Domingo |
À procura da Palavra
O Paráclito
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DOMINGO VI DA PÁSCOA Ano A

“Eu pedirei ao Pai, que vos dará outro Paráclito,

para estar sempre convosco; Ele é o Espírito da Verdade.”

Jo 14, 15

 

Aproximando-se o Pentecostes, surge-me recorrentemente uma pergunta, que imagino poderia fazer parte de um inquérito aos cristãos, sobre o Espírito Santo: “Como é a minha relação/oração com/ao Espírito Santo?” Não será verdade que Ele é o “grande esquecido” das orações cristãs, pois nada podemos dirigir a Deus se não for “n’Ele”. E, contudo, pelos próprios nomes, “Pai” e “Filho” conduzem-nos mais frequentemente a sentimentos filiais e fraternos. O que dizemos e o que pedimos ao Espírito Santo?

É no decorrer da Ceia que Jesus fala mais abundantemente do Espírito Santo, o “outro Defensor” (Paráclito), o “Espírito da Verdade”, que o Pai dará aos apóstolos e à Igreja. E entendemos a sua acção na vida nascente das comunidades cristãs, no dinamismo de levar o evangelho a toda a criatura, na criatividade de soluções novas para velhos problemas, na fortaleza e ousadia de tornar presente Jesus Ressuscitado na história. Assim aponta Tomás Halík no seu último livro “A tarde do Cristianismo”: “a ressurreição de Jesus, a ressurreição dos crentes (conversão) e a ressurreição da Igreja (movimentos de reforma e renovação) não são um regresso ao passado uma repetição daquilo que já passou. A ressurreição é sempre uma transformação radical.

Paráclito, quererá então dizer, “defensor na procura da verdade”. Pois esta procura, que é difícil, significa libertação de mentiras sociais, de compromissos gerados pelo egoísmo e pela ganância, de aparências que deformam a realidade. Porque é procura exige desinstalação constante e atitude crítica ao “sempre se fez assim” ou ao “antigamente é que era bom”. É preciso percorrer o caminho estreito sem cair no legalismo nem na anarquia, numa vida que não está marcada por condenações ou proibições, mas animada pelo movimento positivo do Espírito. É Ele que faz irromper no presente das nossas vidas a graça de Deus que “faz novas todas as coisas”!

Quem, e o que defendemos nós, ao receber tal Defensor? Se Ele nos defende do que nos pode separar de Cristo e uns dos outros, como defendemos os indefesos, os esquecidos, os que “não produzem”, os que “falharam”, os “ninguéns” do poema de Eduardo Galeano: “[…] Que não são embora sejam / Que não falam idiomas, falam dialectos. / Que não praticam religiões, praticam superstições. / Que não fazem arte, fazem artesanato. / Que não são seres humanos, são recursos humanos. […] Os ninguéns que custam menos do que a bala que os mata.”? É urgente também sermos “paráclitos”!

P. Vítor Gonçalves
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