O “Voz da Verdade” faz 80 anos de existência. Nestas datas, é habitual olhar para trás, dizer o caminho percorrido, agradecer a directores, responsáveis, assinantes, colaboradores que ao longo de todo este tempo ajudaram na produção do que começou por ser uma folha dominical que chegava pelo correio a todas as paróquias da diocese, essencialmente litúrgica, para se ir transformando, aos poucos, no jornal que hoje temos. Tudo isso queremos fazer, e a todos, vivos ou já a caminho da bem-aventurança eterna, queremos lembrar junto do Senhor. Afinal, fazemos parte de uma mesma família.
Mas basta de olhar para trás. Ao nosso jornal é pedido que olhe para a frente e, sobretudo, que olhe para o mundo e para a Igreja que vivemos, seja capaz de descobrir os seus anseios e os faça seus, mas principalmente que ajude os seus leitores a olhar a realidade, não a partir daquilo que todos dizem ou pensam, mas a partir de Deus.
Como jornal diocesano, há-de ser o espelho de uma diocese territorialmente extensa, com inúmeras e diferentes comunidades, veículo de comunhão e de unidade entre todas. Mas, como jornal diocesano, não se pode ficar apenas pelo olhar da realidade, nem deixar-se dominar pelas regras do politicamente correcto, ditadas pelos grandes media e que preenchem os cursos de comunicação social que proliferam um pouco por toda a parte.
Muitos são aqueles que insistem na mudança de nome. Dizem que está desactualizado, que afasta os leitores. Certamente, se o jornal fosse fundado hoje, não receberia este cabeçalho. Creio no entanto, que é bom mantê-lo. Não apenas porque diz da sua longevidade e da luta quotidiana em manter a sua publicação ao longo de todas estas décadas – da luta de quem trabalha na sua redacção, mas também do esforço económico da diocese, que insiste em não desistir dele – mas, sobretudo, porque o seu nome constitui todo um programa ambicioso. Trata-se de olhar para o mundo não a partir dos critérios do mundo, mas de procurar fazê-lo a partir dos critérios de Deus e do Evangelho.
E dar voz à Verdade é tarefa muito mais difícil que aquilo que se pensa. A tendência é sempre a de ir na onda para vender, ter leitores, ser considerado no meio, e mascarar ou diminuir a Verdade; ou, então, é a tendência para desistir, achar que não vale a pena; ou ainda, como ninguém é dono da Verdade, pensar que não vale a pena dar-lhe voz, até porque é uma voz incómoda.
Por nossa parte, e conscientes das dificuldades que esta tarefa gigantesca coloca sobre os nossos ombros, não queremos desistir, mesmo sabendo que nem sempre estamos à sua altura. Acreditamos que aqueles que nos lêem, mais ou menos críticos, compreendem esta tarefa e aceitam, também eles, o risco da “voz da Verdade”.
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