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As famílias e a JMJ Lisboa 2023
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Dá muito gosto ler em toda a parte como foram dias excecionais aqueles que foram vividos durante a JMJ! Salvo muito raras exceções, lemos de todos os quadrantes textos muito positivos sobre esta Jornada de Lisboa, onde a alegria, o respeito, o compromisso, o espírito de entreajuda, o espírito de sacrifício e superação, o dinamismo, o empenho, a serenidade, a criatividade, a beleza… tudo se uniu e conjugou numa tal intensidade e em tanta gente ao mesmo tempo que transformou os imensos momentos difíceis para cada um num grande “vale a pena!”.

 

É bastante fácil enumerar muitos destes momentos difíceis… o cansaço, as noites mal dormidas no chão de pavilhões e em salas de aulas, com regras de sair cedo e só voltar ao fim do dia, banhos frios em balneários com fracas condições, refeições que não eram propriamente de chorar por mais, longas caminhadas, calor intenso, suor, falta de um bom banho em tantos momentos que o pediam, falta de uma cadeira onde poder descansar um pouco, vigília com dormida no chão tipo sardinhas em lata, idas à casa de banho com passagem por cima das outras sardinhas e esperas intermináveis na fila para chegar a sua vez… E se entrarmos pela organização do evento é a mesma coisa: uma complexidade assustadora, tantas questões políticas e decisões difíceis, tantas equipas espalhadas pelo país que esperavam decisões que tardavam em chegar, algumas regras incompreensíveis, surpresas dia após dia, mais tarefas não previstas do que previstas, tanta gente sobrecarregada, tantos jovens a trabalhar no seu limite,… as histórias que ilustram as dificuldades são inúmeras!

Se isto fosse um evento turístico, os livros de reclamações estariam cheios, e se a organização fosse uma empresa estaria à beira da falência… mas o que lemos, e o que testemunhamos, é que foi excecional! Porquê? Como é que pode acontecer um evento excecional nestas condições tão pouco atrativas? Onde é que está a praia paradisíaca, o serviço 5 estrelas e a organização perfeita tão indispensáveis, a avaliar pelos critérios deste mundo, para podermos viver alguns momentos de felicidade? O que é que moveu 1,5 milhões de pessoas a participar na JMJ de Lisboa? O que é que moveu milhares de voluntários a trabalhar até ao limite das suas forças nestas condições?

Foi o encontro pessoal de cada um com Cristo. É este encontro que dá sentido à nossa vida, que nos dá a própria Vida, que nos transforma por dentro, que nos dá força e ânimo, que nos dá capacidade de superação, que nos dá uma visão e uma atitude diferente sobre os outros e sobre todas as coisas! É este encontro que faz transbordar em nós a verdadeira Alegria!

Queridos amigos, encontramos tantas semelhanças entre isto e um casal cristão, entre isto e uma família cristã! Tudo começa por um sonho grande, vindo do coração, que anseia muito mais do que o nosso limite. E esse sonho parece encontrar caminho num namoro e num casamento. Mas depois, no quotidiano da vida a dois e em família, encontramos as dificuldades. O nosso limite, o limite do outro e o limite dos filhos fazem-se sentir fortemente e escondem o sonho, tantas vezes fazendo-o parecer, afinal, impossível. O que falta aqui?

Falta este encontro! Sempre que abrimos o nosso coração a este encontro pessoal e em casal com Cristo, e nos deixamos transformar por Ele, resplandece a verdadeira alegria – é a Esperança que nos traz a certeza da possibilidade de vivermos o sonho a que somos chamados por Deus e que está gravado nos nossos corações! Percebemos que esta alegria não vem de uma vida fácil, não vem de uma vida sem problemas, não vem de comodidades garantidas e de fugas às dificuldades, não vem da exigência da nossa própria felicidade. Pelo contrário: quando nos deixamos transformar neste encontro com Cristo, aceitamos os momentos de sofrimento como fazendo parte do caminho para algo muito maior, aprendemos que o perdão e o foco na felicidade do outro são grandes construtores dessa alegria maior! E, tal como na JMJ, os frutos desse encontro aparecem e tornam-se bem visíveis! Que saibamos manter este encontro vivo através do que Cristo nos deixou para esse fim: a Igreja e os sacramentos.

Na JMJ as famílias foram um apoio fundamental para a sua realização. Os pais, irmãos, tios, primos e avós incentivaram os jovens a participar. Muitas famílias acolheram nas suas casas jovens de todo o mundo – peregrinos e voluntários, com experiências muito tocantes. Muitos casais apoiaram na retaguarda os jovens que organizaram o evento (a níveis paroquial, vicarial, diocesano e central). Estreou-se este ano, com bastante sucesso, o conceito de “casais caring” que apoiaram o acolhimento dos voluntários e peregrinos em Escolas e Pavilhões, trazendo um ambiente mais familiar e uma ajuda preciosa na resolução de pequenos problemas (um que está doente, outro que perdeu alguma coisa, etc.).

E as famílias serão também o lugar onde muitos frutos desta JMJ se irão revelar. Este Encontro com Cristo é verdadeiramente transformador: nos jovens, nos casais, nos mais velhos… Pedimos a Deus que nos ajude a todos a manter abertos os nossos corações a esta transformação: a começar por nós próprios. Numa relação a dois, e também numa relação em família, desejamos (e rezamos) muitas vezes pela transformação do outro, perguntando a Deus o que poderemos fazer para isso acontecer… O melhor que podemos fazer para essa transformação acontecer é deixar que Cristo transforme primeiro o nosso próprio coração! Vale a pena! Que esse seja o grande fruto da JMJ Lisboa 2023 nas famílias da nossa Diocese!

 

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A Pastoral da Família acolhe com alegria a chegada do novo Patriarca, D. Rui Valério, e convida todas as famílias a rezar por ele e pela sua missão!

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