Juventude |
Jornada Diocesana da Juventude
Mais de 900 jovens na Lourinhã
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Na Jornada Diocesana da Juventude, D. Manuel Clemente alertou para a importância da escuta, num dia marcado pela alegria e pela partilha.


A Jornada Diocesana da Juventude (JDJ) reuniu mais de 900 jovens no Domingo, 15 de abril, na Lourinhã, num dia que teve como principal tema a Palavra de Deus, que continua a tocar e a mudar a vida de tantos e que é chave da nossa fé. “A JDJ é sempre um momento importante do ano pastoral dos grupos de jovens e movimentos da nossa diocese. Este ano, também graças ao envolvimento e dedicação dos grupos de jovens da Lourinhã e das instituições locais, foi possível viver um dia de fé e de alegria, com momentos diferentes em relação aos últimos anos, com testemunhos fortes e com uma grande presença da Palavra ao longo da JDJ. Acho que quem ‘saiu do sofá’, como pede o nosso Papa Francisco, e veio até à Lourinhã, não se arrependeu”, diz Cláudia Lourenço, responsável da equipa do Serviço da Juventude do Patriarcado de Lisboa.

Ao longo da JDJ, os jovens tiveram oportunidade de meditar a Palavra de Deus em catequeses, workshops e partilhas em pequenos grupos, num dia que começou com um encontro com D. Manuel Clemente e culminou com a Eucaristia. No fim era visível a alegria de todos.

texto por Ana Catarina André

 

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As palavras de D. Manuel Clemente aos jovens

“Um dos momentos altos aconteceu logo pela manhã, com o encontro dos jovens com o Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente. Inspirada no tema da diocese ‘Da Palavra Nasce a Fé’, que era também o tema das Jornadas, a catequese do Senhor Patriarca começou por despertar os jovens para o ato de escuta a que todos somos chamados, porque há sobretudo Alguém que antes, durante e sempre nos fala, e que não precisa de palavras. É um som de dentro, que vem do princípio das coisas, e se ouve logo nas primeiras páginas da Bíblia. É a Palavra que nos diz “existo”, e nos diz que somos criaturas, porque há um Criador que é constante, não apenas do passado, mas que age igualmente no presente, porque ainda hoje nós existimos como realização da Palavra de Deus.  

Referenciando a Carta aos Hebreus – “Nestes dias, que são os últimos, Deus falou-nos por meio do Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, e por meio de quem fez o mundo.” (Heb 1, 2) –, D. Manuel explicou que todos os cristãos compartilham desta escuta da Palavra que nos faz viver, e olhando para Jesus Cristo concluímos que Ele está em conversa plena com Deus, e nos fala através de uma vida concreta, numa vida jovem. Assim, somos cristãos, porque temos consciência que somos fruto da Palavra criadora de Deus, porque sabemos que a Palavra de Deus é uma Palavra que é dita e feita em Jesus Cristo, e ainda, somos cristãos, uma vez que o Espírito Santo atua continuamente em nós, o mesmo que Jesus recebe do Pai, e que Jesus nos deixou.

O nosso Bispo, usando exemplos concretos, explicou aos jovens como este Espírito, que continua o trabalho de Jesus, nos impulsa hoje a viver a Aventura do Evangelho, e nos torna Boa Notícia, e isso acontece quando: damos atenção ao nosso colega que precisa de ajuda, visitamos algum familiar doente, telefonamos a alguém a dar força, damos o nosso tempo de férias em uma iniciativa missionária, ou aceitamos aquele convite para catequista ou acólito e que não nos apetecia. Nestas pequenas, e simples ações, é onde se encontra o Espírito, porque, como prosseguiu D. Manuel, o nosso Deus é um Deus de simplicidade, contrariamente à nossa complexidade, dado que está constantemente a fazer a coisa mais importante que há, que é manter o mundo da existência e continuar a criação, e fá-lo de uma forma silenciosa, sem chamar a atenção, ou pôr-Se em bicos de pés, como muitas vezes temos necessidade de fazer.

Continuando a falar deste simples estilo de Deus, o Cardeal-Patriarca, mostrou aos jovens a forma que Deus Pai escolheu para nos falar através de Jesus, de como a Palavra nasce, e, assim, a nossa Fé, num presépio em Belém, em um Deus que não falou, que cresce em Nazaré, numa terra a quem ninguém ligava, e morre na cruz, no pior dos suplícios que existia na época.

