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“Falámos com o Santo Padre sobre a JMJ”, revela Cardeal-Patriarca
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O Papa Francisco encontrou-se com o Cardeal-Patriarca, D. Manuel Clemente, e um grupo de padres novos de Lisboa. Na semana em que arrancou em Roma o X Encontro Mundial das Famílias, o Papa considerou que a “mera posse de armas nucleares é imoral”, instou a comunidade internacional a “não esquecer a Ucrânia e a Birmânia” e apelou a uma comunicação que crie “pontes”.

 

1. O Cardeal-Patriarca de Lisboa e um grupo de sacerdotes teve a oportunidade de saudar pessoalmente o Papa Francisco, no final da audiência-geral de quarta-feira, 22 de junho. “Foi um encontro bonito, tivemos ocasião de estar com o Santo Padre, de ouvir as palavras dele, que são sempre muito sugestivas e muito importantes para a nossa vida sacerdotal, e vamos daqui com a alma cheia”, revelou D. Manuel Clemente, em declarações à Família Cristã, acrescentando que também falaram “da Jornada Mundial de Juventude”. “O Papa deu um belo impulso para aquilo que temos de fazer”, salientou o Cardeal-Patriarca.

Neste encontro público semanal, na Praça de São Pedro, no Vaticano, Francisco exprimiu a sua proximidade às vítimas do sismo do Afeganistão e pediu ajuda para aliviar o sofrimento da população. “Nas últimas horas, um terramoto provocou vítimas e danos enormes no Afeganistão. Exprimo a minha proximidade aos feridos e a quem foi atingido pelo sismo e rezo, em particular, pelos que perderam a vida e pelos seus familiares”, referiu. “Espero que, com a ajuda de todos, se possa aliviar o sofrimento do querido povo afegão”, acrescentou.

O Papa chegou à audiência-geral acompanhado de crianças ucranianas e voltou a pedir para que não se esqueça aquele país em guerra. “As crianças que estavam comigo no papamóvel eram ucranianas. Não esqueçamos a Ucrânia, não percamos a memória do sofrimento daquele povo maltratado!”, apelou Francisco que, durante a catequese neste encontro, alertou para a tentação de manter o protagonismo. “Os idosos não devem ter inveja dos jovens que percorrem o seu caminho, que ocupam o seu lugar, que os ultrapassam. A honra da sua fidelidade ao amor jurado, a fidelidade ao seguimento da fé acreditada, até nas condições que os aproximam mais da despedida da vida, são o seu título de admiração pelas gerações vindouras e de reconhecimento grato da parte do Senhor”, explicou.

 

2. O X Encontro Mundial das Famílias arrancou no dia 22 de junho em Roma, com a presença do Papa. Dois mil delegados de 120 países iam reunir-se durante cinco dias, até este Domingo, 26, para refletir sobre os problemas e desafios que a realidade da família enfrenta. Este encontro mundial é o culminar do Ano ‘Família Amoris laetitia’, tão desejado pelo Papa Francisco, e iniciou na tarde de quarta-feira, com o Festival ‘A beleza da família’.

Maria e Luís Beltrame Quattrocchi são o primeiro casal a ser beatificado na história da Igreja e Francisco escolheu-os como patronos deste Encontro Mundial das Famílias. Beatificados por João Paulo II, em 21 de outubro de 2001, por ocasião do 20.° aniversário da exortação apostólica ‘Familiaris Consortio’, o Santo Padre aponta-os como modelo para todas as famílias que, nestes dias, se reúnem em Roma.

A delegação portuguesa é formada por 15 pessoas, entre as quais dois bispos auxiliares (D. Joaquim Mendes, de Lisboa, e D. Armando Domingues, do Porto) e cinco casais de várias dioceses do país.

 

3. Numa mensagem enviada aos participantes na primeira reunião dos Estados signatários do Tratado sobre Proibição de Armas Nucleares, que decorreu em Viena, o Papa considera imoral a posse e utilização de armamento nuclear. O texto da mensagem foi lido presencialmente pelo arcebispo Paul Gallagher, secretário do Vaticano para as relações com os Estados. “Num sistema de segurança coletiva, não há lugar para armas nucleares e outras armas de destruição em massa. Com efeito, se levarmos em consideração as principais ameaças à paz e à segurança com suas múltiplas dimensões neste mundo multipolar do século (…) estas preocupações são ainda maiores quando consideramos as consequências humanitárias e ambientais catastróficas que se seguiriam de qualquer uso de armas nucleares, com efeitos devastadores, indiscriminados e incontáveis, ao longo do tempo e do espaço”, escreveu o Papa, reafirmando que “o uso de armas nucleares, assim como sua mera posse, é imoral” e que “tentar defender e garantir a estabilidade e a paz através de uma falsa sensação de segurança e de um equilíbrio do terror, acaba inevitavelmente por envenenar as relações entre os povos e obstruir qualquer forma possível de diálogo real”.

 

4. “Não esqueçamos o povo ucraniano martirizado, um povo que sofre”, pediu o Papa, após a oração do Angelus, no passado Domingo, 19 de junho. Na janela do Palácio Apostólico, perante milhares de fiéis que o ouviam na Praça de São Pedro, no Vaticano, Francisco prosseguiu: “Gostaria que fizessem uma pergunta: O que estou a fazer hoje pelo povo ucraniano? Eu rezo, atuo e tento entender… O que estou a fazer pelo povo ucraniano? Que cada um responda no seu coração”.

O Papa denunciou ainda “o grito de dor” que vem da Birmânia, governada pela junta militar e de onde os rohingyas, de etnia bengali e fé muçulmana, foram forçados a fugir, entre outros numerosos problemas e crises. “O grito de dor vem ainda de Mianmar (Birmânia) de muitas pessoas que precisam de assistência humanitária básica e que são forçadas a deixar as suas casas em chamas para escapar à violência. Junto-me ao apelo dos bispos desta amada terra para que a comunidade internacional não esqueça a população birmanesa. Para que a dignidade humana e o direito à vida sejam respeitados, assim como os hospitais e as escolas… E abençoo a comunidade birmanesa na Itália, hoje aqui representada”, sublinhou o Papa.

 

5. O Papa Francisco recebeu em audiência os membros da Sociedade de São Paulo (Paulistas), que estão reunidos em Capítulo, e alertou para que “depois da euforia” das novas tecnologias seja possível “criar pontes e a construção da cultura do encontro”. “Depois dos primeiros tempos de ‘euforia’ pelas novidades tecnológicas, há a consciência de que não basta viver ‘em rede’ ou ‘conectados’, mas é preciso ver até que ponto a nossa comunicação, enriquecida pelo ambiente digital, efetivamente cria pontes e contribui para a construção da cultura do encontro”, referiu o Papa, no dia 18 de junho, a esta congregação que tem como carisma a evangelização através dos meios de comunicação e que elegeu o novo superior-geral, o padre italiano Domenico Soliman, de 56 anos.

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