Especiais |
Antigo Bispo Auxiliar de Lisboa (1966-2022)
Testamento espiritual de D. Daniel Batalha Henriques
<<
1/
>>
Imagem

Nota introdutória:

Muito me marcou a pessoa e o ministério de S. João Paulo II, cujo pontificado iniciou quando eu tinha apenas doze anos de idade e a sua morte quando já contava trinta e nove. A São João Paulo II muito devo nas mais fortes interpelações vocacionais quando acompanhei o atentado à sua vida e, um ano depois, ainda adolescente, participei no encontro com os jovens no Parque Eduardo VII, em 1982, aquando da sua primeira visita a Portugal. A São João Paulo II muito devo nas primícias do meu sacerdócio quando, padre há apenas um ano, concelebrei com ele no estádio do Restelo em 1991 e renovei a decisão de viver a condição de padre em obediência e comunhão com o Santo Padre e com o meu Bispo. A S. João Paulo II muito devo na forte marca que deixou em mim, na pujança da vida e das minhas capacidades pastorais, o avançar da sua doença, o caminho de progressiva debilidade e o forte testemunho de grandeza espiritual que nos legou até ao dia da sua morte. De facto, o ministério do Papa, dos bispos e dos sacerdotes nunca esteve, não está, nem estará nas suas capacidades e possibilidades humanas, mas na poderosa ação de Deus que se manifesta tão mais excelentemente quanto autêntica e elevada for a nossa humildade. A impressionante imagem do seu funeral, a 8 de abril de 2005, sem qualquer triunfalismo nem exaltação, das multidões que lhe prestaram o último adeus de todos os quadrantes humanos, culturais e religiosos, marcou-me para sempre sobre a certeza de que a nossa verdadeira grandeza é servir e dar a vida, como Jesus, apagando-nos depois como uma vela que não deixa de iluminar até à última gota de cera. A sua beatificação, seis anos depois e a canonização, em 2013, na alegria com que foram vividas e celebradas no mundo inteiro, e também em mim, vincaram esta grande certeza de que só a santidade merece ocupar em nós o lugar supremo nesta vida e só essa Graça devemos pedir, sabendo que será sempre obra divina nas vidas simples e humildes. Quatro dias após a sua morte foi tornado público o testamento de S. João Paulo II, que eu li como uma obra póstuma que constitui como que uma sumula admirável pela sua fé, humildade e despojamento, que tanto me edificou.

 

Por isso, há muito pensava eu, na pobreza de quanto sou, também escrever o meu testamento espiritual. O admirável Deus da bondade e das surpresas isto precipitou com os acontecimentos dos últimos meses: a minha nomeação episcopal pelo Papa Francisco, a 13 de outubro de 2018 e, dez meses depois, a notícia de que tenho um tumor maligno no cólon com várias metástases no fígado. Ainda abalado com a notícia, parto para Roma para participar no curso dos novos bispos, do qual regressei ao fim de dois dias para iniciar os tratamentos hospitalares. Antes, porém, tive a oportunidade de visitar a basílica de São Pedro, onde me confessei e rezei abundantemente diante do túmulo de São João Paulo II, relendo o seu testamento e tomando a decisão de não adiar mais este meu intento. Pouco mais de um mês depois vou novamente a Roma, agora para o consistório onde D. José Tolentino, meu querido colega de curso, seria elevado ao cardinalato. Não cheguei a participar pois, à chegada, uma oclusão intestinal impôs o meu internamento no hospital Gemelli para ser operado de urgência. Quis a providência que fosse intervencionado no hospital e fizesse a convalescença no mesmo piso e quarto onde São João Paulo II fora internado por ocasião do seu atentado. À entrada, por baixo do meu quarto no piso 10º, foi erguida uma estátua deste Papa Santo, precisamente onde a multidão se aglomerou, dia e noite, para rezar para que Deus preservasse da morte este Papa tão amado. E Deus escutou, por Maria, a oração dos seus fiéis! No dia 18 de Outubro tive finalmente alta médica e, no dia 20, pude concelebrar com o Papa Francisco a eucaristia na capela de Santa Marta. Precisamente no dia em que a Igreja celebra a festa de São João Paulo II! Tudo sinais admiráveis de como a bondade de Deus se espelha e reflecte na vida e intercessão dos santos, nossos amigos muito queridos.

