EPIFANIA DO SENHOR Ano A
“Onde está – perguntaram eles –
o rei dos judeus que acaba de nascer?”
Mt 2, 2
Conhecemos bem o relato dos magos que vieram do Oriente adorar o Menino Jesus, e à sua volta criaram-se lendas e tradições que iluminam os nossos natais. Quantas vezes não nos sentimos já como eles, quando a estrela de um sonho maior e mais belo nos interpela a caminhos não mapeados? E quantas vezes nos pusemos a caminho, mas a escuridão da dúvida ou vozes cautelosas nos fizeram parar? Bem conhecemos também o medo de perguntar e alguma soberba que nos convenceu facilmente que, afinal, sonhar era para lunáticos!
Nestes dias de entrada num novo ano uniu-nos a oração de acção de graças pela vida do Papa Bento XVI. Na sua última homilia da Epifania em 2013, o Papa Bento sublinha duas características dos magos que revejo na sua vida e missão, bem sintetizadas no lema episcopal que escolheu: “Cooperador da Verdade”. Disse nessa homilia: “[Os magos do Oriente] eram também e sobretudo homens que tinham coragem; tinham a coragem e a humildade da fé. Era preciso coragem a fim de acolher o sinal da estrela como uma ordem para partir, para sair rumo ao desconhecido, ao incerto, por caminhos onde havia inúmeros perigos à espreita. Podemos imaginar que a decisão destes homens tenha provocado sarcasmo: o sarcasmo dos ditos realistas que podiam apenas zombar das fantasias destes homens. Quem partia baseado em promessas tão incertas, arriscando tudo, só podia aparecer como ridículo. Mas, para estes homens tocados interiormente por Deus, era mais importante o caminho segundo as indicações divinas do que a opinião alheia. Para eles, a busca da verdade era mais importante que a zombaria do mundo, aparentemente inteligente.”
Coragem e humildade de se porem a caminho e colocarem perguntas, de enfrentar obstáculos e procurar a verdade. Conhecer implica pensar e questionar, ouvir e dialogar, no processo de um caminho com sinais de pista, que não se faz sem coragem nem humildade. E amar tem caminhos idênticos: sair da auto-suficiência e auto-referência, ousar a comunhão e a entrega, descobrir em comum o caminho novo e iluminado como os magos também fizeram.
Como ficar indiferentes à corajosa e delicada humildade com que o Papa Bento XVI renunciou ao ministério papal, confiando em Cristo e na Igreja para escolha de um sucessor? Não somos donos de nada e na administração dos bens e dos dons, há-de ser o maior bem de quem amamos que nos deve orientar!
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