Lisboa |
Patriarca de Lisboa encontra-se com a Missão País
“Fazer missão é levar aos outros algo essencial”
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A Missão País é “um grande sonho” que “há muitos anos se torna realidade”. Foi com esta certeza que o Patriarca de Lisboa iniciou os seus ‘10 minutos’ de conversa com os chefes das missões deste projeto de universitários.

 

No auditório do Colégio São João de Brito, na ‘Formação de Chefes’, no dia 11 de novembro, D. Rui Valério começou por partilhar quando teve “a graça” de “conhecer este projeto maravilhoso”. “Foi logo nos seus inícios, quando na altura eu estava no Alentejo, nos concelhos de Castro Verde e de Ourique, e recebemos as primeiras sessões da Missão País numa localidade chamada Santana da Serra. A partir daí, comecei a perceber aquilo que disseram duas grandes figuras da Igreja: o Papa Paulo VI, que dizia ‘Ou há missão ou a Igreja tem os dias contados’; e agora, mais recentemente, o Papa Francisco, que disse ‘Sem juventude não há futuro’. Estas duas palavras, missão e jovens, rimam. Poeticamente, não será assim muito aperfeiçoada, mas há aqui uma rima maravilhosa!”, considerou.

Para o Patriarca de Lisboa, ser jovem é “acreditar”. “Acreditar nos ideais, acreditar nas convicções, acreditar na palavra, mas sobretudo acreditar nos sonhos. Em nenhum outro momento da nossa vida nós acreditamos tanto nos sonhos como quando somos jovens. É por isso então que, a partir de tantas universidades, tantos politécnicos, tantos institutos superiores, e já agora, de tantas academias também militares, partem jovens com o sonho de que vão fazer a diferença em tantos sítios, em tantas vidas. E é exatamente isso que aqui acontece: acreditar! Acreditar no que fazem, acreditar no que dizem”, salientou.

 

Riqueza

Perante um auditório com cerca de meio milhar de jovens de todo o país e também da ilha da Madeira, D. Rui Valério destacou que “a juventude é também paixão, é capacidade de se enamorar”. “Os jovens têm este dom, de colocar não apenas as mãos, não apenas a Ciência, mas mais qualquer coisa, porque têm a capacidade de se apaixonar. Tudo o que um jovem faz é verdadeiramente por paixão, é por amor”, frisou. “Quando a coisa é feita a partir do interior, há ali um sabor, um condimento diferente”, acrescentou.

Aos chefes das missões da Missão País, o Patriarca de Lisboa sublinhou ainda a importância da “capacidade de fazer espaço para o outro”. “Esta coisa de uma pessoa andar autocentrada com a sua vida, os seus problemas, e hoje cada vez mais, não favorece muito esta disponibilidade interior para o problema do outro, para a necessidade do outro”, alertou, salientando como “fazer missão é levar aos outros algo essencial”. “Fico emocionado, mas deveras emocionado, quando vejo que alguém está pelo outro. Isso, para mim, vence-me, derrota-me completamente e a Missão País é um pouco de tudo isto”, considerou. Neste sentido, observou D. Rui Valério, “todos estes ingredientes fazem parte de uma construção maior, que é a construção da santidade”. “Nós sabemos que aquilo que damos, aquilo que fazemos, aquilo que dizemos é porque cada um de nós foi abençoado com uma riqueza interior, com um tesouro precioso que trazemos no coração. É mediante essa riqueza, qual mina que nós somos, que somos capazes de fazer com que os dias de Missão País sejam diferentes para aquelas e para aqueles que encontramos”, terminou o Patriarca de Lisboa.

 

Vontade de fazer missão

A ‘Formação de Chefes’ é um encontro que acontece todos os anos, por esta altura. Pedro Rodrigues é o chefe nacional da Missão País, juntamente com Maria Rocha e Melo, desde o passado mês de abril, e destaca ao Jornal VOZ DA VERDADE a presença de “mais de 400 jovens da Missão País, de todo o país e também na Madeira”. “Todos os anos são encontros diferentes, mas sinto que há algo que se mantém constante que é a vontade de fazer missão e levar aos outros o que é bom e que nós conhecemos como a Verdade, ou seja, este Cristo que vive e que é levado a estas localidades, através da nossa presença e do nosso cuidado”, salienta este jovem que tirou a licenciatura em Engenharia Eletrotécnica, no Instituto Superior Técnico, e está atualmente a acabar o mestrado em Engenharia e Ciência de Dados, no mesmo local.

Pedro, de 22 anos, foi o chefe na Expansão, no ano passado, antes de ser escolhido como chefe nacional, e sublinha que, “por trás deste encontro, há uma equipa muito, muito grande que tem vindo a trabalhar há imenso tempo”. “Neste encontro no Colégio São João de Brito tivemos toda a equipa nacional representada para os chefes do país perceberem que, por trás disto, há muito trabalho e é preciso muita gente e muita coordenação para que tudo corra às mil maravilhas. De facto, o dia correu mesmo muito bem, juntando todos os esforços da equipa nacional”, destaca este jovem, lembrando ainda “a live no Instagram [www.instagram.com/missaopais]” quando foi anunciado o lema ‘O Evangelho e a cor’ e o hino. “Foi uma euforia”, garante este jovem, que participa na Missão País desde que entrou na universidade.