Já perto do fim, o D. Manuel voltou a repetir aos jovens que o Evangelho continua hoje, e que os cristãos não acreditam em lendas nem em fantasias, porque a vida de Jesus é vida, os dois mil anos de cristão é vida, e a vida que o Espírito de Jesus está a fazer em cada um de nós é vida, sendo nesta vida que acontece aquilo a que chamam de Reino, o local onde Jesus reina para nós todos podermos viver bem e felizes, e isto prossegue.

O nosso Bispo concluiu a sua catequese encorajando os jovens, dizendo-lhes: “É uma aventura maravilhosa, a do Evangelho, mas garanto-vos, com dois mil anos de garantia, que vale a pena”.

De seguida, deu-se o momento habitual das questões dos jovens da diocese ao Senhor Patriarca, que traziam diferentes dúvidas e inquietações, entre elas, como ser Palavra Viva para o meu próximo, como me relacionar com as redes sociais sendo cristão, como lidar com problemas quando estes são dentro das nossas comunidades, entre outros.

testemunho de Rodrigo Figueiredo

 

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Eucaristia de encerramento da JDJ

Testemunhas do século XXI

 

D. Nuno Brás, que presidiu à Eucaristia de encerramento da JDJ, convidou os jovens a serem testemunhas de Jesus. “A nós, cristãos do século XXI, o Senhor ressuscitado – vivo e presente no meio de nós – continua a confiar o testemunho. O testemunho acerca de Deus. O testemunho de que Deus é vida, e vida eterna. O testemunho de que Deus não desiste do mundo e de cada ser humano. O testemunho de que Ele nos conhece e nos ama a todos e a cada um”, sublinhou durante a homilia. O Bispo Auxiliar de Lisboa sublinhou ainda o papel dos mais novos na evangelização. “Deus confia em nós. Confia em vós, queridos jovens, para se fazer encontrar por todos. Para chegar a todos. Ele precisa de nós. Precisa de vós. Precisa de ti. Deixa que o Seu Espírito te transforme, e em ti e por meio de ti Jesus possa chegar a todos, e todos tenham a possibilidade de viver não já no mundo velho do pecado e da morte mas naquele da vida nova, boa e eterna, da ressurreição.”

 

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Testemunho D. Nuno Brás

JDJ: eu fui! – Quando os jovens olham mais longe

O modo de viver contemporâneo é muito marcado pelo imediato. Vivemos prisioneiros do hoje, do agora, do momento. A proposta cristã é a de olharmos a nossa vida à luz da eternidade. E a Jornada Diocesana da Juventude foi isso mesmo: a proposta de olhar o nosso hoje com os olhos de Deus. Foi o convite de todos os presentes – aquelas várias centenas de jovens – a olharmos mais longe. Sem deixar de ser jovens (com a alegria, irrequietude, irreverência e dúvidas que os caracterizam) eles colocaram-se e a toda a nossa Igreja de Lisboa diante de uma certeza que é, também, uma esperança: a ressurreição de Jesus.

Mais que tudo, de um modo mais ou menos consciente, foi isso que fui percebendo no rosto de cada um: a presença do Senhor ressuscitado no meio de nós, fonte de vida, de vida eterna que dá um outro sentido a cada momento.

Obrigado jovens da diocese de Lisboa que participaram na JDJ!

 

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Bênção do Papa Francisco para a JDJ

«O Papa Francisco saúda-vos com grande afeto, queridos jovens do Patriarcado de Lisboa congregados na Jornada Diocesana da Juventude, confirmando a grande esperança que a Igreja deposita no idealismo próprio da vossa idade jovem, quando se procura não só um sentido autêntico para a vida, mas também um projeto concreto para a construir. Nos vossos sonhos, anseios e buscas, deixai-vos habitar pela serenidade e confiança que brotam da certeza de termos, no Céu, um Pai paciente que nos ama a ponto de nos dar Jesus, «a Luz verdadeira que ilumina todo o homem» (Jo 1, 9). Na verdade, «não é a mesma coisa ter conhecido Jesus ou não O conhecer, não é a mesma coisa caminhar com Ele ou caminhar tateando, não é a mesma coisa poder escutá-Lo ou ignorar a sua Palavra, não é a mesma coisa poder contemplá-Lo, adorá-Lo, descansar n’Ele ou não o poder fazer. Sabemos bem que a vida com Jesus se torna muito mais plena e, com Ele, é mais fácil encontrar o sentido para cada coisa» (Exort. apost. A Alegria do Evangelho, 266). Garantindo, por experiência própria, que Cristo é a resposta do Céu aos vossos anseios mais profundos e a todas as vossas súplicas, o Santo Padre propõe-vos uma vida na amizade de Jesus, para que Ele seja sempre a força da vossa força jovem na promoção dos verdadeiros valores humanos, morais e espirituais que inspirem os indivíduos, as famílias e a sociedade na busca do bem comum, enraizado na concórdia e no respeito dos direitos da pessoa humana. Com estes votos que saem do coração dum irmão mais velho e da sua oração a Cristo, o Amigo dos jovens, o Santo Padre envia-vos, extensiva aos organizadores e familiares, a sua Bênção Apostólica, pedindo-vos para não vos esquecerdes de rezar por ele.

