Editorial |
P. Nuno Rosário Fernandes
A fé que celebramos
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Desde o início do pontificado do Papa Francisco que nos habituámos a ouvir, da sua própria boca, o pedido: “Rezem por mim!”. Acredito que as orações pelo Santo Padre, desde esse momento, tenham aumentado; mas, hoje, são ainda mais necessárias.

Em muitos momentos litúrgicos e para-litúrgicos incluem-se preces pelo Papa, pelos Bispos e Pastores da Igreja, pelos governos e outras autoridades civis e por tantas outras necessidades. Podem ser orações públicas ou da intimidade do coração que manifestam necessidades conhecidas ou sentimentos próprios de cada um. A oração é, por isso, um diálogo que podemos estabelecer com Deus onde, no silêncio interior, O podemos escutar, ou a quem podemos falar, pedir, agradecer ou simplesmente louvar.  No entanto, isso não é suficiente para o cristão. Viver a fé significa uma adesão a Jesus Cristo que me interpela na própria vida, no que sou, no que vivo e como vivo e me leva a ter uma vida espiritual. Mas essa espiritualidade é a da Igreja, não a minha própria espiritualidade. Ser Igreja e estar em Igreja implica ser comunidade e viver em comunidade. Não fomos feitos para viver sozinhos, ou para nós próprios. A vida espiritual alimentada por Jesus Cristo deve fazer-nos, sobretudo, sair de nós próprios, para que, assim como Ele se deu a cada um de nós, sejamos também nós capazes de nos darmos a Ele, e n’Ele aos outros e pelos outros.

A Liturgia é, assim, o lugar onde, em comunidade, podemos encontrar Deus. Nesse sentido, o ano pastoral que se está a iniciar na nossa diocese, segue este mote: ‘Viver a liturgia como lugar de encontro com Deus’. Mas, acentua D. Manuel Clemente na carta de início de ano que escreveu aos diocesanos de Lisboa e que na edição anterior deste jornal publicámos na íntegra, o número 47 da Constituição Sinodal de Lisboa refere: “Viver a liturgia como lugar de encontro com Deus e também da comunidade cristã enquanto Povo de Deus que celebra”. É preciso ter em conta esta dimensão de Povo de Deus que reúne para celebrar a fé. Logo, é um povo que se reúne com outos, não celebra sozinho. Recorda o Papa Francisco, citado pelo Patriarca de Lisboa, na Exortação Apostólica ‘Gaudete et Exultate sobre o chamamento à santidade no mundo actual’, que “partilhar a Palavra e celebrar juntos a Eucaristia torna-nos mais irmãos e vai-nos transformando pouco a pouco em comunidade santa e missionária”. Esta é uma “feliz síntese sobre a comunidade que escuta, partilha e celebra, assim mesmo crescendo em fraternidade, santidade e missão”, conclui D. Manuel Clemente, deixando a sugestão: “Bem podemos tomar este trecho como lema do nosso ano pastoral, unindo todos os seus motivos”.

As programações agora, cabem aos agentes pastorais, também com as ajudas que chegam dos diversos organismos diocesanos. Da nossa parte, vamos procurar que, assim como no passado ano pastoral marcámos o nosso jornal com a presença da Palavra de Deus através da iniciativa ‘Bible Challenge, o desafio da Bíblia’, o tema da liturgia seja também assinalado e sirva de ajuda a uma interiorização maior da fé que celebramos.

 

Editorial, pelo P. Nuno Rosário Fernandes, diretor

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