 

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“Podem contar, eventualmente, com a minha presença nas missões – já não seria a primeira vez que eu também estava no terreno, como hoje se diz –, podem contar com a minha oração e com a colaboração por parte do Patriarcado de Lisboa. A Missão País é uma dádiva de Deus aos ‘frios’ que tantas povoações vão sentindo e experienciando. Um bem-haja, parabéns e podem contar sempre com a minha oração!”

D. Rui Valério, no final da sua intervenção

 

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“O vosso ‘sim’ é aquilo que Deus precisa para transformar corações”

Daniel Brás subiu ao palco e começou por questionar: ‘Pessoas nascidas em 2003, há?’ Perante os acenos e gritos dos jovens, a resposta: “Sabem que foi exatamente no vosso ano de nascimento que nasceu este grande projeto da Missão País?”. Estava dado o mote para o seu testemunho. “A Missão País nasce com três malucos da Universidade Nova de Lisboa, que partem para Coruche, no primeiro ano, e que quiseram levar este fogo que hoje todos nós sentimos”, lembrou Daniel, sublinhando que este projeto “não nasce do nada”. “Surge intimamente ligado ao Movimento de Schoenstatt, porque o seu fundador, o padre José Kentenich, acreditava – segundo referiu numa carta que escreveu em 1949 – que se tinha sido a Europa a evangelizar o mundo e a levar Cristo aos quatro cantos do mundo, num futuro não muito distante seriam os povos da América latina a reevangelizar a Europa”, referiu. “Inspirados nisso, jovens chilenos iniciam o projeto ‘Portugal, porta da Europa’ e vêm até cá trazer a fé que viviam, na altura, no seu país, uma fé muito apostólica, muito cheia de vida”, acrescentou. Estávamos então no início de 2003 e Daniel tinha cerca de 14, 15 anos. “A Universidade Nova foi a primeira que eles desafiaram para este projeto. E assim nasce a Missão País, adaptado à realidade portuguesa”, resumiu, lembrando que, “devido à ligação a Schoenstatt”, muitos dos símbolos que os jovens levam em missão “estão intimamente ligados à história e aos símbolos do movimento”.

Neste encontro no Colégio São João de Brito, Daniel Brás falou depois da sua “história pessoal” e partilhou “três momentos marcantes” da sua ligação à Missão País: foi neste projeto que conheceu “a mulher” da sua “vida”; na sua primeira missão, em 2007, em Monforte, um jovem da terra, “que na semana anterior tinha pensado pôr fim à sua vida”, sentiu-se “tocado” pela Missão País porque voltou a ter “esperança”; e percebeu, na sua última missão, que “Deus está sempre connosco”. “Acredito que Deus se manifestou na história da minha vocação através da Missão País”, avaliou.

Aos vários chefes de missão que tinha à sua frente, Daniel Brás quis deixar uma certeza: “Não se preocupem com aquilo que vai acontecer na vossa missão, porque o vosso ‘sim’ é aquilo que Deus precisa para transformar os corações dos outros. Confiem que Deus está sempre convosco e que a história de Salvação é feita como cada um de nós e com este ‘sim’ que cada um de nós está disposto a dar. Acredito que, hoje, Jesus se alegra muito por este ‘sim’ que vocês deram para estar aqui a preparar este projeto maravilhoso”.

 

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Missão País 2024 com 69 missões e 4140 missionários

A Missão País é um projeto católico de universitários que tem como objetivo levar Jesus às universidades e evangelizar Portugal através do testemunho da fé, do serviço e da caridade. Entre o final de janeiro e o início de março do próximo ano, na mudança dos semestres universitários, este projeto vai percorrer Portugal, em 69 missões diferentes – mais cinco do que neste ano 2023 –, com 4140 jovens missionários universitários. “As equipas são muito autónomas, pelo que o trabalho da equipa nacional, nestes pouco mais de dois meses que falta até às missões, são muito o coordenar e estar disponível. Vamos construir a pasta de oração, juntamente com os chefes da Espiritualidade, para a semana de missão, bem como ajudar na lista das refeições, porque cada missão tem cerca de 60 missionários e não é fácil cozinhar para tanta gente”, frisa Pedro Rodrigues, chefe nacional da Missão País juntamente com Maria Rocha e Melo.

 

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A Equipa Nacional da Missão País integra 42 jovens, divididos por várias áreas: Nacionais, Comunicação, Imagem, Teatro, Logística, Serviço, Hino, Coordenadores, Espiritualidade, Donativos, Inscrições, Mãe Peregrina e Conselho Regional. “A equipa constrói-se e, este ano, somos 42 pessoas na Equipa Nacional e todos têm o seu papel para que isto corra às mil maravilhas”, salienta o chefe nacional, Pedro Rodrigues.

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