Papa |
Roma
“Libertai-nos da guerra, preservai o mundo da ameaça nuclear”
<<
1/
>>
Imagem

O Papa Francisco pediu a Nossa Senhora que as suas “mãos maternas acariciem quantos sofrem”. Na semana em que falou com Zelensky, o Papa pediu compromisso para acabar com “guerra repugnante”, visitou crianças ucranianas internadas no hospital e alertou que “uma guerra é sempre a derrota da humanidade”.

 

1. O Papa Francisco vai pedir que a humanidade seja poupada a um conflito nuclear, durante o ato de consagração da Rússia e da Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria, previsto para 25 de março. “Libertai-nos da guerra, preservai o mundo da ameaça nuclear”, refere o texto da oração, que foi divulgado pela Santa Sé na quarta-feira, 23 de março. “Enquanto o rumor das armas não se cala, que a vossa oração nos predisponha para a paz. As vossas mãos maternas acariciem quantos sofrem e fogem sob o peso das bombas. O vosso abraço materno console quantos são obrigados a deixar as suas casas e o seu país”, vai pedir o Papa, na oração que une cristãos do mundo inteiro e que vai decorrer em simultâneo na Basílica de São Pedro, no Vaticano, e na Capelinha das Aparições, em Fátima.

Também neste dia foi revelada uma carta do Papa aos Bispos de todo o mundo, em que Francisco pede que estes se associem “de modo unânime e veemente” ao ato de consagração. Francisco afirma que, “nesta hora escura”, a Igreja é “chamada a interceder” e a “fazer-se próxima” dos que estão a sofrer mais com este conflito, e agradece “a todas as pessoas que estão a responder, com grande generosidade” aos seus “apelos à oração, ao jejum e à caridade”. Com a carta seguiu a oração de consagração, “para poderem recitá-la, ao longo desse dia, em união fraterna”.

Ainda nesta quarta-feira, no final da audiência-geral, o Papa lembrou as vítimas da guerra na Ucrânia. “Gostaria de tirar um minuto para lembrar as vítimas da guerra”, disse Francisco, na Sala Paulo VI, realçando que “as notícias de pessoas isoladas, pessoas fugindo, mortos, feridos, muitos soldados caídos de um lado e do outro são notícias de morte”. “Pedimos ao Senhor da vida que nos livre desta morte da guerra”, continuou o Papa, alertando que “com a guerra tudo se perde, tudo”. “Não há vitória numa guerra, tudo é derrota”, sublinhou. “Que o Senhor envie o seu Espírito para nos fazer entender que a guerra é uma derrota da humanidade”, prosseguiu.

Na saudação aos fiéis de língua portuguesa, o Papa convidou-os a unirem-se ao ato de consagração da Rússia e da Ucrânia: “Caros peregrinos de língua portuguesa, convido-vos a unir-vos a mim e aos meus irmãos Bispos no ato de consagração ao Imaculado Coração de Maria, no próximo dia 25 de março, pedindo confiadamente ao Senhor pela intercessão da Senhora de Fátima o dom da paz”.

 

2. O Presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, revelou ter falado ao telefone com o Papa Francisco na terça-feira, 22 de março. “Hoje falei com Sua Santidade o Papa Francisco, que me disse palavras muito importantes... compreendo que vocês queiram a paz... compreendo que a queiram defender, e os militares também... e os civis defendem a sua própria pátria”, escreveu no Twitter. Na publicação, Zelensky acrescentou que, em resposta, disse a Francisco que “o nosso povo tornou-se num exército e lembrei-lhe o quanto a Ucrânia tem visto o mal que o inimigo traz, quanta devastação, quanto derramamento de sangue”. “Disse a Sua Santidade da difícil situação humanitária e do bloqueio dos corredores de resgate pelas tropas russas. O papel mediador da Santa Sé para o fim do sofrimento humano seria apreciado”, escreveu.

