
A língua portuguesa é a quinta língua do mundo, falada por 260 milhões de pessoas, e os Bispos dos Países Lusófonos lembraram este facto para pedir à Santa Sé para que seja utilizada como língua oficial nas assembleias gerais do Sínodo dos Bispos. O pedido surgiu no XIII Encontro de Bispos dos Países Lusófonos, realizado na Cidade da Praia, em Cabo Verde, onde também esteve presente o Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, enquanto Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), o padre Manuel Barbosa, secretário da CEP, e Jorge Líbano Monteiro, presidente da Fundação Fé e Cooperação (FEC).
No comunicado final deste encontro, onde os bispos refletiram no tema ‘Os Jovens na Igreja: presença efetiva e transformadora’, com vista à preparação do próximo Sínodo dos Bispos, este é um dos elementos que compõem aquele documento com o pormenor da concordância unânime do que é solicitado à Santa Sé. “Propomos unanimemente”, referem os bispos, que assim procuram fazer com que a língua portuguesa seja uma das línguas oficiais, já na próxima Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, a realizar em Outubro, em Roma.
Recentemente, ouvimos o Embaixador de Portugal junto da Santa Sé, António de Almeida Lima, falar de uma “perda da força da língua portuguesa na Cúria Romana” manifestando, assim, a sua vontade de que a língua portuguesa pudesse ter maior presença nos serviços do Vaticano.
Apesar deste pedido agora feito pelos Bispos dos Países Lusófonos ter um intuito diferente, pode ser que venha a surtir efeito e este seja um momento de novidade no Sínodo que reúne bispos de todo o mundo, com efeitos posteriores. Para já, vamos assistindo nas audiências gerais de quarta-feira com o Papa Francisco à intervenção também em língua portuguesa, com ou sem sotaque. Mas a presença da língua portuguesa na Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos seria um marco que valorizaria, sobretudo, a língua na qual foi feita, em grande parte, a Evangelização no mundo.
Editorial, pelo P. Nuno Rosário Fernandes, diretor
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