
No passado Domingo celebrava-se a Festa da Sagrada Família e, de Roma, chegavam-nos as palavras do Papa Francisco destacando a Família de Nazaré, Jesus, Maria e José, como modelo de família “totalmente disponível à vontade de Deus”. De Maria, vemos que “no silêncio medita, reflete e adora a iniciativa divina”. De José, de quem não vemos uma só palavra, “não fala, mas age obedecendo”, comenta o Papa Francisco, acrescentando que “é o homem do silêncio, o homem da obediência”. Referindo-se ao momento da fuga do Egipto e ao regresso à terra de Israel, narrada no Evangelho de São Mateus do respetivo Domingo, o Papa Francisco observava que a Sagrada Família se solidariza, assim, “com todas as famílias do mundo que são obrigadas ao exílio, solidariza-se com todos os que são obrigados a abandonar a própria terra, por causa da repressão, da violência, da guerra”. Por fim, apontava o Papa no seu discurso antes da oração do Angelus – a oração mariana rezada normalmente ao meio-dia –, que a Sagrada Família de Nazaré “representa uma resposta coral à vontade do Pai: os três membros desta família ajudam-se reciprocamente a descobrir o projeto de Deus. Eles rezavam, trabalhavam, comunicavam”, explicava o Papa, deixando, assim, nota de como devem agir e ser as famílias.
Francisco quis, deste modo, e a partir da Palavra de Deus e da Festa que se celebrava, valorizar a família, alertar para os valores da família, numa altura em que esta é tão maltratada e até rejeitada. Ao seu jeito, o Papa Francisco, dirigindo-se a todos, ainda questiona: “Tu, na tua família, sabes comunicar ou és como aqueles adolescentes à mesa, cada um com o telemóvel, enquanto estão a ‘chatar’? Naquela mesa parece que existe um silêncio como se estivessem na Missa.... Mas não comunicam entre eles”, observava. Com este comentário, o Papa Francisco não está a ‘ralhar’ com os adolescentes, mas usa um termo de comparação recorrendo a uma atitude muito comum nos mais novos, que é replicada tantas vezes pelos adultos, que ficam fechados num mundo virtual e não se abrem ao mundo real da presença física do outro. Diz a teoria da comunicação que só há comunicação quando do outro lado temos o feedback, uma resposta do lado do recetor. Se eu não comunicar, como posso ter resposta? Por isso, alerta o Papa Francisco, “é preciso retomar o diálogo em família”. Façamos da comunicação um propósito para este novo ano.
Editorial, pelo P. Nuno Rosário Fernandes, diretor
p.nunorfernandes@patriarcado-lisboa.pt
![]() |
José Luís Nunes Martins
A vida é uma luta constante, na qual é preciso que cada um de nós escolha com sabedoria as lutas em que entra, em que momento e com que estratégia.
ver [+]
|
![]() |
P. Manuel Barbosa, scj
1. Uma lei para matar.
Após um longo processo legislativo, que andou pelas mentes dos deputados sem...
ver [+]
|