
No próximo Domingo, 6 de outubro, todos somos convidados a sair à rua para manifestar a nossa opinião sobre o que queremos para o nosso país. Não podemos ficar impávidos e serenos, sentados em casa a ver a caravana passar, e depois criticarmos o cortejo que estava desorganizado, se não contribuímos para a sua organização. Queremos um guia para nos orientar na escolha que devemos fazer? Esse guia é a Doutrina Social da Igreja que se fosse cumprida por todos o mundo poderia ser tão diferente.
Recentemente, a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) publicou uma Carta Pastoral onde apresenta “Um olhar sobre Portugal e a Europa à luz da doutrina social da Igreja”. É um texto não muito longo, mas muito esclarecedor apontando determinados aspetos de uma realidade que os católicos precisam ter em conta, também e sobretudo, quando são chamados às urnas para eleger aqueles que terão poder de decisão na condução de um país e na construção da sociedade.
Elenco aqui, apenas, os diversos itens abordados neste documento que convido à sua leitura, disponível no sítio da CEP (http://bit.ly/cartaolharportugal).
Assim, tendo por princípio que “Toda a vida tem igual valor”, este item desdobra-se no “Direito à vida na sua gestação”, “Direito à vida na fase do seu crescimento”, “Direito à vida por parte de jovens comprometidos”, “Direito à vida nas relações familiares”, “Direito à vida da parte dos idosos”, “Direito a viver até ao fim”, “Direito à vida na liberdade religiosa”, “Direito à vida na sua componente económica”, “Direito à vida na sua componente demográfica”. Num segundo ponto, é abordado “O bem de todos e de cada um sem ser ditadura da maioria”, olhando para “O bem comum e a corrupção”, “O bem comum e os migrantes”, “O bem comum e a unidade da Europa”. O terceiro ponto deste documento reflete sobre o “Cuidar da casa comum”, recordando “O destino universal dos bens prevalece sobre o direito à propriedade”, a “Melhor distribuição de rendimentos para uma sociedade mais coesa”, a “Solidariedade com as gerações futuras no cuidado da criação”. O quarto e último ponto deste texto da CEP reflete sobre “Nem Estado centralizador, nem Estado mínimo”, “Estado, garante da liberdade de educação e de saúde”, “O Estado e as Instituições Particulares de Solidariedade Social”.
Estes são os grandes princípios da doutrina social da Igreja que, se não os conhecemos, deveremos aproveitar, neste ano dedicado, na nossa diocese, à dimensão sociocaritativa da Igreja, para conhecer e aprofundar. Para já, fica o convite a sermos participantes na construção de uma sociedade que se quer mais justa e fraterna.
Editorial, pelo P. Nuno Rosário Fernandes, diretor
p.nunorfernandes@patriarcado-lisboa.pt