 

 

O MEU TESTAMENTO

(Iniciado em setembro de 2019 e concluído na quaresma de 2020)

Do nada que sou, desta poeira ínfima na imensidão do tempo e do espaço, ouso elevar a Deus Pai todo o meu louvor e a minha adoração. Prostro-me diante de tão elevado mistério: como é que do pó da terra me moldastes e me elevastes à condição de filho tão amado?! Como, do nada que sou e do menos ainda que valho, mergulhado na imensidão dos meus pecados, tanto Te compadecestes que me enviastes o Vosso Filho Jesus para me salvar e dar aquela Vida Abundante para que me criaste e à qual insistentemente me chamastes?!

Detenho-me junto à Cruz do Vosso Amado Filho. Peço à Virgem Maria, minha querida Mãe, que venha em meu auxílio para que eu possa olhar com o mesmo olhar de amor, guardando no mais profundo do meu coração todos estes acontecimentos salvíficos. Que uma espada de dor possa também trespassar a minha alma, a dor pelos meus pecados que levaram o meu Senhor a tão penoso Calvário. Que estas lágrimas me purifiquem e me ajudem a contemplar com um olhar límpido o mistério da Sua Páscoa Gloriosa na qual, por pura misericórdia divina, anseio participar.

Reencontro-me com esta presença de Puro Amor, de dinamismo poderoso e simultaneamente consolador do Espírito Santo. Olho com profunda gratidão para aquele dia 6 de Maio de 1966 em que, levado nos braços de meus queridos pais, fui iluminado pela graça baptismal. A graça incomensurável de me teres concedido o dom da fé, puro e imerecido dom da Vossa liberalidade. Louvo-vos, Senhor, pelo “ninho” de vida cristã que logo encontrei nos meus pais e na família mais alargada. Na sua simplicidade, os meus pais são pessoas profundamente respeitadas por todos, não pelo seu património, instrução ou posição social, mas simplesmente pela sua forma de estar na vida, diante de Vós e diante de todos. Com eles aprendi a respeitar a honorabilidade do trabalho, o valor sublime da honestidade, da integridade e da lealdade, o respeito conjugal e a dedicação total à família. Agradeço-Vos, também, pelos meus avós, apesar de apenas guardar deles vagas recordações, exceto do meu avô Aires Batalha. Com ele, ainda criança, fiz a primeira peregrinação a Fátima e, da sua profunda devoção a Nossa Senhora, aprendi eu também a ter como minha a amável Mãe do Céu. Emociona-me, ainda hoje, quando o recordo de pé, a rezar antes de iniciar as refeições, mesmo quando a sua mente já estava profundamente toldada pela demência. Eu Vos louvo, Senhor pelos irmãos que me destes: a Esmeralda que cuidou de mim como uma segunda mãe, e ainda hoje o faz, cheia de dedicação e ternura, a Dina, com quem me deste a graça de poder partilhar a vida em total consagração, o Horácio que, como a Esmeralda tem sido um exemplo de vida conjugal e de pais dedicados. A eles junto os meus cunhados e sobrinhos, que vieram tão abundantemente enriquecer a minha existência. Louvado sejais, Senhor.

Quando escrevo este Testamento, ainda tenho a graça de ter comigo os meus pais. Eu vos glorifico Senhor por os terdes permitido chegar a esta provecta idade. Na sua extrema debilidade e fragilidade, enche-me de ternura poder beijar as suas mãos e os seus rostos enrugados. A sua dependência ainda nos aproximou mais a nós, irmãos, podendo agora retribuir uma fração do que eles fizeram por nós ao longo de tantos anos. Sei que, em breve, será a hora de nos despedirmos neste mundo. Mas nunca me cansarei de Vos louvar, Senhor, pela corrente de graças que me fizestes chegar através deles.

Que dom maravilhoso, Senhor, o da Fé! Acredito firmemente nesta presença silenciosa e amorosa em mim da terceira pessoa da Santíssima Trindade. Este Espírito que me enviaste de junto do Pai como realização daquela promessa de que faríeis em nós a Vossa morada. Sim: este casebre miseravelmente arruinado pelo pecado foi escolhido por Vós para ser o palácio do Grande Rei e amaste-o mais do que ao templo de Salomão. Pacientemente, foste cuidando deste Vosso lar. Quando ainda nada era senão uma vida no seu início já se podia dizer sobre mim: "Ainda em embrião se viam as suas obras e já os seus dias estavam marcados no Vosso livro" Sl 139,16.

