Editorial |
P. Nuno Rosário Fernandes
Missão sempre
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«Quereria percorrer a terra, pregar o teu nome, implantar no solo infiel a tua cruz gloriosa, mas, ó meu Bem Amado!, uma missão só não me bastaria: Quereria, ao mesmo tempo, anunciar o Evangelho nas cinco partes do mundo e até nas ilhas mais longínquas. Quereria ser missionário, não apenas durante alguns anos, mas quereria tê-lo sido desde a criação do mundo até à consumação dos séculos. Mas quereria, sobretudo, ó meu Bem Amado Salvador, derramar o meu sangue por Ti, até à última gota». (Santa Teresa do Menino Jesus. História de uma Alma, B, 3r).

As palavras inspiradas de Santa Teresa do Menino Jesus, Doutora da Igreja e Padroeira da Missões que celebrámos no passado dia 1 de outubro, ajudam-nos a perceber o entusiasmo e o fervor com que esta jovem viveu, neste desejo de dar a vida e ser missão.

Ao iniciarmos este Mês Missionário Extraordinário, desejado pelo Papa Francisco, precisamos ter em conta que a missão é importante na Igreja e no mundo, desde há muitos séculos. Em Portugal, quis a Conferência Episcopal Portuguesa dedicar um ano missionário que culmina com a grande peregrinação nacional a Fátima no próximo dia 20 de outubro e para qual todos estamos convidados. No entanto, é preciso recordar que a missão é a essência da Igreja que somos, e em tudo o que fazemos precisamos colocar a dimensão missionária. Se o trabalho que realizamos no dia a dia for vivido com o espírito de missão, com o objetivo de contribuir para o bem comum deste mundo em que nos encontramos, certamente que, mesmo aquilo que nos pode custar mais, encontrará um sentido diferente, ou melhor, encontrará um sentido. Na nossa diocese estamos a iniciar um novo ano pastoral, este dedicado à missão principal da Igreja que é a prática da caridade. É o último ano do triénio que nos foi proposto após a realização do Sínodo Diocesano, com o objetivo de realizar “o sonho missionário de chegar a todos”. Depois de encontrarmos a Palavra de Deus que é lugar onde nasce a fé, de celebrarmos essa Palavra na liturgia, que é lugar de encontro com Deus e com os outros, somos convidados a sair levando Cristo connosco e viver, na prática e no concreto do dia a dia, a experiência da Palavra encontrada e da liturgia celebrada. Somos, por isso, convidados a viver a missão, que na Igreja se expressa como caridade, o verdadeiro amor que aprendemos de Jesus Cristo.

Talvez a sociedade ainda não se tenha apercebido que esta prática de caridade, na sua maioria praticada pela Igreja, tem manifestações concretas que nem sempre aparecem nas capas dos jornais: alimenta quem tem fome, veste quem anda nu, acompanha quem está só, visita quem está doente ou recluso, educa os ‘esquecidos’, defende, protege e cuida da vida tantas vezes quando esta está desprotegida.  Que este ano, vivido com amor, seja missão sempre.

 

Editorial, pelo P. Nuno Rosário Fernandes, diretor

p.nunorfernandes@patriarcado-lisboa.pt

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