ASCENSÃO DO SENHOR Ano A
“Todo o poder Me foi dado no Céu e na terra.
Ide e ensinai todas as nações.”
Mt 28, 18-19a
“Tudo está na Páscoa de Jesus”, dizia deslumbrado um adulto baptizado na Vigília Pascal. E aquele “tudo” tinha o sabor do abraço e da expansão que a vida abundante de Cristo Ressuscitado trouxe ao mundo. Pois estes cinquenta dias (quarenta até agora, como símbolo da preparação dos discípulos para a missão), não são uma questão de tempo nem de lugar, mas de um modo novo de existência. Ressuscitar, “subir ao Céu”, enviar o Espírito é tudo Páscoa.
Se foi dado a Jesus “todo o poder no Céu e na terra” qual o sentido de enviar os Apóstolos (e, com eles, todos nós) para “ir e ensinar todas as nações”? Que “poder” é este, manifestado no serviço e na dádiva de vida, que compromete tudo o que somos e temos, nos responsabiliza e faz participar da alegria de renovar todas as coisas? É o poder que ama e põe todos a colaborar. Porque com todos é muito melhor. E Jesus veio como Emanuel (Deus connosco) para estar sempre connosco. Não acima de nós, fora de nós, ao lado de nós ou, até, sem nós. Assim começa e termina o evangelho de Mateus!
A “subida de Jesus ao Céu” cedo foi entendida, pelos que trabalham a terra e nela derramam o suor na esperança dos frutos, como bênção para as colheitas. No fundo, é o Céu que desce à terra em forma de sol, chuva, graças e forças para que a terra nos alimente e o trabalho contribua para a paz e a felicidade de todos. Como não lembrar tantas vilas, aldeias e cidades do nosso país que ainda celebram a festa da “Quinta feira da Ascensão”, com tanta ligação às actividades primárias de cultivo e pastoreio, e a súplica por tempos favoráveis e agradecimento pelos bens tão essenciais? E que tal pensar que, juntamente com as bênçãos de Deus é urgente a responsabilidade de cuidar da criação, de resistir à ganância e ao desperdício, de lembrar que o tudo da terra não é só de alguns, mas de todos?
Proposto pelo Concílio Vaticano II e instituído em 1967 pelo Papa S. Paulo VI, celebramos na Ascensão o Dia Mundial das Comunicações Sociais. Para usarmos, então, todos os “meios” ao serviço do “tudo” que Jesus nos deu como Boa Nova para libertar e salvar. E cada ano, uma palavra iluminadora de cada Papa tem marcado este dia. A deste ano, que o Papa Francisco nos oferece, intitula-se: “Falar com o coração. ‘Testemunhando a verdade no amor’ (Ef 4, 15)”. Pensamos nos jornalistas e em todos os agentes de comunicação, nos desafios de procurar e transmitir a verdade, mas reconheçamos que todos somos agentes de “uma comunicação que coloque no centro a relação com Deus e com o próximo, especialmente o mais necessitado, e esteja mais preocupada em acender o fogo da fé do que em preservar as cinzas duma identidade autorreferencial.” Para que Deus seja “tudo em todos”!
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