Por vezes, questiono-me: porque será que são tantos os que dizem que gostam do Papa Francisco, mesmo aqueles que não se sentem próximos da Igreja Católica, mas depois não se corresponde ao que o Sucessor de Pedro tanto vai apelando e testemunhando?
Apontam-se, a Francisco, muitas características de proximidade junto das denominadas periferias; de uma grande capacidade de comunicação, não apenas por palavras, mas em grande medida pelos seus gestos; refere-se a sua abertura e acolhimento a temas que são apelidados de tabu para a Igreja, mas depois não se percebe a correspondência naqueles ‘pormaiores’, isto é no que outros poderão dizer ser um pormenor mas que, pela sua importância, pelo peso que tem, são um ‘pormaior’.
O tema da vida não é um pormenor. É o dom maior que nos é dado. Não nascemos porque queremos, mas porque Deus assim quis. E, por isso, à minha liberdade não me é dada a autoridade ditatorial de matar, mas de cuidar, proteger em todas as situações.
Na passada quarta-feira, o Papa Francisco recordou isto mesmo, ao pronunciar, na audiência-geral, a catequese sobre o mandamento ‘Não matarás’. Recordava o Santo Padre referindo, por exemplo, o aborto, “como supressão da vida humana no ventre materno em nome da salvaguarda de outros direitos”. “Como pode ser terapêutico, civil, ou simplesmente humano um ato que suprime a vida inocente e desemparada no seu florescer?”, questionou o Papa. Não apenas este, mas tantos outros exemplos de desprezo pela vida são consequência, segundo o Papa Francisco, do medo, de um individualismo e até egoísmo, da adesão aos ídolos deste mundo como o dinheiro, o poder, o sucesso...
Diante disto, é preciso ter em conta que “a única medida autêntica da vida é o amor, o amor com o qual Deus a ama”, porque, acentua o Papa, “Deus é amante da vida”.
E nós cristãos, o que fazemos? Ouvi recentemente um colega sacerdote dizer numa reunião: “A nossa catequese não está a formar para a militância!”. Esta observação deixou-me a pensar e a recordar as muitas vezes que temos ouvido o Papa Francisco dizer que na Igreja os cristãos “não podem ser mornos”. É preciso, de facto, uma atitude de testemunho verdadeiro, de afirmação da fé, de não fazer da Igreja ou da Missa dominical apenas um lugar de cumprimento do preceito e descargo de consciência, mas o lugar onde vou buscar o alimento para a fé que sou chamado a viver todos os dias, lutando contra todas as oposições, como cristão sem medo.
No dia 27 de outubro, mais uma vez, realiza-se a ‘Caminhada pela Vida’. Uma manifestação de defesa, mas sobretudo de valorização da vida humana, em todas as situações. Todos estamos convidados a caminhar para mostrar ‘A Vida em 1º lugar’.
Editorial, pelo P. Nuno Rosário Fernandes, diretor
p.nunorfernandes@patriarcado-lisboa.pt
Pedro Vaz Patto
Impressiona como foi festejada a aprovação, por larga e transversal maioria de deputados e senadores,...
ver [+]
|
Guilherme d'Oliveira Martins
Há anos, Umberto Eco perguntava: o que faria Tomás de Aquino se vivesse nos dias de hoje? Aperceber-se-ia...
ver [+]
|
Pedro Vaz Patto
Já lá vai o tempo em que por muitos cantos das nossas cidades e vilas se viam bandeiras azuis e amarelas...
ver [+]
|
Guilherme d'Oliveira Martins
Vivemos um tempo de grande angústia e incerteza. As guerras multiplicam-se e os sinais de intolerância são cada vez mais evidentes.
ver [+]
|