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Roma
“Não se pode ficar indiferente!”
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O Papa Francisco voltou a lembrar “a dor lancinante” dos ucranianos. Na semana em que assinalou o início de Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, o Papa sublinhou que a “saúde não é um luxo”, convocou um encontro ecuménico para as vésperas do próximo Sínodo e participou nas exéquias do cardeal Pell.

 

1. O Papa reiterou o seu pedido de orações “pela martirizada Ucrânia, tão necessitada de proximidade, de conforto e, sobretudo, de paz”. Na audiência-geral de quarta-feira, 18 de janeiro, Francisco referiu-se ao que se passou no sábado anterior, com um novo ataque com mísseis que causou muitas vítimas civis, incluindo crianças. “Faço minha a dor lancinante dos familiares. As imagens e os testemunhos deste trágico episódio são um forte apelo a todas as consciências. Não se pode ficar indiferente!”, afirmou, na Sala Paulo VI, no Vaticano.

Nas saudações que proferiu aos fiéis de várias línguas, o Papa pediu orações pela sua próxima visita à República Democrática do Congo (de 31 de janeiro a 3 de fevereiro) e também pelo padre Isaac Achi, assassinado no passado Domingo, dia 15, quando estava na sua casa paroquial, no norte da Nigéria. “Quantos cristãos sofrem a violência na própria pele: rezemos por eles”, pediu.

Na catequese, que dedicou ao tema da evangelização, Francisco afirmou que “o zelo do pastor não é um mero trabalho, mas um estilo, um modo de viver durante 24 horas do dia”. O pastor deve imitar Jesus que “não faz apenas qualquer coisa por nós, mas dá a vida por nós”. “Conformando-se com Jesus, a ação pastoral da Igreja deve seguir o estilo dele”, lembrou, dando um exemplo: “Nunca o ouvimos dizer: «Aquele afastou-se?! O problema não é meu», mas vemo-lo abandonar tudo e correr atrás de quem se extraviou; trá-lo de volta, faz-lhe sentir a beleza do seu amor. Tal é o zelo de Deus; assim deve ser o nosso!”.

 

2. O Papa assinalou o início de Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos com um agradecimento a todos os que ajudam os mais necessitados. “Convido-vos a agradecer a Deus pelo serviço que os nossos irmãos de outras confissões prestam aos mais necessitados. Esta via da caridade aproximar-nos-á cada vez mais, amando e imitando Cristo Bom Pastor”, referiu, na saudação aos peregrinos de língua portuguesa, no final da audiência pública semanal.

Perante milhares de pessoas reunidas na Sala Paulo VI, Francisco voltou ao tema, ao dirigir-se aos participantes de língua italiana. “No início da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, convido cada um de vós a rezar e a trabalhar para que, entre todos os crentes em Cristo, se afirme cada vez mais o caminho para a plena comunhão”, apelou. “Ao mesmo tempo, encorajo-vos para que vos comprometais, com dedicação e em todos os âmbitos da vida, a serdes construtores de reconciliação e paz”, acrescentou o Papa.

A Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos de 2023 (18 a 25 de janeiro), com o tema ‘Aprendei a fazer o bem e procurai a justiça’, alerta para as questões do racismo e da discriminação, por proposta do Conselho de Igrejas do Minnesota, nos EUA.

 

3. O Papa lembrou que a “saúde não é luxo” e que os países devem assegurar “o acesso ao tratamento” e a este “direito fundamental” das pessoas. “Cabe a cada país trabalhar para encontrar estratégias e recursos para que seja garantido a todo ser humano o acesso ao tratamento e o direito fundamental à saúde: Saúde não é luxo”, sublinhou o Papa, falando a técnicos de radiologia, reabilitação e prevenção de Itália, num encontro realizado na Sala Clementina, do Vaticano, a 16 de janeiro.

No discurso, Francisco declarou que um mundo que descarta os doentes, que não cuida de quem não pode pagar o tratamento, “é cínico e sem futuro”. “Lembremo-nos sempre de que a saúde não é um luxo, é para todos”, reforçou.

 

4. “O caminho para a unidade dos cristãos e o caminho de conversão sinodal da Igreja estão ligados”, disse o Papa, no Angelus do passado Domingo, 15 de janeiro. “Por isso, aproveito esta ocasião para anunciar que sábado, 30 de setembro próximo, terá lugar na Praça de São Pedro uma vigília ecuménica de oração, na qual confiaremos a Deus os trabalhos da 16.ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos”, que se realiza de 4 a 29 de outubro deste ano, anunciou Francisco. O convite do Papa é extensivo também aos mais novos: “Para os jovens que vierem à vigília, haverá um programa especial durante todo o fim-de-semana, organizado pela Comunidade de Taizé. Convido, desde já, os irmãos e irmãs de todas as confissões cristãs a participarem nesta reunião do povo de Deus”.

No final do Angelus, o Santo Padre aproveitou, uma vez mais, para pedir orações pelo povo da Ucrânia. “Não esqueçamos o martirizado povo ucraniano que sofre tanto. Permaneçamos perto deles com os nossos sentimentos, com a nossa ajuda, com a nossa oração”, apelou.

 

5. O Papa Francisco participou, a 14 de janeiro, nas celebrações exequiais do cardeal George Pell, que tinha falecido quatro dias antes, aos 81 anos, e presidiu, no final da Missa, ao rito da ‘Ultima Commendatio’ (última encomendação) e da Valedictio (adeus). Na Basílica de São Pedro, as exéquias do prefeito emérito da Secretaria para a Economia foram celebradas pelo decano do Colégio Cardinalício, cardeal Giovanni Battista Re, que recordou que os últimos anos da vida do cardeal australiano “foram marcados por uma condenação injusta e dolorosa”, num caso de abuso sexual. “O cardeal Pell passou 404 dias numa cela em duas prisões de segurança máxima, em Melbourne e depois em Barwon, também com um período de isolamento. Em abril de 2020, a Suprema Corte australiana o absolveu com uma decisão de inocência total. Foi uma experiência de grande sofrimento vivida com confiança no julgamento de Deus”, referiu o cardeal Re.

A 11 de janeiro, num telegrama de pesar pela morte do cardeal George Pell, o Papa recordou o “seu testemunho coerente e comprometido”, a “sua dedicação ao Evangelho e à Igreja, sobretudo a sua diligente cooperação com a Santa Sé”.

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