Como um agricultor dedicado e providente, cuidaste desta semente através dos meus pais, destes-me catequistas que ajudaram a maturar a fé e o amor à Igreja, preparando-me para aquele dia maravilhoso em que vos recebi na minha primeira comunhão e onde pude exclamar, com Santa Teresinha do Menino Jesus, "Ah! como foi doce o primeiro beijo de Jesus à minha alma!". Agradeço-Vos a paciência nas minhas resistências à fé no tempo da adolescência e o modo como logo me envolveste, de forma apaixonada, na Vossa Santa Igreja, através do grupo de jovens que integrei e da catequese que, ainda com quinze anos, comecei a dar a crianças pequeninas, no coro alto da capela de Ribamar. Louvo-Vos, Senhor, pelo dom dos sacerdotes na minha vida, pelos seus rostos e vidas concretas onde senti a Vossa presença carinhosa e solícita. O padre António Baptista, que me baptizou e me deu a Primeira Comunhão, de quem recordo o olhar sereno de homem de fé e os seus gestos delicados; o padre Joaquim Pedro, um jovem pároco que tanto me interpelou e com quem comecei a discernir os primeiros sinais vocacionais; o padre Francisco José, colega de seminário que se tornou meu pároco logo após a ordenação e preparou a Comunidade paroquial para a minha ordenação e "missa nova".

Eu Vos louvo, Senhor, pela bênção incomensurável que foram os seminários que frequentei ao longo dos oito anos da minha juventude: o de São Paulo, em Almada (1982 - 1986) e o de Cristo - Rei, nos Olivais (1986 - 1990). Agradeço-Vos os sacerdotes das suas equipas formadoras que tanto me ajudaram a crescer como pessoa e como cristão, bem como a discernir os sinais vocacionais que me ias enviando. Vários destes sacerdotes, como o cón. Joaquim Duarte, o cón. Pires de Campos, o padre João António, o padre Luís Mafra e o cón. Orlando, já o chamastes à comunhão plena convosco. Dai-lhes, Senhor, o eterno descanso e a recompensa pelos sinais que foram na terra da Vossa presença e cuidado amorosos.

 

Agradeço-Vos, Senhor, teres-me chamado a uma mais íntima união convosco através do sacramento da ordem. Ainda hoje me confunde ver como escolhestes um pobre jovem de apenas 24 anos para uma missão tão grandiosa: ser presença na terra do Vosso Coração ardente de amor e disposto a oferecer-se em oblação para que todos "tenhamos a vida e a tenhamos em abundância". Que vistes em mim, Senhor? Como pudestes confiar-me tão grandes tesouros sem recear que viesse a espezinhar tão preciosas pérolas? Bem desejaria ser um condigno relicário, mas sei que trago estes tesouros num pobre vaso de barro, inútil e quebradiço. Sei que um dia me pedirás severas contas pelo muito que não fiz mas, também nessa hora, me confio à Vossa incomensurável misericórdia.

Olho, cheio de comoção e gratidão para estas três décadas de vida sacerdotal. Para as primícias, os sete anos em que integrei a equipa formadora do seminário de Almada. Em cada seminarista, um mistério de amor e de cuidado pelo vosso Povo, que me confiaste para ajudar a crescer e a amar-Vos sempre mais, na Vossa Igreja. Os vinte e um ano como pároco em Famões e Ramada (1997 - 2005), em Algés e Cruz Quebrada (2005 - 2016) e em Torres Vedras e Matacães (2016-2018). Como Vos amei e fui amado, no meio e por meio do Vosso Povo Santo! Que dons incontáveis me concedestes! Como me fizeste crescer, também nas provações e nas incertezas! Na minha pobreza, sempre procurei amar-Vos e servir-Vos em cada um deles. Releio o sermão de Santo Agostinho sobre os Pastores e peço-Vos humildemente perdão porque nem sempre cuidei das ovelhas mais débeis, nem sempre procurei a que estava perdida e tantas vezes, pelo meu mau exemplo e negligência, fui causa de queda para tantas delas.

