O Patriarca de Lisboa, D. Rui Valério, foi Assistente do Agrupamento 879 da Póvoa de Santo Adrião, em dois períodos distintos de 1996 a 2001 e de 2011 a 2018, ano em que recebeu a ordenação episcopal e deixou de ser o Pároco da Paróquia da Póvoa de Santo Adrião. A interrupção deveu-se ao facto de ter sido pároco de Castro Verde de 2001 a 2011, motivo pelo qual não acompanhou o agrupamento de forma quotidiana, no entanto a sua presença na vida do agrupamento foi ainda assim próxima e inspiradora.

Durante todos estes anos, temos de destacar três marcas profundas que D. Rui Valério deixou no agrupamento e nos seus elementos.

Em primeiro lugar destacamos o exemplo da PRESENÇA e DISPONIBILIDADE. A postura de pastor, o pastor no meio das ovelhas, conhecendo cada escuteiro pelo seu nome e acompanhando o seu crescimento ao longo dos anos, alegrando-se com os sucessos de cada um e acompanhando também as fases menos boas.

O pastor que estava presente nas atividades de sede aos sábados (onde na formatura em dois minutos deixava a sua mensagem), em tantas Promessas e Vigílias (sempre com uma palavra amiga para cada um), nos conselhos de agrupamento, nos acampamentos de verão ou inverno, com menos ou mais condições, no cansaço dos raides/hikes ou no simples jogo de futebol com os jovens, sabendo sempre em cada um destes momentos de forma simples, de forma natural falar a cada um de Deus e levantando tantas vezes questões difíceis: “o que quer Deus de ti?”

Em segundo lugar o exemplo da EXIGÊNCIA. Em cada momento, em cada atividade, com cada escuteiro ou dirigente, foi sempre uma voz que exigiu a cada um e a todos como agrupamento que elevássemos a fasquia, fixando uma ambição de fazer mais e melhor, a não nos contentarmos com o mediano. Desta forma ajudou todos a crescer e a procurar fazer melhor. Cada vez que fazia uma proposta, que apresentava um projeto, levava a que cada um tivesse de se desinstalar, de aprender mais, trabalhar para estar à altura dos desafios, permitindo que assim todos se enriquecessem. Exemplo disso foi quando ao chegar ao agrupamento, desafiou os dirigentes e caminheiros a fazer a peregrinação “pelos passos de Monfort”, foram momentos intensos, de muita alegria e cansaço, de oração diária, de partilha e de descobrir a mística de S. Luís Maria de Monfort.

Por último o seu exemplo de AMOR A DEUS. O seu testemunho sincero e a vivência do seu testemunho no meio dos jovens, foram uma marca profunda na vida de todos, perceber que o nosso assistente estava presente nas mais pequenas coisas, fazia com que todos quisessem estar presentes nos momentos maiores e principalmente ensinava a todos que Deus caminha connosco em todos os momentos. Exemplo disso foram as várias vezes em que nos acampamentos ou raides, celebramos Eucaristia em pequenos grupos, em altares improvisados, no meio da montanha, mesmo que para isso fosse preciso algumas vezes pedir um pouco de vinho ou de pão para a consagração, foram esses momentos que permitiram a muitos jovens ser contagiados por este seu amor ao Senhor.

Depois desta rica caminhada agradecemos a graça de ter contado com a presença de D. Rui como nosso assistente e amigo, sentimos orgulho pelo facto de o 879 ter feito parte da sua caminhada pessoal e continuamos como até aqui sempre alerta para servir.