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Reavivar o Espírito de Assis
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No amanhecer do ano 2011, ainda num clima natalício perturbado na vigília pelos episódios de violência contra a Igreja minoritária Copta em Alexandria do Egipto, com dezenas de mortos e feridos – o último dum ano como muitos outros do mesmo género, principalmente na Índia e no Iraque – o Papa Bento XVI celebrou o Dia Mundial da Paz lançando o tema “Liberdade religiosa, caminho para a paz”.

Na mesma ocasião anunciou para 27 de Outubro a celebração dos 25 anos do Espírito de Assis e a renovação do caminho para a paz.

“Desejei sublinhar – disse Papa Bento XVI durante a oração do ‘Angelus’  – como as grandes religiões podem constituir um importante fator de unidade e de paz para a família humana [...]. Por isso, no próximo mês de Outubro, irei em peregrinação à cidade de São Francisco, convidando a unir-se neste caminho os irmãos cristãos das diversas confissões, os expoentes das tradições religiosas do mundo e, idealmente, todos os homens de boa vontade, com o objetivo de fazer memória daquele gesto histórico desejado pelo meu Predecessor de renovar solenemente o compromisso dos crentes de todas as religiões a viver a sua fé religiosa como serviço à causa da paz”.

 

Peregrinos da Verdade
De acordo com o tema do encontro em Assis – “Peregrinos da Verdade, Peregrinos da Paz” – o próprio Papa faz-se peregrino da verdade e da paz numa caminhada silenciosa e simbólica, com os outros lideres religiosos presentes, em direcção ao lugar dos primeiros  encontros: em 1986 e 2002. Ao fazer memória do caminho feito até agora também olha-se para o futuro com uma solene renovação do empenho de todos, de trabalhar pela paz no mundo.

A sala de Imprensa da Santa Sé, sintetiza o sentido deste dia recordando como  "cada ser humano é, no fundo, um peregrino em busca da verdade e do bem. Também o homem religioso permanece sempre em caminho rumo a Deus…”

Ser peregrino e rezar juntos num empenho comum pela paz, sem a necessidade de se inclinar a nenhuma forma de sincretismo são estas as características deste encontro de 2011.


Pátio dos gentios
Há também uma novidade, que desta vez vai alimentar a profecia dos dois primeiros encontros, no que se refere aos convidados: a participação de alguns “não crentes”, figuras representativas do mundo da cultura, que procuram com sinceridade a Verdade, leva a que na Praça de S. Francisco por onde passam diariamente pessoas de todas as etnias e religiões se confirme um autêntico “pátio dos gentios”, um espaço apropriado para aceder à partilha humana e divina.

Mas uma pergunta, nasce com toda a espontaneidade: porquê em Assis e porquê a expressão “Espírito de Assis”?

Parece-me bastante esclarecedora a resposta que o Padre Custodio da Basílica de São Francisco em Assis, frei José Piemontese, deixou numa entrevista ao Mensageiro de Santo António:

«Quem utilizou, primeiro, a expressão “espírito de Assis” foi João Paulo II, dois dias depois do primeiro encontro de oração com os representantes das maiores religiões do mundo, realizado em Assis, a 27 de Outubro de 1986. Explica o Papa que o “espírito de Assis” resume o ensinamento do Concílio, expresso na “Lumen Gentium”, onde a Igreja é apresentada como “sinal e instrumento da união com Deus e entre todo o género humano”. Em particular, os valores inestimáveis que a Igreja deve perseguir são: o valor da paz e a responsabilidade das religiões em ordem ao seu alcance; a consciência da importância da oração para obter o dom da paz; a necessidade do conhecimento e da estima mútua entre os homens, seja qual for a sua religião. Estes valores encontram o ambiente natural em Assis, devido à figura de S. Francisco que, mais do que ninguém, soube encarná-los na sua vida».

Assis e o seu espírito mostram como os ensinamentos da Igreja podem ser traduzidos em gestos concretos, em sinais visíveis e falar a linguagem dos que acreditam: “tudo é possível”.


Louvado sejas, meu Senhor,
por aqueles que perdoam por teu amor
e suportam enfermidades e tribulações.
Bem-aventurados aqueles que as suportam em paz,
pois por ti, Altíssimo, serão coroados. (São Francisco)

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