 

E então, Senhor, fizeste-me chegar àquele dia dois de outubro de 2018 quando o senhor Patriarca D. Manuel Clemente me deu a conhecer que, através do Santo Padre, me chamáveis ao episcopado. Confesso-vos Senhor, que demorou tempo a ter sobre tal um olhar verdadeiramente cristão. Uma profunda insegurança, medo, confusão e resistência interior, foram os primeiros sentimentos, demasiadamente humanos, que me assaltaram. Da minha doce e tranquila condição de pároco seria arrebatado para o mar encapelado de um futuro que verdadeiramente me apavorava. Que viste em mim, Senhor? Que qualidades e condições este pobre pecador e indigno sacerdote poderia apresentar para tão grandiosa e excelsa missão? Em tudo via no episcopado uma Cruz. Não ainda a Vossa Cruz mas, simplesmente, a minha cruz. E se não tivesse disponibilidade interior para a abraçar? E se não tivesse forças para a levar? Contraditoriamente era tomado, passo a passo, por uma certa exaltação vaidosa, igualmente tão pouco cristã, de que me envergonho e penitencio.

Mas depois, Senhor, a Vossa Graça me trouxe ao caminho certo, aos Vossos caminhos, não os meus. Lembrei-me como, desde o dia da ordenação sacerdotal, a nada me tinha negado de quanto a Igreja me pedira na pessoa do meu bispo, nada tinha escolhido e nada tinha preferido. Este "sim" constante, estou absolutamente certo, é obra Vossa e não fruto da minha carne e do meu sangue. Dar este sim, também agora, ao sucessor de São Pedro impunha-se mais do que nunca. Estes "sins" sempre foram para mim fonte de indizível paz, preservando-me das inquietações e perturbações próprias de quem tudo quer controlar e decidir. Este enorme "sim" ao episcopado, estou mais do que certo, será para mim fonte de uma paz ainda maior, se tudo souber fazer em Vós e se me dispuser em ser, mais do que nunca vosso, na totalidade de todo o meu ser e proceder.

Eu Vos louvo e agradeço, Senhor, por este ano e meio de episcopado. Pelos meus irmãos bispos, membros da Conferência Episcopal Portuguesa, que me acolheram com tanta ternura e amizade, como um irmão mais velho acolhe o seu irmãozinho recém-nascido sem qualquer mérito da sua parte. Agradeço-Vos, de forma particular, esta pequena família episcopal que são os três bispos auxiliares de Lisboa, coordenados pelo senhor Patriarca. É uma graça e privilégio, em relação à maioria das dioceses, poder exercer o episcopado lado a lado com estes irmãos bispos, colher da sua experiência e contar com a sua amizade e ajuda fraterna.

Eu Vos louvo, Senhor, pela missão específica que me foi confiada: acompanhar a grande e bela região pastoral do Oeste, com a suas 100 paróquias distribuídas por 5 vigararias, os seus sacerdotes e diáconos, que têm sido para mim uma enorme consolação e estimulo à vocação episcopal a que me chamais, os leigos que dão testemunho valente e generoso da fé que os anima.

 

Não pretendo, Senhor, saber o dia que está escrito no vosso Livro, aquele dia em que descerei ao pó da terra confiado na aurora da Ressurreição. Até que tal aconteça, sei que continuarei a atualizar neste testamento os Vossos louvores e a minha alegria de ser todo Vosso.

 

Para tal, peço confiante o Vosso auxílio. Ámen!

 

 

Quaresma de 2022, por ocasião do retiro anual dos bispos, em Fátima

A Vós, Senhor, o meu canto de louvor. A Vós, toda a honra e toda a glória.

Por puro dom da vossa liberalidade, destes-me a graça de ainda puder cantar os Vossos louvores nesta terra do meu peregrinar, mais de dois anos e meio depois de me saber doente de um cancro colonorretal particularmente agressivo.

