos os sonhos, é difícil erguer a cabeça e mostrar qualquer dignidade. E, no entanto, o nosso povo não hesita em afirmar que a esperança é a última coisa a morrer.

Não se trata simplesmente de um acreditar cego, inútil. Trata-se de perceber que, mesmo no meio da derrota, enquanto o homem existir, ele é sempre capaz – não por si simplesmente, mas por causa de Deus. Deus convida-nos a reconhecer a nossa dignidade; convida-nos a perceber que não são as circunstâncias adversas, por piores que sejam, a terem a última palavra. Ele tem a última palavra. E, com ela, o grande beneficiado é sempre o ser humano e sua humanidade.

Mas, se assim é, então existe esperança mesmo para o Portugal que vive o turbilhão da crise. Aliás, esta não é, ainda, a pior crise por que passámos: que pior existe que uma guerra civil? Ou que pior existe do que a perda completa da independência? Perante tantos e tantos países e povos onde reina a guerra, a pobreza total, a falta de um mínimo de solidariedade, podemos ainda sentirmo-nos derrotados?

Só a esperança poderá reerguer Portugal. Só ela poderá reerguer os portugueses. Mas a esperança, longe de nos fazer cruzar os braços para sonhar com um futuro que desse modo não chegará nunca, faz-nos perceber que, por muito difíceis que sejam as situações, não existem becos sem saída: Deus e o homem serão sempre capazes de encontrar uma solução.

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