Editorial |
P. Nuno Rosário Fernandes
A uva que podia ser limão
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Era uma vez um campo, onde estavam cultivadas muitas videiras. Todos os anos aquele campo dava muito fruto, o mesmo é dizer, muita uva, suculenta, de bom sabor, com grande qualidade para comer e para a produção do bom vinho que dali se produzia. Era um vinho famoso, com bom grau, com uma textura aveludada, de boa qualidade. Cada cacho de uva, daquele campo, sabia bem da sua importância, reconhecia o valor que tinha e alegrava-se pela missão que cumpria. O campo onde viviam, era muito bem cuidado, e sobre ele reinava sempre grande expectativa pelo que iria produzir.

Certo dia, chegou junto daquele campo um novo agricultor, que trazia ideias novas. Tinha uma visão de futuro diferente. Considerava que aquele campo podia ser mais do que era. E que aquelas uvas que ali se produziam, podiam ser mais do que simples uvas. Também podiam ser limões, podiam ser laranjas, podiam ser figos, podiam ser, até, nozes. Porque era tudo uma questão de entendimento sobre o que elas desejariam ser. O agricultor começou, assim, a explicar às uvas que elas podiam ser o que quisessem. O que interessava era que elas se sentissem felizes, que se sentissem bem com elas próprias. “Se não estás satisfeita com o sumo doce que dás, podes tornar-te mais amarga e ser limão”, dizia aquele novo agricultor a uma das uvas que encontrava.

Com a intervenção daquele agricultor, gerou-se grande confusão no campo precioso. As uvas mais novas começavam a não saber quem eram e o que eram, não se conseguiam reconhecer na sua matéria e começaram a perder a essência que tanto valor dava ao campo. O campo perdeu-se, o vinho que dali se tirava deixou de ter a qualidade que tinha, porque cada fruto nasce com a sua natureza e matéria própria e não se pode querer impor mudanças.


Editorial, pelo P. Nuno Rosário Fernandes, diretor p.nunorfernandes@patriarcado-lisboa.pt

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