Não só no tempo que me destes a viver, mas em tudo o mais, sinto-me infinitamente devedor dos Vossos dons e graças que me chegam, ininterruptos, cheios de ternura, criatividade e de divino humor. Muitos me falam em pedir um milagre, o milagre da minha cura. Mas para mim, Senhor, este milagre já se realizou. Melhor, é um milagre em progresso, que se renova com o passar dos dias e dos meses. Desde logo, a forma como me foi identificado o tumor, que crescia silencioso, através de um objeto que engoli inadvertidamente e levou aos exames, nos quais o detetaram. Mas, mais do que tudo, agradeço-te o dulcíssimo dom da Paz e da Serenidade, que claramente de Ti provêm e não do barro que eu sou, tão propenso ao desespero e ao desnorte. Depois de alguns dias vividos em alguma perplexidade, logo a tempestade se acalmou e me fizestes navegar em águas tranquilas. O tempo que me tendes proporcionado ajudam-me a rezar e a refletir estes acontecimentos e, como Maria, a tudo guardar no meu coração. Fizestes-me compreender que esta doença é uma nova missão que me convidas a abraçar, uma missão específica dentro do chamamento ao episcopado. Também isso me trouxe grande paz, Senhor: não encarar esta doença como uma limitação no ministério episcopal, mas antes uma forma de exercer o episcopado a que, Vós, nos Vossos insondáveis desígnios, agora me chamais. Embora me tenhais, até ao presente, poupado a penosos sofrimentos ou limitações físicas, as três operações a que fui sujeito com os seus tempos de internamento e convalescença, as dezenas de idas ao hospital para quimioterapia, exames e consultas, as abundantes mensagens e conversas, telefónicas ou presenciais, trocadas com tantas pessoas desde que o meu estado de saúde se tornou público, tudo isto veio tornar claro para mim a nova missão a que me chamais: a proximidade com quem mais sofre, o testemunho de confiança na adversidade, a experiência da alegria inefável que nasce da Esperança cristã, a certeza Pascal da vitória da Vida sobre a morte, a fecundidade da doença tornada dom salvífico, quando me uno a Vós. Tudo isto, vivido na carne macerada pela doença, para que se “complete na minha carne o que falta à Paixão de Cristo” (Col 1,24).

Estremeço ao recordar a epifania que tem sido para mim esta doença no que diz respeito à descoberta das abundantes correntes subterrâneas de caridade que irrigam este mundo. Sobre a minha carne doente e necessitada de cuidados, Vos debruçais, Senhor, na pessoa dos médicos e enfermeiros, dos auxiliares ou dos simples companheiros que percorrem comigo esta estrada. Ao Bom Samaritano que sois Vós, eles emprestam, muitos sem o saberem, as palavras de conforto, o desvelo dos cuidados, o engenho terapêutico e farmacológico, de que tanto necessito. Talvez que eles não Vos vejam nos doentes de quem cuidam, mas claramente eu Vos vejo nos cuidados que eles nos prestam. Por estes “anjos da guarda” que me envias a mim e aos meus irmãos doentes, eu Vos louvo e Vos bendigo de todo o meu coração.

A dar crédito às estatísticas, pelo estado atual da minha doença e mesmo combatida com a terapêutica inovadora que estou a receber, 2022 deverá ser o ano da minha morte. Vós, Senhor, que sois o Senhor das estatísticas, me direis a seu tempo o que esperais de mim e da minha pobre vida nesta terra. Por tudo, sempre Vos louvarei. Apenas Vos peço que, hoje e sempre, não afasteis de mim o Vosso olhar misericordioso e que a Vossa Graça me fortaleça no combate contra as investidas do Tentador que, “como leão, anda à nossa volta procurando a quem devorar” (I Pe 5,8). Ámen.

A OPINIÃO DE
Pedro Vaz Patto
Foi muito bem acolhida, pela generalidade da chamada “opinião pública”, a notícia de que...
ver [+]

Guilherme d'Oliveira Martins
Quando Jean Lacroix fala da força e das fraquezas da família alerta-nos para a necessidade de não considerar...
ver [+]

Tony Neves
É um título para encher os olhos e provocar apetite de leitura! Mas é verdade. Depois de ver do ar parte do Congo verde, aterrei em Brazzaville.
ver [+]

Tony Neves
O Gabão acolheu-me de braços e coração abertos, numa visita que foi estreia absoluta neste país da África central.
ver [+]

Visite a página online
do Patriarcado de Lisboa
EDIÇÕES ANTERIORES