
Somos animais de hábitos e muito dificilmente quando alguma coisa se altera ou altera a nossa própria vida, conseguimos aderir ou reagir pacificamente. A lei do ‘foi sempre assim’, ‘sempre fiz assim’, ou ‘sempre se fez assim’, é uma barreira, muitas vezes, difícil de transpor. Porque a mudança gera incómodos, interiores e exteriores, pessoais e mais alargados. Mudar implica uma disponibilidade interior que nem sempre encontra lugar nas nossas comodidades e comodismos. Sim, porque somos muito comodistas. Não queremos mudar, porque isso mexe com a nossa vida, e com a nossa estrutura interna, com os nossos pensamentos e ideais criados para nós e por nós. Mudar implica desprendimento para deixar tudo, ou pelo menos deixar o que precisa ser mudado.
Estamos em tempo de muitas mudanças e adaptações. Estamos diante de uma nova realidade que nos traz incómodos e implica mudanças, de atitudes, comportamentos, estilos de vida e hábitos. Mas é tão difícil mudar!
A Igreja também está atenta às mudanças, no mundo, na sociedade, na cultura que muitas vezes se apresenta ou se quer impor. Mas há mudanças que precisam de compromisso, e que o mundo não quer. O compromisso leva a uma estabilidade, à segurança, à fidelidade. O compromisso permite descobrir ou redescobrir a essência das coisas, permite aprofundar, conhecer, leva ao crescimento do amor.
No caminho cristão que cada um é chamado a fazer, é preciso assumir e viver o compromisso com Aquele que nos descobriu em primeiro lugar. A vida cristã precisa de compromisso, não pode ser apenas um correr atrás do que me faz sentir levitar, do que me faz sentir bem interiormente, das palavras belas e poéticas que ouço, das celebrações animadas e tão festivas em que posso participar. A vida cristã implica o compromisso de uma entrega de vida Àquele que a entregou por cada um de nós. E a experiência da entrega acontece, também, na comunidade. A Igreja é comunidade e a fé não é vivência individual, é comunitária, numa comunidade que se compromete.
Editorial, pelo P. Nuno Rosário Fernandes, diretor p.nunorfernandes@patriarcado-lisboa.pt
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