Domingo |
À procura da Palavra
“Se não vir..., não acreditarei!”
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DOMINGO II DA PÁSCOA ou da Divina Misericórdia

Ano A
“Porque Me viste acreditaste:
felizes os que acreditam sem terem visto.”
Jo 20, 29

 

Damos muita importância ao que vemos. Às vezes só damos mesmo importância ao que vemos, e então, as coisas e, ainda mais as pessoas, passam sobretudo a valer pela primeira impressão, pela marca de roupa que vestem, ou pelos números da conta bancária! O culto da imagem e das imagens invade a nossa cultura. Pouco interessa ser, o que conta é parecer (e aparecer)! Como se tudo se reduzisse ao embrulho, às melhores campanhas publicitárias, ao “barulho das luzes e ao brilho dos slogans”. Pois é, nem sempre o ver nos conduz à verdade, e podemos facilmente levar “gato por lebre”!

O acreditar é de outra ordem. Ao contrário do “ver”, não é imediato, não é exclusivo, exige abertura dos sentidos mais íntimos do espírito. Supõe uma relação, não de posse, mas de encontro. Provoca adesão e compromisso. Aponta um caminho difícil para percorrer. O ver é da ordem das coisas, o acreditar é da ordem das pessoas! E toda a pessoa não tem um pouco de invisível?

Acreditar não é fácil. Implica um salto de confiança, um golpe de asa que, por momentos, parece deixar-nos a pairar sobre o abismo. É um acto de coragem que mexe com todas as dimensões do ser humano. E, porque somos pessoas, não podemos crescer sem acreditar. Acreditar nos dons que temos e no sonho enraizado de sermos felizes. Mas também acreditar em pessoas concretas, por quem somos capazes de dar a vida e “pôr as mãos no fogo”. Mesmo que tenhamos ficado desiludidos muitas vezes (continuo a pensar que a desilusão tem o mesmo tamanho da ilusão!), creio que é ainda possível acreditar em muitas pessoas. E acreditar em Deus, não é esse o grande risco que mexe com a vida toda?

Gosto pouco de uma vida “arrumadinha”, sem coragem de sonhar e ousadia de aprender, sem risco nem radicalidade. Pois acreditar em Deus pertence mais a esse plano do que às certezas dos compêndios de teologia. É o encontro sempre renovado com Jesus que se mete comigo (mesmo quando tenho as portas fechadas!) e com todos, nos acontecimentos simples e inesperados. É o mistério das suas palavras que ficam a ecoar nos salões da alma e a abrir janelas até então fechadas! É a ternura dos sinais que a comunidade dos seus discípulos com a presença do Espírito Santo foi acolhendo, especialmente essa maravilha que é a Eucaristia! Às vezes também sou como Tomé e custa-me acreditar. Principalmente quando nos agarramos mais às leis do que à procura da verdade, mais aos ritos do que à novidade do Espírito, mais às condenações e exclusões do que à libertação e ao compromisso. No fundo, quando “ver” se torna mais importante do que “acreditar”!

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