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Reflexão
A Mensagem de Fátima e Santa Jacinta
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Falar da Mensagem de Fátima leva, invariavelmente, a falar de três crianças a quem Nossa Senhora apareceu e a quem comunicou uma Mensagem para que fosse divulgada. Uma dessas crianças era Jacinta Marto, com 7 anos completados há pouco (a 11 de março), mas que no pouco tempo da sua existência terrena alcançou os cumes da santidade. Não é que tenha nascido santa. O que aconteceu é que foi capaz de se abrir à graça e deixar-se moldar por Deus.

Como qualquer criança da sua idade, do seu tempo ou de qualquer outro, era curiosa, alegre, gostava de cantar, de bailar, o que fazia com muita graça, tinha virtudes e defeitos como qualquer outra criança do seu grupo etário. Gostava de fazer a sua vontade e amuava quando o não conseguia; no entanto, era uma criança meiga, dócil e muito inteligente. Nascida no seio de uma família cristã, cuja argamassa que ligava os seus diferentes membros era o amor, a pequenina Jacinta, a mais novinha, crescera num ambiente simples, muito ligado com a natureza pois seus pais viviam dos recursos que lhes vinham do amanho das suas leiras e dos animais que criavam. Eram pessoas atentas às necessidades dos outros, sempre solícitas no auxílio a prestar-lhes.

Neste ambiente, era sensível e aberta à transcendência, até porque a sua alma de criança não estava ainda maculada pelos agentes ‘infeciosos’ vindos do exterior, atenta ao que os pais lhe ensinavam (e praticavam). Era uma criança vulgar, sempre disposta à brincadeira, mas atenta a evitar tudo aquilo que pudesse ofender Nosso Senhor; do mesmo modo recusava a mentira. Em suma, era uma criança inocente e crente, primeiro através dos pais, como é natural; depois, na correspondência à graça, foi crescendo na intimidade com Deus, através de Nossa Senhora.

Tão simples, tão verdadeira, tão espontânea, não foi capaz de conter a alegria que lhe ia no peito, a ponto de ao chegar a casa, apesar do combinado com os outros, exclamar “que Senhora tão bonita…”

O que importa sublinhar é a mudança que nela se operou depois de ter visto “aquela Senhora tão linda”. A Jacinta que, como é comum na sua idade, era uma criança possessiva, o que a rodeava estava em função de si, mesmo o seu amor era possessivo, e depois vemo-la desprender-se das coisas e até a dimensão do seu amor passa a ser oblativa.

Naquele 13 de Maio de 1917, um súbito acontecimento veio alterar toda a dinâmica das vidas daquelas três crianças. Depois de terem juntado os rebanhos, brincavam ainda um pouco, quando vêm uma luz que julgam ser prenúncio de trovoada; dispunham-se a regressar a casa quando de novo uma luz lhes chama a atenção e sobre a azinheira pequena (que existia no lugar onde hoje é a Capelinha das Aparições) vêm envolvida, nessa luz, Nossa Senhora que lhes dirigiu a palavra e, logo nessa primeira aparição, lhes perguntou: “Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser enviar-vos, em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores”. Sem hesitação, responderam de imediato: “Sim, queremos!” E a pequenina Jacinta levou isto tão a peito que bem a podemos considerar A REPARADORA, pois esta passou a ser o móbil de toda a sua vida.

A Mensagem contida nesta simples pergunta de Nossa Senhora pede reparação e conversão. Reparação a Deus pela ofensa e conversão para que não haja mais ofensa (pecado).

A Jacinta, impressionada pela revelação que Nossa Senhora fizera de que “vão muitas almas para o inferno por não haver quem se sacrifique e peça por elas” (4ª aparição), nunca perdia uma ocasião para se sacrificar e até era pródiga em arranjar motivos para mais se sacrificar.

O Movimento da Mensagem de Fátima, acredita que são as crianças as prediletas de Maria, como o foram de Seu Filho e toda a Mensagem que Nossa Senhora dirigiu em Fátima às crianças, é uma mensagem cristocêntrica, concluindo com o pedido “Não ofendam mais a Deus Nosso Senhor que já está muito ofendido” (6ª aparição).

São João Paulo II, em 13 de maio do ano 2000, iniciou a homilia da beatificação dos Pastorinhos dizendo “Eu Te bendigo ó Pai(…)” e continuou “por desígnio divino, veio do Céu a esta terra, à procura dos pequeninos privilegiados do Pai, «uma Mulher revestida com o Sol». Fala-lhes com voz e coração de mãe, convidando-as a oferecerem-se como vitimas de reparação…” Deus confia às crianças uma missão em favor dos homens: interceder diante de Deus pelos pecadores e implorar a paz para o mundo.

Se foi às crianças que a Virgem falou, pois sabia que eram as suas melhores interlocutoras, o Movimento da Mensagem de Fátima privilegia as crianças criando grupos «Os Pequenos Mensageiros de Nossa Senhora». “Estes grupos atuarão à maneira de fermento, nas próprias comunidades em que estão inseridos» (D. Ilídio Leandro, antigo Bispo de Viseu).

Jacinta morreu só, no Hospital D. Estefânia, em Lisboa, após muito sofrimento. Celebramos o Centenário da passagem de Santa Jacinta Marto para o Céu, para ao pé daquela Senhora tão bonita que a levou a ser, voluntariamente, uma alma reparadora até ao fim, para converter e salvar do inferno mais pecadores. Uma generosidade sem medida.

Santa Jacinta Marto foi uma candeia que Deus acendeu no mundo conturbado de 1917, e que não deixou de brilhar até aos dias de hoje e se agigantou até.

Que essa luz continue a brilhar, a atrair muitos outros para serem Pequenos Mensageiros de Nossa Senhora a lembrar à humanidade que não são as tecnologias que podem fazer os homens felizes, mas a simplicidade, a verdade, a atenção a Deus e aos outros, numa palavra O AMOR.

texto por Maria Arlete Silva
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