DOMINGO IV DA PÁSCOA Ano A
“Ele chama cada uma delas pelo seu nome.”
Jo 10, 3
É tão engraçado ver as crianças pequenas quando começam a reconhecer o seu nome. Chamadas com ternura ou advertidas com seriedade, aqueles olhos grandes que se voltam para escutar trazem estampada a frescura da terra pronta a receber as sementes. E o nome de cada um é um pouco a sua identidade. Dar o nome é uma participação que Deus nos deu na sua obra criadora. O nome será sempre a chave que abre uma conversa, um apelo, um chamamento. Ele estará também ligado aos passos do viver de cada um.
Não sabemos o apelido dos apóstolos. Certamente o teriam, quase sempre ligado ao pai ou à terra a que pertenciam. Mas, até nós, chegaram apenas os seus nomes próprios, como num grupo de amigos, onde apelidos ou títulos ficam de fora. E assim os conhecemos, com esta universalidade herdada do Mestre, para quem parece contar pouco o que se acrescenta ao primeiro nome. Para o mundo, “ter nome” é pertencer a famílias “socialmente consideradas” (o que conta é a distinção!); para o Reino de Deus, “ter nome” é saber ouvir quando Deus nos chama!
Viver é estar sempre a ser chamado. Quantas vezes é dito o nosso nome em cada dia? Quantas vezes dizemos o de outros? Umas vezes escutamo-lo com os ouvidos, outras com o coração. Chamar pelo nome é um modo de dar vida, de reconhecer o valor, de dizer: “Que bom é estares aqui!”. É também “chamar para”: um projecto, um sonho, uma missão. Tem a ver com o futuro e com algo maior do que nós que nos compromete a fazer parte dele. Assim entendemos a palavra “vocação”, que neste Domingo se traduz em oração pelas vocações consagradas na Igreja. Escreve o Papa Francisco na mensagem para este dia: “O chamamento de Deus inclui o envio. Não há vocação sem missão. E não há felicidade e plena autorrealização sem oferecer aos outros a vida nova que encontramos. O chamamento divino ao amor é uma experiência que não se pode calar”.
Jesus conhece-nos pelo nome. A relação com os discípulos é de uma fraternidade nova porque cada um é valorizado como único. Cada um tem uma história, cada um é amado pessoalmente, ninguém lhe pode colar nenhum rótulo. Como é perigosa a tentação da massa, da multidão anónima e despersonalizada, das leis que não olham as pessoas e não ajudam a crescer. Como é fácil esquecer “os sem nome” e “os sem voz”! Deus chama sempre todos e não desiste de chamar quando ainda não ouvimos. Tem a ternura e a paciência de quem é Pai, e gosta de dizer o nosso nome muitas vezes e de muitas maneiras. Porque sabe que, lá no fundo, estamos a ouvi-lo! E quando Lhe respondemos, quando ousamos entrar no seu sonho de plenitude para todos, a nossa vida cresce ainda mais!
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