 

3. O Papa Francisco pediu à comunidade internacional que se comprometa a acabar com a guerra na Ucrânia, após a invasão da Rússia, que classificou como “repugnante” e um “massacre sem sentido”. “A agressão violenta contra a Ucrânia não pára. Um massacre sem sentido em que as atrocidades se repetem todos os dias e não há uma justificação para isso. Peço aos atores da comunidade internacional que se comprometam em acabar com esta guerra repugnante”, pediu o Papa, após a oração do Angelus, no passado Domingo, 20 de março, lamentando que tenham sido novamente “lançados mísseis e bombas contra idosos, crianças, mães, mulheres grávidas”. Francisco recordou ainda os milhões de refugiados que fugiram e que perderam tudo, e expressou a sua “dor” por aqueles que não podem escapar. “É cruel, desumano e um sacrílego”, repetiu.

 

4. O Papa Francisco visitou, de surpresa, o Hospital Pediátrico Bambino Gesù, equipamento hospitalar gerido pelo Vaticano, onde estão internadas crianças que deixaram a Ucrânia devido à guerra. A visita ocorreu no passado sábado, 19 de março, cerca das 16h00, e entre as crianças ucranianas visitadas estavam vítimas de ferimentos na sequência de bombardeamentos por parte da Rússia. “O Papa parou nas salas e visitou todos os pequenos presentes, antes de retornar ao Vaticano”, revelou uma nota. Francisco realizou esta visita após ter recebido, em audiência, o Coro Antoniano, ao qual pediu para rezarem pelas crianças ucranianas.

 

5. O Papa considera que a guerra na Ucrânia faz pensar na “selvajaria da natureza humana, até onde somos capazes de ir”. Francisco falava aos participantes do Congresso da Fundação Pontifícia Gravissimum Educationis, com o tema ‘Educar para a democracia num mundo fragmentado’, a 18 de março. “Estamos acostumados a ouvir notícias de guerras, mas longe. Síria, Iémen... é habitual. Agora que a guerra se aproximou, está praticamente em casa, isto faz-nos pensar na selvajaria da natureza humana. Até que ponto somos capazes? O assassinato dos nossos irmãos…”, interpelou Francisco. “Pensamos em muitos soldados que são enviados para a frente, muito jovens, soldados russos. Pensamos em muitos jovens soldados ucranianos; pensamos nos habitantes, nos jovens, nos meninos, nas meninas... Isto acontece perto de nós”, observou.

Neste mesmo dia, o Papa enviou uma mensagem ao Arcebispo de Vilnius e presidente do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE), D. Gintaras Grusas, por ocasião da abertura das Jornadas Sociais Católicas Europeias que se realizavam em Bratislava, na Eslováquia, para sublinhar que “a tragédia da guerra, que está a acontecer no coração da Europa, deixa-nos atónicos”. “Mais uma vez, a humanidade é ameaçada por um perverso abuso de poder e interesses partidários, que condena pessoas indefesas a sofrer todas as formas de violência brutal. Nunca teríamos pensado em ver tais cenas reminiscentes dos grandes conflitos de guerra do século passado”, lamentou.

Aura Miguel, jornalista da Renascença, à conversa com Diogo Paiva Brandão
A OPINIÃO DE
Guilherme d'Oliveira Martins
Acaba de ser publicada a declaração “Dignitas Infinita” sobre a Dignidade Humana, elaborada...
ver [+]

Tony Neves
Há fins de semana inspirados. Sábado fiz de guia a dois locais que me marcam cada vez que lá vou. A...
ver [+]

P. Gonçalo Portocarrero de Almada
Conta-nos São João que, junto à Cruz de Jesus, estava Maria, a Mãe de Cristo, que, nesse momento, foi...
ver [+]

Pedro Vaz Patto
Foi muito bem acolhida, pela generalidade da chamada “opinião pública”, a notícia de que...
ver [+]

Visite a página online
do Patriarcado de Lisboa
EDIÇÕES ANTERIORES