 

* Pietro Cardeal Parolin

Secretário de Estado de Sua Santidade».

 

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Claudine Pinheiro

Santo Agostinho dizia que “quem canta, reza duas vezes” e é deste modo que Claudine Pinheiro medita mais profundamente a Palavra de Deus e lhe dá um verdadeiro sentido. É intérprete de música de inspiração cristã há 10 anos e esteve na JDJ a mostrar como a música é o seu meio de evangelização por excelência. Começou por cantar o tema “Cada manhã”, ao qual se seguiram outras músicas do seu álbum “Até quando?”, inspiradas em questões de passagens bíblicas. Ao longo do concerto indicou sempre os salmos e os excertos bíblicos associados a cada tema, convidando os jovens a cantar com ela, num momento de comunhão.

 

Bruno e Sofia; Lúcia e Guilherme

Na sessão da tarde direcionada para namorados, os jovens ouviram o testemunho de dois casais. Bruno e Sofia de Jesus, casados há 8 anos e pais de três filhos, convidaram os jovens a participarem numa dinâmica com plasticina para sublinharem que as relações deixam marca nas pessoas. De seguida falaram sobre as características do amor conjugal e partilharam as alegrias e as dificuldades de uma vida a dois. Já Lúcia, de 21 anos, e Guilherme, de 22, namorados há cinco anos, partilharam a sua história relacionando-a com o Hino à Caridade (Cor 13, 4-13). No tempo dedicado a perguntas, os jovens quiseram aprofundar temas como o perdão, a fidelidade e os casamentos entre pessoas de religiões diferentes.     

 

Nádia Piazza

A vida. Sempre a vida, mesmo quando se perde tudo. Nádia Piazza é uma das fundadoras da Associação de Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande. O seu filho Luís, de 5 anos, foi uma das 66 vítimas mortais de um dos maiores fogos florestais do País, a 17 de Junho de 2017. Mas apesar da dor e do sofrimento, Nádia mantém-se resiliente. Está à frente desta associação que luta por um País em que mais ninguém perca a vida em incêndios, um País mais equilibrado do ponto de vista demográfico e territorial. Ao longo de uma hora e meia, partilhou o seu testemunho de como, no meio de um cenário desolador, se pode encontrar esperança e ser luz para os outros. Apelou à responsabilidade de cada um na construção de um mundo mais seguro e ecológico, citando o Papa Francisco. Falou da fé como sede, aludindo às palavras do padre Tolentino Mendonça que pregou o retiro de Quaresma à Cúria romana. Sublinhou a importância da família e de uma vida vivida com sentido.

João Pedro Tavares

Numa sessão pensada para aqueles que se movimentam no mundo do trabalho, João Pedro Tavares, licenciado em Engenharia Civil pelo Instituto Superior Técnico e pós-graduado em Gestão Financeira pela Universidade Católica Portuguesa, é o Presidente da ACEGE (Associação Cristã de Empresários e Gestores) e membro do Grupo fundador dos CnE (Grupos Cristo na Empresa).

Fala-nos do desafio de procurar viver o Amor de Deus, e com isso o amor ao próximo, na realidade pessoal e profissional. Apesar de nós, apesar de cairmos, apesar de errarmos, apesar dos nossos egoísmos, podermos viver esta certeza de que nada nos separará, do Amor de Deus.

 

Catequese

Em parceria com o Departamento da Catequese, num momento de leccio divina, os mais jovens foram desafiados a descobrir mais sobre jovens da Bíblia, que mesmo quando se perderam, foram sempre encontrados por Deus! Perdidos & Achados, um momento cheio de curiosidades:

Sabias que David e Jonatas eram os melhores amigos?

Ou porque razão o Apóstolo João era chamado o Filho do trovão?

Que Samuel ainda nem tinha 12 anos quando o Senhor falou com ele?

Ou quem foi o Eutico?

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