Quando ouço dizer que não há jovens na Igreja, que os jovens se estão a afastar, que a Igreja tem de se actualizar para que os jovens apareçam, que a Igreja é retrógrada, que, que... penso logo que essas são vozes de quem não está em Igreja, e ainda não conhece o dom de Deus.
Enquanto depois de uma época de exames na Universidade, ou em tempo de Carnaval alguns jovens fazem a opção de ir para a neve, de procurar diversão ou até descanso, mais de três mil jovens universitários estiveram, este ano, envolvidos em missões em 55 localidades em todo o país. E é assim há vários com a ‘Missão País’. De ano para ano, vai aumentando o número de missões e o número de missionários, mostrando uma expressão jovem de uma Igreja que quer chegar a todos e levar a todos o dom de Deus, com alegria, dedicação, esforço, oferta de tempo e dádiva de si mesmo. É um testemunho de fé, mas também uma prova de que a juventude está presente na Igreja e é capaz de congregar e chamar a si muitos mais jovens a um mesmo projecto.
Todos os anos as inscrições que se efectuam numa página online, esgotam em poucos minutos, porque a vivência de uma experiência feliz, testemunhada no rosto, mas sobretudo na vida concreta de cada um, atrai. E são, por isso, de ano para ano, cada vez mais.
Depois, chegam as férias de verão e a missão continua, com Campos de Férias Católicos nos lugares anteriormente visitados, e outros, continuando, assim, a regar a semente deixada em cada um daqueles que se deixar tocar pelo dom de Deus. E tanto podem ser tocados os visitados, como os que visitam, porque Deus manifesta-se no amor dado e recebido.
A Igreja não é o Papa, os bispos, os padres, ou a, muitas vezes, chamada hierarquia. A Igreja são todos os batizados, e todos têm, por isso, a responsabilidade de ser testemunho no mundo. Os jovens têm-no demonstrado e provado que são capazes de ser missão.
Editorial, pelo P. Nuno Rosário Fernandes, diretor
p.nunorfernandes@patriarcado-lisboa.pt
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