Ano da Fé |
Acreditar com o Concílio
A Igreja e o Mistério da Encarnação
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Lumen Gentium, nº 8

 

“Cristo, mediador único, constitui e sustenta indefectivelmente, neste mundo, a Sua Igreja santa, comunidade de fé, esperança e caridade, como organismo visível, e, por meio dela, comunica a todos a verdade e a graça. Porém, a sociedade dotada de órgãos hierárquicos e o corpo místico de Cristo, a assembleia visível e a comunidade espiritual, a Igreja terrestre e a Igreja já na posse dos bens celestes, não devem considerar-se como coisas diversas, pois constituem uma realidade única e complexa, em que se fundem o elemento humano e o elemento divino. Por tal motivo, não é falsa analogia aquela pela qual se compara a Igreja com o mistério da Encarnação: assim como a natureza assumida pelo Verbo divino Lhe serve como órgão vivo de salvação, a Ele indissoluvelmente unido, de modo semelhante, a estrutura social da Igreja serve ao Espírito de Cristo, que a vivifica, para fazer progredir o seu corpo (cfr. Ef. 4,16)”.

 

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Comentário de D. Nuno Brás

Já aqui fizemos referência ao facto de que a Igreja não ter vida própria: ela precisa, em cada momento, de estar voltada para Cristo, de quem recebe a vida que comunica ao mundo.

Hoje proponho que meditemos de um modo particular no n. 8 da Constituição Conciliar sobre a Igreja. Nele o Vaticano II chama-nos a atenção não apenas para aquela dependência constante da Igreja em relação a Cristo, como também para a semelhança, para a analogia entre a encarnação e a Igreja. Do mesmo modo como, ao nascer, o Verbo de Deus se fez carne, e (como diz S. João no início da sua 1ª Carta) pôde ser escutado, visto, tocado, assim também a Igreja.

Com efeito, a Igreja não é apenas uma comunidade espiritual, interior, mística. Ela é uma realidade visível, um corpo estruturado. Nela, todos têm a mesma dignidade de batizados, mas nem todos têm as mesmas funções. Notamos isso de uma forma clara na celebração da Eucaristia. Todos, numa só voz, e como filhos de Deus, louvamos o Pai. Mas nem todos fazemos o mesmo e podemos fazer o mesmo. Em particular, para a celebração da Eucaristia é necessário o sacerdote que transforma o pão e o vinho no Corpo e Sangue do Senhor.

Contudo, o Concílio chama igualmente a atenção para que a Igreja não se limite apenas a ser um corpo visível e bem estruturado aqui na terra. Ela é igualmente uma “comunidade espiritual” e, sobretudo, é comunidade já na posse dos bens celestes, ou seja, Igreja que, tendo deixado este mundo, se encontra ou a caminho ou já a participar da glória de Deus.

É importante não esquecer nenhum destes dois aspetos da Igreja: a comunidade visível e estruturada, e a realidade mística, espiritual. Se algum deles viesse a faltar, a Igreja não seria a Igreja de Cristo: seria uma realidade que não pode partilhar e comunicar a vida de Cristo ao mundo de hoje.

 

Para refletir:

1. Na nossa comunidade concreta, é possível perceber esta unidade da vida da Igreja?

2. Como é que na nossa comunidade temos vivido esta realidade de sermos presença de Cristo no mundo?

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