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Roma
“Que a Boa Nova de Cristo possa ser anunciada na sua plenitude, beleza e liberdade”
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O Papa Francisco pediu liberdade à missão da Igreja na China. Na semana em que foi anunciado um encontro internacional sobre a fraternidade humana, o Papa pediu que “não nos habituemos à guerra” e o Vaticano confirmou a visita do Arcebispo de Bolonha à Ucrânia. Francisco sublinhou ainda que a segurança global deve ser integral.

 

1. O Dia Mundial de Oração pela Igreja Católica na China coincide com a festa de Maria Auxílio dos Cristãos, que a Igreja celebrou a 24 de maio. Esta devoção é particularmente invocada no Santuário de Nossa Senhora de Sheshan, em Xangai, local que habitualmente concentra milhares de peregrinos chineses. “Nesta ocasião, gostaria de recordar e manifestar a proximidade aos nossos irmãos e irmãs na China, partilhando as suas alegrias e as suas esperanças. Um pensamento especial dirijo a todos os que sofrem, pastores e fiéis, para que, na comunhão e na solidariedade da Igreja universal, possam experimentar consolação e encorajamento”, disse o Papa, no final da audiência-geral de quarta-feira. Francisco convidou ainda todos os fiéis “a elevarem orações a Deus para que a Boa nova de Cristo crucificado e ressuscitado possa ser anunciada na sua plenitude, beleza e liberdade, dando frutos para o bem da Igreja Católica e de toda a sociedade chinesa”.

O Papa dedicou a catequese do encontro público semanal, na Praça de São Pedro, ao mártir coreano Santo André Kim Taegon. Este sacerdote, que anunciou o Evangelho há 200 anos, quando a Coreia enfrentava uma severa perseguição da fé cristã, foi apontado camo exemplo de zelo apostólico. Francisco recordou um episódio em que André Kim desmaiou, depois de caminhar longamente na neve, sem comer, e terá, então, escutado uma voz que lhe dizia «Levanta-te, caminha!». André recuperou os sentidos, vislumbrando a sombra de Alguém que o guiava. “Eis uma característica importante do zelo apostólico”, contou o Papa, concluindo: “A coragem de nos erguermos quando caímos e, apesar da hostilidade do ambiente à mensagem evangélica, contar com a presença do Senhor que nos dá força para não desistirmos de evangelizar”.

 

2. O Papa vai reunir-se, a 10 de junho, com milhares de jovens e 30 galardoados com o Prémio Nobel, na Praça de São Pedro, no Vaticano, num encontro internacional sobre a fraternidade humana subordinado ao tema ‘Não sozinhos’ (#notalone). O encontro vai assentar na partilha de experiências, apresentações artísticas e debates em torno dos verbos “participar, restituir, difundir”.

A iniciativa apresenta-se como “uma oportunidade para promover a fraternidade e a amizade social entre as pessoas e entre os povos como antídoto para as inúmeras formas de violência e guerras que ocorrem no mundo”, refere uma nota, acrescentando que, após uma manhã de debates, os vencedores do Prémio Nobel vão elaborar um “Apelo à Fraternidade Humana”. No âmbito desta iniciativa, jovens de múltiplos países vão protagonizar o “abraço da paz”, ao longo da Colunata de Bernini, na Praça de São Pedro, em ligação com “dezenas de praças no mundo”.

O evento é organizado pela Fundação vaticana Fratelli Tutti, em colaboração com a Basílica de São Pedro, o Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral e o Dicastério para a Comunicação, informou o Vatican News.

 

3. Com veemente insistência, o Santo Padre pediu, no passado Domingo, 21 de maio, maiores esforços para pôr fim à violência do Sudão, cuja situação continua preocupante. “É triste, mas um mês após o início da violência no Sudão, a situação continua a ser grave”, lamentou o Papa, no final da oração do Regina Coeli. “Ao encorajar os acordos parciais alcançados até agora, renovo um apelo veemente aos envolvidos para que deponham as armas e peço à comunidade internacional para não poupar os seus esforços para fazer prevalecer o diálogo e aliviar o sofrimento da população”, pediu. Perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, Francisco acrescentou: “Por favor, não nos acostumemos aos conflitos e à violência. Por favor, não nos acostumemos à guerra”. Ainda neste contexto, também reafirmou a sua proximidade ao povo ucraniano.

A propósito do Dia Mundial das Comunicações Sociais, que se assinala naquele Domingo da Ascensão, com o tema ‘Falar com o coração’, o Papa recordou a todos que “é o coração que nos move para uma comunicação aberta e acolhedora”. Francisco aproveitou para saudar os jornalistas e profissionais da comunicação, desejando que o seu trabalho “esteja sempre ao serviço da verdade e do bem comum”.

 

4. O Vaticano confirmou o envio a Kiev do cardeal Matteo Zuppi, Arcebispo de Bolonha, para mediar negociações de paz entre a Rússia e a Ucrânia. A confirmação foi dada, dia 20 de maio, pelo diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni. “O Papa Francisco confiou ao Cardeal Matteo Zuppi, Arcebispo de Bolonha e presidente da Conferência Episcopal Italiana, a tarefa de realizar uma missão, em acordo com a Secretaria de Estado, que contribuirá para aliviar as tensões no conflito na Ucrânia, na esperança, jamais resignada pelo Santo Padre, de que assim possa iniciar caminhos de paz”, referiu, esclarecendo ainda que “o momento desta missão e suas modalidades estão a ser estudados”.

 

5. O Papa enviou uma mensagem a D. Alexis-Mitsuru Shirahama, Bispo de Hiroshima, cidade onde decorre a cimeira do G7. “A escolha de Hiroshima como ponto de encontro é particularmente significativa à luz da contínua ameaça do uso de armas nucleares. É para esse futuro que homens e mulheres responsáveis olham agora com preocupação, sobretudo na sequência da experiência de uma pandemia global e da persistência de conflitos armados em várias regiões, incluindo a devastadora guerra travada em solo ucraniano”, escreveu Francisco, sublinhando que a segurança global deve ser integral e “fortalecer o multilateralismo e a cooperação internacional entre atores governamentais e não governamentais, com base na profunda interconexão entre esses temas, o que torna necessário adotar uma abordagem de cooperação multilateral responsável”.

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